Professora lança livro sobre história, construção e importância da Avenida Atlântica do RJ
Professora lança livro sobre história, construção e importância da Avenida Atlântica do RJ
Leitura é recomendada para quem se interessa por arte, arquitetura, patrimônio cultural e memóriaA professora Teba Silva Yllana, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, lança no próximo dia 13 de agosto o livro Avenida Atlântica, um patrimônio reescrito, com base em sua tese de Doutorado, defendida na UFRJ, em 2019, e que retifica e resgata a História e avalia os valores patrimoniais do Calçadão de Copacabana, a partir da análise de documentos e de entrevistas com urbanistas e agentes responsáveis pela manutenção do lugar. O lançamento será na Livraria da Vila, no Aurora Shopping, a partir das 19 horas, com sessão de autógrafos e comercialização dos exemplares físicos.
O livro foi lançado no Rio de Janeiro, em outubro passado, durante o Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ENANPARQ), realizado na UFRJ. A publicação sai pela editora Rio Books, com 350 páginas, fotografias atualizadas do mais famoso calçadão do país e croquis feitos pela própria autora para demonstrar detalhes arquitetônicos. O calçadão representa um conjunto de três vias, mede 4,5 km de extensão e é formado pelo calçamento à beira mar, o canteiro central e o calçamento das edificações da Avenida Atlântica.

O projeto da Avenida é do arquiteto Lúcio Costa, com a participação do artista plástico e paisagista Roberto Burle Marx, responsável pelo desenho que “emoldura” toda a extensão da avenida. A obra, segundo levantamento feito pela professora durante a pesquisa de Doutorado, foi realizada entre os anos de 1969 e 1970. O calçadão é considerado um projeto de Land Art, ou Arte da Terra, ou Earthworks, movimento artístico da década de 60, no qual as obras são criadas na Natureza, em grande escala, utilizando a paisagem como suporte e materiais naturais, como rochas, terra e plantas. Até 2020 o calçadão era considerado como a maior obra de arte pública do mundo.
Segundo Teba, dada a importância histórica e patrimonial do calçadão, o livro é leitura recomendada para quem se interessa por Arte, Arquitetura, patrimônio cultural e memória. Embora seja baseado em uma tese de Doutorado, possui uma linguagem fluida, sem capítulos teóricos, complementados com fotos e desenhos da autora. Foram mantidas as réplicas dos documentos utilizados para reconstituir a história da obra.
“Penso que é uma leitura fácil, porém densa pela grande quantidade de informação”, descreve a pesquisadora. Teba explica que os estudos tiveram o objetivo de desvendar como um patrimônio tombado e usado de forma intensiva sobreviveu às atualizações. Embora apresente atualmente alguns pontos deteriorados, o calçadão mantém suas características originais e a mesma importância desde a sua construção nos anos de 1910.

Teba explica que decidiu pesquisar o calçadão de Copacabana atraída pelo trabalho de Burle Marx, que mistura arte, arquitetura e paisagismo. Ela explica que o arquiteto acabou conseguindo ainda maior projeção após o calçadão. O projeto foi apresentado na Bienal de Arquitetura de Veneza, entre 1960 e 1961, como o primeiro jardim a ser considerado obra de arte. O evento é termômetro para a arquitetura contemporânea, na qual são discutidas e apresentadas ideias inovadoras.
Entusiasmada com o trabalho, Teba já prepara seu segundo livro, que deve ser lançado no início de 2026, também pela editora Rio Books. Neste trabalho ela pretende apresentar a obra do arquiteto Léo de Judá Barbosa, autor de projetos importantes em Londrina como o Centro Social Urbano da Vila Portuguesa, o Ginásio de Esportes Darcy Cortez (“Moringão”) e o prédio da Associação Odontológica. Léo foi um dos profissionais estudados pela pesquisadora durante o Mestrado, considerado profissional com visão das demandas de uma cidade, bastante incomum para sua época. Não à toa foi Secretário de Obras ou de Planejamento com prefeitos diferentes.
