Projeto Novos talentos encerra ciclo com lançamento de livro
Projeto Novos talentos encerra ciclo com lançamento de livro
Escrito pelos alunos do projeto, o 3° Guia de Práticas de Ciências Naturais fecha o NT 2025, que fez suas oficinas entre agosto e setembroJá disponível e de forma gratuita o ‘3° Guia de Práticas de Ciências Naturais’, que pode ser encontrado na página inicial do site do Projeto de Extensão Novos Talentos. Tendo como referência a edição deste ano do projeto, que teve as oficinas realizadas entre agosto e setembro, o livro é dividido em quatro capítulos diferentes, cada um abordando um eixo temático diferente, e escrito pelos estudantes que integraram os eixos.
Em seu prefácio, escrito por Matheus Deroco Veloso da Silva. que foi aluno do projeto, mediador (quando estava na graduação) e chefe de oficina em 2018, quando se graduou em Biomedicina, é citado que as oficinas do projeto mudaram sua forma de ver o conhecimento. E ele não foi o único.
“Quando o projeto foi criado, eu me descobri professora”, disse Daniela Rejan, que atualmente exerce a profissão na Educação Básica e é uma das responsáveis pelo projeto Novos Talentos (NT), também coordenado por Fábio Goulart de Andrade, professor do Departamento de Histologia do Centro de Ciências Biológicas da Universidade (CCB). O projeto proporciona aos estudantes do 9° ano do Ensino Fundamental até os alunos do 3º ano do Ensino Médio, o contato com temas voltados às Ciências Naturais através de oficinas teórico-práticas.
“Então, muitos vêm para cá na graduação achando que serão veterinários e saem daqui querendo ser professor. Porque eles descobrem aqui um outro campo. Isso aconteceu comigo. Eu fazia pesquisa aqui em cima, com ratinho, quando o projeto foi criado, eu me descobri professora. E desci para a oficina”, explica Daniela, que ao lado do professor Eduardo José de Almeida Araújo e outros dois alunos de graduação, foi uma das idealizadoras do projeto, em 2011, com o objetivo de explorar a Ciência, partindo das curiosidades dos alunos.
O NT 25 foi realizado entre os meses de agosto e setembro deste ano e seus eixos temáticos foram: “Nos trilhos da vida: digestão, respiração e circulação”, “Cérebro & Hormônios: o dueto invisível”, “Corpo & Cuidado: ciclos de proteção” e por fim o quarto eixo, denominado “Ecos da vida: conectando ecologia e sustentabilidade”. A seleção dos eixos tem o objetivo de alinhar os conteúdos da Educação Básica com o que é estudado nos cursos de Ciências Biológicas e Ciências da Saúde, mas com cuidado para os conteúdos não serem repetitivos.
“A gente tenta associar conhecimentos de Histologia, Anatomia, Fisiologia, Embriologia, Parasitologia, Botânica, Ecologia, que a gente tem aqui nos cursos das áreas biológicas e da saúde, com esses conteúdos de Ensino Médio”, acrescenta Andrade.

(Foto: André Ridão/ Agência UEL)
Educação não formal
O projeto tem um grande enfoque na educação não formal em suas atividades, ao abordar os conteúdos de uma maneira diferente, com idas aos laboratórios e atividades lúdicas, sem o uso de apostilas ou slides, por exemplo. Através da educação não formal, o projeto oportuniza aos alunos do Ensino Médio e 9º Ano o aprendizado de uma perspectiva diferente das que existem dentro das salas de aula. “Então, geralmente, eles vão ver só apostila, exercício e slide. E isso durante um ano inteiro é enfadonho, é chato. Eles vão ficando entediados. A educação não formal traz esse viés de olhar para aqueles mesmos assuntos de uma maneira diferente e oportunizar que eles conheçam esse espaço que, para nós que estamos aqui, é um espaço formal. Mas, para eles, não é”, descreve Rejan.
Os alunos de graduação do CCB, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) e do Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas (PGCIF), que integram o projeto, exercem a função de mediadores. Na fase de preparação para uma edição do NT, eles passam por um período de capacitação, no qual são discutidos o que será feito por eles, incluindo instruções de elaborar uma aula, como criar um jogo didático e a contextualização para eles do que é a educação não formal e como aplicá-la. A participação dos estudantes do PGCIF possibilitou ao projeto de extensão também receber financiamento do Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (PROEXT-PG).
No projeto, os mediadores têm contato direto com os estudantes da Educação Básica, e também possuem um papel fundamental no deles com o Campus Universitário. Segundo Daniela, eles contribuem para o empoderamento feito pelo projeto dos estudantes das escolas públicas, e despertam neles o sentimento de pertencimento ao ambiente acadêmico. “Então, o contato que eles têm com os mediadores da graduação é super importante, porque eles sempre vão encontrar alguém que estudou em uma escola pública, estudou e entrou na universidade que está mais próximo da realidade deles”, ressaltou.
Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas tanto em seu site, quanto em seu perfil no Instagram.
(*Estagiário de Jornalismo na Coordenadoria de Comunicação Social)
