Projeto quer levar o conceito de Design Thinking ao Museu Histórico de Londrina

Projeto quer levar o conceito de Design Thinking ao Museu Histórico de Londrina

O objetivo do projeto é aumentar a sintonia entre a linguagem imagética e possibilidades de aprendizado a novas gerações.

Minimizar a falta de sintonia entre a linguagem imagética e as possibilidades de aprendizado durante as visitas às exposições do Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss. Este é o objetivo de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo Departamento de Design (Ceca), em parceria com o Museu, e que prevê a utilização da abordagem de pensamento criativo conhecida mundialmente como design thinking.

Professora do Departamento de Design e coordenadora do Laboratório de Conhecimentos em Design Estratégico e Conexões (LabConde), Ana Paula Perfetto Demarchi conta que o foco da pesquisa é aumentar a aproximação entre o local e os visitantes, em especial, os estudantes do Ensino Fundamental. Neste sentido, o conhecido modelo mental do design thinking passa a funcionar como uma ferramenta de ensino ativo, explica.

Dentre os objetivos do projeto, conta a professora, está o desenvolvimento de desenhos e infográficos para serem inseridos nas exposições itinerantes, trazendo novos dados e histórias que rondam os personagens, lugares, prédios públicos e até objetos antigos, e que ajudam a contar a história da Região Norte do Paraná. Além disso, o objetivo é desenvolver storyboards digitais, acessíveis através de recursos dos smartphones, como o QR Code. “Ainda na criação, trabalhamos com o protótipo conceitual para trabalhar com várias linguagens e tentar tangencializar a ideia. Em alguns casos, quando é físico, vamos utilizar maquetes e mockups (representações gráficas) para ir tangencializando e desenvolvendo este protótipo conceitual”, explica a docente.

Atualmente, a equipe do projeto de pesquisa trabalha com inovações na exposição que traz a reprodução da Casa Comercial, uma mercearia que pertenceu à família do pioneiro Nelson Dequêch e remonta ao período anterior à emancipação de Londrina (década de 1930). Com os recursos digitais acessados via QR Code, os estudantes poderão entender e visualizar como eram utilizados o conhecido limpador de pés denominado “chora paulista”, por exemplo, conta a Ana Paula. Além deste objeto, há também a intenção de demonstrar a utilização do chuveiro e do lampião.

Visitantes

“É necessário. Seria interessante que fizéssemos de forma mais rápida essas intervenções e que pudéssemos utilizar outros recursos, às vezes televisores, para não ficarmos apenas com aquela exposição estática, para trazer a história de um pioneiro, por exemplo. Aprecio muito e acho que é muito importante para a fruição você poder contar com a tecnologia”, avalia a diretora do Museu Histórico de Londrina, Edméia Ribeiro.

Incentivadora do projeto, que é batizado de “O Design Thinking como Estratégia de Inovação Colaborativa em Espaços de Aprendizagem do Museu Histórico de Londrina Interagindo os Preceitos do Design de Exposições”, a diretora avalia que a iniciativa é bem-vinda e pode beneficiar o aprendizado de milhares de estudantes. Só para se ter uma ideia, 242 escolas levaram 7.850 estudantes ao Museu Histórico entre os dias 2 de janeiro e 17 de setembro deste ano, informa Edméia. No mesmo período, o órgão registrou a presença de outros 9.290 visitantes espontâneos do Brasil e de outros 23 países. No entanto, lembra, estes são apenas aqueles que assinaram o caderno de visitantes, o que indica que a procura foi ainda maior.

“São apenas dois dias ao ano em que o Museu fica fechado: o 25 de dezembro e 1º de janeiro. E toda a segunda-feira para limpeza e manutenção. Mas isso são todos os museus”, reforça o convite.

A equipe do projeto é formada pela professora Ana Paula Perfetto Demarchi, por dois estudantes de graduação bolsistas de Iniciação Científica (IC), e pelos colaboradores do Museu Histórico de Londrina. Após passar por um processo de validação com os alunos da rede pública, as inovações tecnológicas precisarão ser implementadas. A partir deste momento, o objetivo é realizar parcerias com estudantes, docentes e pesquisadores dos departamentos de Design, Comunicação, Ciência da Informação, Arquitetura e Urbanismo e com o próprio Museu.

“Depois, em um outro momento, elaboramos um pouco mais este protótipo e vamos validar com o público-alvo. Na primeira avaliação, já levamos a maquete montada para avaliarmos questões que barravam na Museografia, as questões de tamanho, o que podemos mudar”, encerra.

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