Águas do EMA: projeto propõe ações de restauração da principal fonte de abastecimento em Rolândia

Águas do EMA: projeto propõe ações de restauração da principal fonte de abastecimento em Rolândia

70% do fornecimento de água da cidade vem da região

Não é de hoje que a cidade enfrenta problemas com o abastecimento de água ou a falta dele. O descarte irregular de resíduos sólidos no solo e que posteriormente vão parar nas águas têm prejudicado a população como um todo. Para tentar contornar essa situação, uma ação extensionista desenvolvida na Universidade foi pensada para restaurar e preservar o Ribeirão do Ema, área essencial para o abastecimento de água local.

Dessa forma, o Projeto de Extensão “Águas do Ema: Preservando o futuro sustentável do ribeirão e comunidade” concentra-se na resolução de problemas significativos como poluição, erosão, degradação da mata ciliar e contaminação por dejetos animais. A ação é uma parceria entre a Universidade Estadual de Londrina e a Itaipu/Parquetec e tem a coordenação do professor Weliton José da Silva, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal (BAV-CCB).  

Segundo ele, a origem do ‘Águas do Ema’ surgiu a partir do diagnóstico de um projeto anterior que identificou problemas que ameaçavam a biodiversidade e a qualidade ambiental da região. Portanto, o principal objetivo da ação extensionista agora é o de fortalecer a sustentabilidade ecológica e promover o bem-estar da comunidade local através de uma série de iniciativas estratégicas que visem a sua garantia.

O professor comenta que as ações empreendidas consistem na realização de oficinas educativas para a comunidade sobre os benefícios da preservação ambiental, à restauração da mata ciliar do ribeirão do Ema e a remoção de espécies exóticas invasoras. Para tanto, a abordagem do projeto envolve uma ação multidisciplinar entre diferentes áreas do conhecimento que tratem da educação ambiental e redução do descarte irregular de resíduos.

Weliton José comenta que durante esse período de um ano, já foram realizadas ações com atividades lúdicas para crianças, falando sobre biodiversidade local, em uma ação em conjunto com a Escola Municipal São Fernando situada em Rolândia. A finalidade dessas ações em específico visa preparar as futuras gerações para os desafios ambientais que eventualmente elas possam enfrentar.

Ação realizada na Escola Municipal São Fernando, em 23/03/2025, pelo dia mundial da água

Outro aspecto importante envolve a restauração da mata ciliar, que inclui a formação de multiplicadores de conhecimento, ou seja, pessoas da comunidade engajadas na produção de mudas nativas em viveiros comunitários, posteriormente plantadas. O docente usa o exemplo do eucalipto, espécie nativa da Oceania, hoje a árvore florestal mais plantada no Brasil e que aos poucos vem sendo substituída por meio de ações que estimulam o plantio de árvores originárias da Mata Atlântica.  Essas e outras ações como o monitoramento do ecossistema aquático da região são supervisionados pela equipe do projeto.

Coleta efetuada no Ribeirão do Ema em 2024

Participantes

Além do professor Weliton José da Silva, o projeto de extensão conta com os alunos da graduação Lucas Baldo do Nascimento; Luiz Fernando Domingos; Maria Eduarda Araujo e Vinicius Afonso Pinto Tramontina.

Em conversa com O Perobal, Vinicius Tramontina, colaborador e bolsista do projeto diz que “seu interesse nasceu da oportunidade de auxiliar processos de minimização dos impactos ambientais gerados pelo ser humano no meio ambiente”. Para ele, o valor do projeto é também social, pois, além de fornecer água com qualidade, ainda reduz os custos para a população e para o Estado, que por sua vez, não precisa custear tratamentos de saúde, uma vez que a prevenção é adotada em relação  ao problema com ações instituídas pela Universidade.

Questionado sobre a importância da participação de estudantes em projetos de extensão oferecidos pela UEL, Vinicius diz que, para ele, é a forma da Universidade mostrar para a comunidade o resultado de suas ações que extrapolam os limites e os muros da instituição.

Lucas Baldo do Nascimento outro participante e bolsista do projeto, diz que “sua participação foi motivada pela união da teoria e prática proporcionada pelo projeto de extensão e isso agrega com a contribuição do conhecimento por parte da comunidade acadêmica para com a sociedade”.

E sobre a participação na ação extensionista, segundo Lucas, o projeto proporcionou e ainda proporciona conhecimentos que talvez ele não tivesse, se não fosse integrante do projeto. O discente entrou ainda no primeiro ano do curso e diz que “à época mal sabia fazer o manuseio de equipamentos técnicos como microscópio, por exemplo. E agora, graças ao Águas do Ema, ele sabe fazer uso dos equipamentos, além de ter contato com a teoria oferecida pelo curso e prática por parte do projeto”.  

Imagem dos alunos Vinicius Tramontina e Lucas Baldo do Nascimento em campo
Treinamento sobre viveiros com bolsistas do projeto realizado em 27/11/2024

Resultados

O projeto tem prazo de um ano e termina agora em outubro, no mesmo mês será realizado um evento que apresentará os resultados obtidos pelo Águas do Ema e demais projetos contemplados com bolsa pelo edital da Itaipu/Parquetec, parceria entre a Universidade e a Usina Hidrelétrica Binacional.

Reunião com pessoal da Itaipu Parquetec na UEL para tratar sobre o andamento do projeto, realizada em 28/01/2025 (Fotos: Projeto Águas do Ema)

*Estagiário de jornalismo na Coordenadoria de Comunicação Social.

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