Pesquisadores desenvolvem bioativo natural para combater dermatite capilar
Pesquisadores desenvolvem bioativo natural para combater dermatite capilar
Os tratamentos atualmente disponíveis, em sua maioria tópicos, apresentam eficácia limitadaAcordo de cooperação firmado entre o Laboratório de Inovação e Tecnologia Cosmecêutica (Labitec), do Centro de Ciências da Saúde (CCS), com o Hélder Cano Hair Studio, de Londrina, dará origem a um projeto inovador, uma formulação cosmética à base de bioativos naturais para o tratamento da dermatite capilar —condição inflamatória crônica que afeta o couro cabeludo, sobrancelhas e barba. Os tratamentos atualmente disponíveis, em sua maioria tópicos, apresentam eficácia limitada, pois apenas controlam os sintomas sem eliminar a causa da inflamação, o que favorece recidivas frequentes.
Segundo a coordenadora do Labitec, professora Audrey Garcia Lonni, o projeto envolve pesquisadores dos laboratórios LaMic (Microbiologia), LBBA (Bacteriologia Básica e Aplicada) e LaVir (Virologia Básica e Aplicada), e reúne professores e estudantes de graduação e pós-graduação. “A dermatite capilar afeta um grande número de pessoas, provocando queda de cabelo, descamação, coceira e até infecções. Nosso objetivo é propor uma alternativa mais segura e eficaz, baseada em ativos da biodiversidade brasileira”, explica.

A formulação em desenvolvimento combina bioativos naturais com propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias, buscando uma abordagem funcional e sustentável para restaurar o equilíbrio do couro cabeludo. Os pesquisadores utilizam compostos inovadores que ainda permanecem sob sigilo devido a um futuro depósito de patente.
De acordo com a professora Audrey, o novo produto tem potencial para restabelecer o bioma do couro cabeludo, promovendo a saúde dos fios e reduzindo a reincidência da dermatite. Conforme o acordo de cooperação, os ensaios clínicos serão realizados no Hélder Cano Hair Studio, com participação de voluntários que já buscam tratamentos capilares no local. O estudo será conduzido conforme as normas éticas aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UEL.
A pesquisadora ressalta que os tratamentos convencionais muitas vezes empregam ativos químicos agressivos que desequilibram a microbiota natural da pele, resultando em fios pesados, opacos e ressecados. “Quando o uso desses produtos é interrompido, os sintomas costumam retornar. Nosso objetivo é romper esse ciclo, oferecendo uma solução que trate a causa e preserve o equilíbrio microbiano”, destaca.
O cabeleireiro Hélder Cano observa que a dermatite capilar tem se tornado cada vez mais comum entre os clientes. “Há uma busca crescente por soluções naturais e eficientes. Acreditamos que essa parceria com a universidade vai resultar em um método biológico e eficaz, capaz de tratar a dermatite sem comprometer a saúde do couro cabeludo”, afirma.
A equipe de pesquisadores é composta pelos professores Audrey Garcia Lonni (coordenadora), Andressa Matsumoto, Nicole Caldas Pan, Renata Kobayashi, Gerson Nakazato, Lígia Galhardi e Luciano Panagio. Participam também os estudantes de graduação Bruna Rosa de Jesus e Kauã Chicatto, além das pós-graduandas Ana Júlia Ribeiro Gaioto dos Santos, Débora Dahmer e Briani Bigotto.
