UEL: Programa de Cooperação entre Instituições-Internacional

UEL: Programa de Cooperação entre Instituições-Internacional

Programa prevê parceria com a Universidade Licungo (Unilicungo), em Quelimane, capital da Província de Zambézia, centro de Moçambique.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) aprovou a criação do primeiro Programa de Cooperação entre Instituições – Internacional (PCI-Internacional) da UEL. O contemplado foi o Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática (PECEM) – nota 7 pela CAPES – ligado ao Centro de Ciências Exatas (CCE). São 7 vagas para o Mestrado e 12 para o Doutorado, destinadas a docentes da Universidade Licungo (Unilicungo), em Quelimane, capital da Província de Zambézia, centro de Moçambique.

O PCI se assemelha aos antigos Minter e Dinter, nos quais a instituição promotora brasileira atuava in loco na instituição receptora, dentro ou fora do Brasil. Segundo a coordenadora do PECEM, professora Mariana Soares de Andrade (Departamento de Biologia Geral/CCB), o Programa já foi desenvolvido na Universidade Federal de Goiás. Agora ele atravessa o oceano. Para ela, a aprovação do PCI é marcante.

“É significativo porque faz parte da consolidação do PECEM como um programa de excelência e também do plano de internacionalização do Programa e da UEL, além de ser uma importante ação de solidariedade com uma Universidade que está em um país do continente africano e longe dos grandes centros de pesquisa”.

Coordenadora do PECEM, professora Mariana Soares de Andrade, do Departamento de Biologia Geral, do CCB.

Ela lembra ainda que, apesar de Moçambique ter ligações com a Europa quando se trata de parcerias como esta, a UEL foi lembrada e preferida. De fato, a UEL tem recebido muitos moçambicanos, seja na graduação ou na pós-graduação. A expectativa da professora Mariana é de que a parceria será muito produtiva. E sintetiza: “Estamos promovendo uma valorização mútua”.

Unilicungo – O coordenador do Programa em Moçambique é o matemático e professor Geraldo Deixa, do Departamento de Ciência e Tecnologia da Unilicungo. Ele se doutorou pelo PECEM em 2014, desenvolvendo uma tese sobre o ensino de números inteiros relativos, dentro de uma proposta de formação de professores. O professor explica que a Unilicungo, formalmente, completa apenas 2 anos de idade neste dia 28 de março, mas na verdade ela, e outras, nasceram de instituições anteriores, dentro de um projeto de reestruturação da Educação em Moçambique executado em 2019. Maior universidade de sua região, abrangendo duas províncias, a Unilicungo abriga 14 mil estudantes.

Para o professor Geraldo, o PCI é muito importante, porque a Unilicungo tem um corpo docente que quer se qualificar ainda mais, e os projetos de pesquisa já estão sendo elaborados, visando ao processo de seleção. Linhas de Pesquisa daqui, mas o olhar de lá, como salienta a professora Mariana. Por causa da pandemia, os professores da UEL não poderão ir até Moçambique, como prevê o Programa. Também são previstos períodos-sanduíches aos estudantes – 6 meses para os mestrados e de 9 a 12 meses para os doutorandos.

O professor Geraldo observa ainda que, em Moçambique, as pesquisas têm se voltado para a melhoria dos processos de ensino e da produção de material didático, assim como comenta que o ensino secundário (13 a 16 anos) é o mais problemático lá, seguido do ensino superior. O professor conta ainda que, nos últimos anos, continuou participando de eventos científicos no Brasil, e pensa no Pós-Doutorado.

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