Projeto do CCB orienta comunidade sobre o convívio com os macacos-pregos do Campus

Projeto do CCB orienta comunidade sobre o convívio com os macacos-pregos do Campus

Regras básicas como manter distância e evitar qualquer tipo de interação garantem a boa convivência.

Mais de 30 macacos-pregos podem ser encontrados atualmente no Campus Universitário. Eles, que vivem em bandos nas árvores do Calçadão, durante o tempo sem aulas presenciais, passaram também a frequentar locais onde antes não eram vistos. Nos próximos dias, com a retomada das aulas presenciais a partir do próximo dia 24, os primatas voltam a conviver com os milhares de integrantes da comunidade universitária, que circulam com frequência no espaço. E como será a convivência novamente entre humanos e animais silvestres? 

A professora Ana Paula Vidotto Magnoni, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), coordenadora do Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal (LECA), acredita que a relação pode ser tranquila, mas depende exclusivamente da comunidade aprender a respeitar o espaço dos macacos, que são animais silvestres e têm comportamento selvagem. Para ela, respeitar significa não oferecer alimentos e evitar a aproximação para fazer brincadeiras com eles. 

Como pesquisadora do comportamento dos macacos-pregos da UEL, a professora é taxativa: eles não passam fome e não precisam de alimentos naturais e, muitos menos, industrializados, porque têm mais de 100 tipos de alimentos disponíveis em toda extensão do Campus Universitário, local arborizado, que abriga inúmeras espécies de árvores. O que acontece é que, ao circular pelo Campus, eles encontram comida em lixeiras e as pessoas também oferecem comida. Diante disso, os macacos deixam de procurar o próprio alimento, pois têm à disposição comida fácil.

(Divulgação).

De acordo com a pesquisadora, a principal recomendação é: não alimentar os macacos. Com isso, eles também não criam o hábito de pedir. Ela ainda recomenda guardar qualquer tipo de alimento na bolsa,  principalmente após sair com frutas do Restaurante Universitário (RU). Isso evita que os macacos vejam a comida e avancem nas pessoas para pegá-la. 

Caso passem por uma situação em que os animais avancem, a orientação é a seguinte: procurar manter a calma – não gritar ou sair correndo -, afastar-se sem dar as costas para eles, e se preciso, jogar o alimento na direção contrária para distrair a atenção deles.

Sem sorrisos e fotos

Outras três orientações também devem ser seguidas para uma melhor convivência com os macacos-pregos. A primeira é evitar sorrir para os animais, porque mostrar os dentes é um sinal de agressão entre eles e pode sugerir uma provocação. Também é orientado não tirar fotos deles, porque o ato de apontar o celular pode indicar que é um alimento e eles podem pegar o equipamento. A terceira recomendação é não se aproximar deles para fotografar ou qualquer tipo de interação, ainda mais agora que eles estão desacostumados a conviver com humanos, como explica Ana Paula Vidotto.

Segundo a professora, os animais chamam a atenção por estarem tão perto dos  humanos. Ela reconhece que muitos estudantes e visitantes nunca estiveram frente a frente com um macaco, por este motivo, há curiosidade em se aproximar e fotografar. Mas ela também lembra que os macacos têm vida livre no Campus e não são domesticados. Ter uma boa convivência com os primatas significa “fazer parecer que não está se importando com o macaco”, afirma Ana Paula.

(Divulgação)

Caraterísticas dos macacos-prego da UEL

Atualmente, quatro filhotes foram identificados no bando de macacos, nascidos no mês de dezembro do ano passado. Segundo Ana Paula Vidotto, o grupo tem características físicas muito parecidas, sendo de uma mesma família. Para confirmar essa informação, um estudo genético está sendo desenvolvido pelos pesquisadores do LECA. 

Com os novos membros do grupo, os animais mais velhos apresentam comportamento mais agressivo, principalmente o macho-alfa – facilmente identificado como o maior do bando e com um topete que lembra um chifre. Ele tem como função proteger todos os integrantes do grupo. Por este motivo, a professora recomenda um cuidado maior ao se deparar com ele.

O bando de macacos-prego da UEL fica principalmente no Horto Florestal, localizado próximo à entrada da Fazenda Escola. Eles circulam nas proximidades do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA) e da Réplica da Primeira Igreja Matriz de Londrina. 

Confira abaixo as principais recomendações para a comunidade universitária. O material, produzido pelos integrantes do LECA, traz orientações úteis sobre o convívio com os macacos-prego que habitam o Campus Universitário:

(Divulgação/LECA).

Outras informações sobre os macacos-prego da UEL podem ser obtidas no LECA. Durante a primeira semana de aula, a partir do próximo dia 24, os integrantes do Laboratório estarão em diversos pontos do Campus para orientar estudantes, professores e servidores sobre o convívio com os animais. Além disso, serão realizadas ações nas redes sociais da UEL para reforçar a divulgação junto à comunidade externa.

(FOTOS: Projeto/LECA).

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