No dia 24 de novembro, o Hospital do Câncer de Londrina (HCL) sediou uma reunião entre representantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), da diretoria do hospital, do Escritório Regional da Secretaria do Esporte do Paraná, do Conselho Regional de Educação Física (CREF9/PR) e de secretarias municipais de esporte e saúde da região. O encontro teve como objetivo discutir a implementação do Programa Paranaense de Atividade Física para Pacientes Oncológicos, “Movimento pela Vida: no Enfrentamento ao Câncer”,  e avaliar a ampliação do programa Correndo Contra o Câncer para outros municípios.

Durante a reunião, foram apresentados fundamentos científicos, propostas de estruturação do programa, responsabilidades institucionais e encaminhamentos necessários para a continuidade da parceria entre UEL, HCL, CREF9/PR, Secretaria de Estado do Esporte do Paraná e órgãos públicos municipais.

Como desdobramentos, o Departamento de Educação Física da UEL (DEF/UEL) se reunirá com a equipe de pesquisa clínica do HCL para discutir possíveis parcerias. O Escritório Regional de Esporte também agendará uma reunião em Curitiba com o secretário estadual de Esportes, a direção do HCL e representantes da UEL para avançar nos termos de cooperação. Além disso, o projeto deverá ser apresentado às 27 Secretarias Municipais de Esporte da região, buscando ampliar a adesão ao programa.

O CREF9/PR encaminhará aos conselheiros uma proposta de apoio às ações junto aos profissionais de Educação Física dos municípios parceiros. Já a direção do HCL pretende apresentar o projeto ao Conselho do hospital, realizar estudo de viabilidade para a criação de uma unidade de reabilitação e condicionamento físico, além de fomentar pesquisas clínicas em parceria com o DEF/UEL. A iniciativa tem como meta expandir o Correndo Contra o Câncer para toda a região, fortalecendo o uso da atividade física no cuidado oncológico.

Evidências científicas

A implementação de um programa voltado à promoção da atividade física para pessoas com diagnóstico atual ou prévio de câncer se fundamenta em evidências científicas amplamente reconhecidas. Estudos de alta qualidade demonstram que o exercício físico regular é seguro durante tratamentos como quimioterapia, radioterapia, terapias endócrinas e imunoterapia, sendo bem tolerado pelos pacientes. Esse conjunto de evidências sustenta a implantação de programas estruturados, com supervisão profissional e protocolos específicos.

Pesquisas também indicam redução da fadiga, melhora dos aspectos psicossociais, aumento da qualidade de vida e maior capacidade funcional entre os participantes. Benefícios como melhora do sono, diminuição da dor, incremento da função cognitiva e melhor controle do peso corporal reforçam a relevância do exercício físico no enfrentamento dos efeitos adversos do tratamento.

As recomendações nacionais orientam a combinação de exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular, baseados em evidência científica,  associados a atividades de flexibilidade e equilíbrio, respaldadas por evidência moderada. Os benefícios aparecem inclusive quando o exercício é iniciado logo após o diagnóstico, o que reforça seu papel essencial e complementar no cuidado oncológico.

Nesse contexto, fica  evidente a importância de um programa estruturado que garanta acesso seguro, contínuo e orientado à prática de atividade física, contribuindo para a saúde global e a qualidade de vida das pessoas que enfrentam ou já enfrentaram o câncer.

*Estagiária de Jornalismo da COM.