Laboratório é contemplado com Chamada Universal e Bolsa Produtividade do CNPq

Laboratório é contemplado com Chamada Universal e Bolsa Produtividade do CNPq

Paralelamente, o professor também conseguiu, neste segundo semestre, aprovação na última Chamada Universal do CNPq, que contempla projetos com potencial para inovação

O professor Ulisses de Pádua, atual diretor do Hospital Veterinário (HV), coordenador do Laboratório de Bacteriologia de Peixes (LABBEP) da UEL, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), teve renovada a bolsa produtividade do CNPq para dar continuidade a pesquisas relacionadas ao estudo de bactérias super-resistentes a antibióticos e para o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção comercial de peixes, sobretudo de tilápias. Paralelamente o professor também conseguiu, neste segundo semestre, aprovação na última Chamada Universal do CNPq, que contempla projetos com potencial para inovação. O edital prevê recursos da ordem de R$ 200 mil que serão investidos em bolsas de estudo, insumos e equipamentos.

Segundo o coordenador o foco dos experimentos são pesquisas relacionadas à doença Edwardsielose, provocada pela bactéria Edwardsiella, que afeta espécies como tilápia, bagre e o pintado. A equipe do LABBEP descreveu em 2022 algumas doenças provocadas por duas espécies do patógeno sendo relatadas pela primeira vez no país, a Edwardsiella anguillarum e E. piscicida. Os estudos buscam descobrir mecanismos genéticos que possam mapear essa doença que afeta estas espécies utilizadas em plantéis comerciais. A importância destes estudos está relacionada à melhoria e eficiência do manejo na atividade comercial.

O Paraná é hoje o principal estado produtor de peixes em cativeiro do país, apresentando este ano um aumento de mais de 10% em relação a 2024, registrando um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 2,29 bilhões. O crescimento é impulsionado por investimentos em tecnologia e modernização do setor, com o apoio de cooperativas, piscicultores e da pesquisa.

Segundo o professor Ulisses, os estudos consideram realizar o sequenciamento genético para tentar direcionar quais os mecanismos envolvidos na relação  hospedeiro de adaptabilidade, conhecimento que pode ser futuramente utilizado para desenvolvimento de vacinas. Outro objetivo da pesquisa é desenvolver uma vacina que possa combater a bactéria com eficiência. Nos próximos três anos, o tempo de vigência da bolsa produtividade, serão realizados os primeiros testes de imunizantes. A expectativa é desenvolver diferentes tipos de vacina com elevada eficácia, que consiga proteger acima de 90% dos animais imunizados.

Outros investimentos

No ano passado, o laboratório foi contemplado com recursos da ordem de R$ 1,3 milhão, também do CNPq, para o desenvolvimento pesquisas de bactérias multirresistentes aos antibióticos. Os recursos foram investidos em equipamentos, material de consumo e para pagamento de bolsas de estudos.

Denominado “Rede BactoRAM-Ômica no contexto de saúde única: identificação, monitoramento e caracterização genômica de bactérias multirresistentes em hospitais veterinários, em diferentes sistemas de produção de peixes e em alimentos”, o projeto integra outras universidades como UFLA, UFMG, UNISA-SP,  Unicentro, Unipar, Uenp, UEM, UTFPR, PUC-PR, UFG, UFNT, UFGD, Unesp Campus Jaboticabal, Univas e parceiros internacionais como a Universidade do Chile, empresa Corpavet, da Colômbia, Universidade da Califórnia e Universidade Estadual do Mississippi.

No ano retrasado, o LABBEP formalizou o primeiro acordo de cooperação com uma empresa privada, de forma conjunta com o edital AGEUNI da Secretaria Estadual de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia (SETI), para o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção comercial de peixes, sobretudo tilápias. O acordo foi feito com a Simbiose – Indústria e Comércio de Fertilizantes e Insumos, considerada entre as maiores produtoras brasileiras de microbiológicos.

O acordo busca manter três subprojetos considerados estratégicos – diagnóstico rápido de doenças infecciosas de animais especialmente peixes; prospecção de bactérias candidatas a probióticos para animais e desenvolvimento de vacinas autógenas contra as principais doenças infecciosas de peixes. Estas inovações são importantes na medida em que o mercado consumidor busca alternativas de proteínas mais baratas. No Brasil, o peixe mais consumido é a tilápia, impulsionado pela demanda interna e pelo aumento das exportações. A espécie é valorizada pelo preço acessível, carne magra, qualidade e sabor.

Professor Ulisses: a expectativa é desenvolver diferentes tipos de vacina com elevada eficácia, que consiga proteger acima de 90% dos animais imunizados (Foto: Pedro Livoratti)

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