Projeto interinstitucional tem letramento acadêmico-científico

Projeto interinstitucional tem letramento acadêmico-científico

É colaborativo e reúne quatro instituições: UEL, (Unespar, UTFPR e Instituto Federal do Paraná (IFPR).

José de Arimathéia

Agência UEL


Todo estudante universitário, em algum período de sua trajetória, passa por aquele momento em que precisa produzir um texto (um trabalho, um artigo, uma monografia, etc.), abre o Word, olha para a tela branca, vê o cursor piscando e pensa: “Por onde eu começo?”.

Tais desafios podem ser melhor encarados quando o estudante possui conhecimentos linguístico-discursivos e contextuais úteis para sua produção textual. É aí que entra o LILA – Laboratório Integrado de Letramentos Acadêmico-Científicos, um projeto colaborativo e que reúne, no momento, quatro instituições: UEL, Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Instituto Federal do Paraná (IFPR).

O LILA teve início anos atrás, quando um projeto anterior mapeou a existência de outros laboratórios semelhantes. A professora Vera Lúcia Lopes Cristovão (Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas/UEL), coordenadora geral do Laboratório, conta que no Paraná existem dois – um Laboratório de Estudos de Texto na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), desde 2007, que atua como extensão, e um Centro de Assessoria para Produção Acadêmica (CAPA) na Universidade Federal do Paraná, que existe desde 2015.

(FOTO: Ilustrativa)

O objetivo principal do LILA é conceber e oferecer ações em favor dos letramentos acadêmico-científicos para as comunidades interna e externa das instituições envolvidas. Em outras palavras, possibilita aos participantes não só a construção de um conhecimento em torno da escrita e oralidade científica e acadêmica (como escrever um artigo ou fazer uma apresentação) mas, bem além disso, refletir e compreender as próprias relações de poder envolvidas neste meio.

O LILA tem uma proposta diferente. Além de nascer multicêntrico e ser um projeto integrado (ensino, pesquisa e extensão), ele atua não só no letramento em língua portuguesa, mas também em outros idiomas. Outro aspecto destacado pela professora Vera é a característica de mão dupla do projeto, pela qual as Ciências da Linguagem e as outras culturas disciplinares, como a Biologia, contribuem umas com as outras.

Na UEL, o LILA conta com três professoras doutoras da área de inglês, quatro doutorandos do PPGEL-UEL e cinco alunos de IC. No IF-PR, o Laboratório atende em praticamente todas as regiões do estado. Sua atuação alcança Londrina, Apucarana, Arapongas, Campo Mourão, Foz do Iguaçu, Palmas, Curitiba, Pinhais e Paranaguá com dez pesquisadores, além de três bolsistas de Iniciação Científica do IFPR (Londrina). Na Unespar, são oito pesquisadores e cinco na UTFPR. Cada instituição tem seu coordenador local.

Segundo a coordenadora geral do projeto, a ideia é expandir, tornando o Laboratório uma rede em todas as instituições de ensino superior públicas do estado. Os primeiros passos já foram dados: quase todas já foram convidadas e algumas já deram respostas positivas. De fato, várias já participam dos eventos promovidos pelo LILA, a UEPG, por exemplo. A expansão, porém, não pararia por aí. Para a professora Vera, no futuro o projeto pode se capilarizar, ou seja, chegar diretamente à população através das escolas, organizações não governamentais e outras instâncias. Já nas IEES, ela visualiza um espaço físico próprio e recursos, como uma biblioteca.

ROCA – Uma das ações desenvolvidas é a I ROCA (Rodas de Conversas Acadêmicas – Conhecendo Laboratórios: Tecendo Experiências). Trata-se de um evento online, apoiado pelo Grupo de Pesquisa Linguagem e Educação (LED/UEL), que visa proporcionar um espaço qualificado de discussão sobre letramentos acadêmicos e científicos. As rodas de conversa trarão pesquisadores de diversas instituições de ensino envolvidos em ações e experiência extracurriculares de letramentos acadêmicos e científicos. Como sugere a sigla do evento, a ideia é “tecer” um painel com múltiplas vozes.

A primeira roda de conversa foi no dia 22 deste mês e teve como convidados os professores Graciela Rabuske Hendges (Universidade Federal de Santa Maria/RS), José Ribamar Lopes Batista (Universidade Federal do Piauí), mediados pela professora Vera Lúcia Lopes Cristovão (UEL).

O próximo encontro será dia 12 de novembro, com as professoras Regina Celi Mendes Pereira da Silva (Universidade Federal da Paraíba), Jéssica do Nascimento Rodrigues (Universidade Federal Fluminense/Niterói), mediadas pela professora Jacqueline Vignoli (Unespar). O encontro seguinte será dia 26 de novembro, com as professoras Eliane Gouvêa Lousada (USP), Letícia Fraga (UEPG) e Djane Antonucci Correa (UEPG), mediadas pela professora Marlene Aparecida Ferrarini Bigareli (IFPR). O último encontro do ano será em 10 de dezembro, com participação do professor Frederico Navarro (Universidade O’Higgins Argentina-Chile), mediado pelas professoras Amábile Piacentine Drogui (Unespar – Apucarana) e Ana Valéria Bork-Godke. Todos têm início às 19h30. As rodas de conversa acontecem pelo canal do You Tube do LILA.

Workshop – Outra ação é o workshop “Promoção de Letramentos Acadêmicos em cursos de Biologia”, que teve início em setembro e vai até novembro, com encontros semanais síncronos por meio de plataforma digital. O objetivo é promover discussões sobre gêneros textuais e letramentos acadêmicos, e a expectativa é colaborar no aprimoramento da escrita acadêmica dos estudantes dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas da UEL e do IFPR/Londrina, através de materiais e ferramentas construídos coletivamente na formação e que poderão compor as práticas pedagógicas docentes.

Grupo de Estudos – O projeto criou ainda o Grupo de Estudos – Letramentos Acadêmicos para o LILA-IFPR. Ele envolve docentes do IFPR dos campi de Londrina, Curitiba, Foz do Iguaçu, Palmas, Paranaguá, Pinhais, Arapongas e é coordenado por duas integrantes do Laboratório. Entre setembro e dezembro de 2020, acontecem cinco encontros síncronos, por meio de plataforma digital, com duração de três horas cada.

Durante os encontros, são discutidas a fundamentação teórica sobre leitura e escrita de gêneros acadêmicos, experiências sobre necessidades locais e potencialidade de ações previstas. Assim, podem ser planejadas ações conjuntas ou até mesmo expandir o projeto. Os primeiros encontros já demonstraram entusiasmo dos participantes.

Saiba mais na rede social do Laboratório – LILA –  ou envie um e-mail para lila.parana.2020@gmail.com .

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