O curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (PPGSOC-UEL) está completando 25 anos de existência, com o ingresso da primeira turma no ano 2000. Na época, o programa ainda era intitulado “Ciências Sociais”, abrangendo três áreas básicas de conhecimento: a Antropologia, a Ciência Política e a Sociologia.

Após a obtenção do conceito 4 garantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em 2013, veio a mudança para o nome atual em 2017, levando a especialização no programa para a área de Sociologia. A coordenadora, Carla Delgado de Souza, explicou que no início “era possível que uma dissertação, uma pesquisa feita em Antropologia fosse infringida em Ciências Sociais. Quando há alteração para o Programa de Pós-Graduação em Sociologia, a Antropologia resolve sair, porque entende que não está mais contemplada”.

A tendência foi e é comum nos programas de Ciências Sociais Brasil adentro, visto que “sempre há muito mais docentes da área de Sociologia do que das áreas de ciências irmãs”, pontuou Souza. “O primeiro departamento a se soltar é o de Sociologia, para ter um pessoal capacitado, formado e podendo bancar essa especialização do conhecimento. É um movimento que acontece em todas as universidades, então, geralmente começa com um departamento grande de Ciências Sociais e vai se direcionando”, indicou a coordenadora.

No ano seguinte à mudança, em 2018, foi autorizada a criação do Doutorado em Sociologia, que também recebeu a avaliação 4 no conceito da CAPES. A primeira turma ingressou em 2019, após esforço coletivo dos professores para a implantação.

Atuação dos egressos

Atualmente, o PPGSOC/UEL promove estudos avançados e atividades de pesquisa nas várias temáticas da Sociologia, articuladas em duas linhas de pesquisa: “Estado, Governança e Democracia” e “Desigualdades, Cidadania e Cultura”. 

O foco principal da “ciência disciplinar” ofertada, como Souza descreve, é formar futuros pesquisadores que irão atuar na academia. Porém, o programa também capacita a atuação do trabalho em consultorias e o desenvolvimento de projetos e políticas públicas de acordo com as exigências do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG).

“Uma área de atuação que sempre foi muito forte entre os nossos egressos foi a educação básica. Tem muita gente que já trabalha com isso, vem fazer Mestrado ou Doutorado com a gente e continua trabalhando na educação básica, mas aí com uma maior qualificação. Uma vocação cada vez maior do programa é a formação de profissionais capazes em pensar e avaliar políticas públicas, porque é uma área que efetivamente a gente pode contribuir”, considerou a coordenadora.

Exemplificando, contou que docentes do programa são analistas de políticas públicas e têm uma interface para a solução de problemas societários. “É urgente que a gente forme profissionais mais capacitados nesse sentido e é urgente que o Estado também procure esse tipo de especialização, que as universidades têm para oferecer e que podem contribuir muito para se pensar essas políticas que nós precisamos tanto no nosso país”, indicou a antropóloga.

Futuro

Souza informou que a coordenação planeja os próximos passos para alavancar ainda mais a Pós-Graduação em Sociologia, com a chegada de novos professores e até antigos docentes, que lecionaram no programa anteriormente. Com a expansão, é uma possibilidade a atualização das linhas de pesquisa existentes.

“Como vai crescendo, tem que crescer também o número de professores. A demanda nunca foi um problema para nós, sempre temos um número razoável de inscrições, tanto para o Mestrado quanto para o Doutorado, então não sendo um problema dessa natureza, é necessário fazer essas readequações no momento”, pontuou a coordenadora.

*Bolsista na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação