Estado destina recursos para estudos em neurociências
Estado destina recursos para estudos em neurociências
Recursos vêm de parceria firmada em 2019 com a Fundação Araucária e a Seti, que visa fomentar a produção em setores estratégicos.As sete Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do Paraná e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) irão selecionar 15 estudantes de mestrado e doutorado envolvidos em projetos de pesquisa em neurociências para atuarem no âmbito de um Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi). O Napi de Neurociências vai destinar recursos da ordem de R$ 407 mil para a Universidade Estadual de Londrina, e é parte da parceria firmada em 2019 entre a Fundação Araucária e a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), que visa fomentar a produção do conhecimento de forma colaborativa a partir de demandas prioritárias do desenvolvimento de setores estratégicos.
A finalidade desse Napi, informa o diretor de pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG), Eduardo Araújo, é disponibilizar técnicas avançadas em neurociências aos pesquisadores que desenvolvem projetos que atendam a determinados critérios – ainda em definição pelo comitê gestor dos recursos.
O cronograma de elaboração dos editais do Napi de Neurociências inclui uma reunião envolvendo os três coordenadores e os demais integrantes do comitê gestor, que deverá ser formado ainda em fevereiro. Em seguida, durante o mês de março, visitas deverão ser realizadas nas sete IEES do Paraná e na UFPR, buscando ampliar a divulgação do programa aos pesquisadores. “No mês de março, vamos fazer convites com o apoio das pró-reitorias e dos coordenadores dos programas de pós-graduação das instituições para que tenhamos, realmente, o máximo de pesquisadores presentes no momento e possamos falar sobre o NAPI. Também vamos conhecer as pesquisas que estão sendo realizadas em uma discussão de mão dupla”, diz.
Os pesquisadores selecionados irão atuar nos laboratórios das universidades estaduais de Londrina e Maringá (UEM) e da Universidade Federal do Paraná, sob a supervisão de pós-doutorandos selecionados para o monitoramento das atividades.
“Qualquer mestrando ou doutorando que faz pesquisa no Paraná e que entenda que estas técnicas irão contribuir poderá se inscrever. Este comitê gestor criará critérios justamente para poder perceber que os projetos serão beneficiados se realmente tiverem acesso a estas técnicas. Tudo no intuito de qualificar ainda mais as pesquisas”, explica o diretor, um dos coordenadores do Napi de Neurociências ao lado de representantes da UEM e da UFPR.
Ainda de acordo com o coordenador, os recursos serão aplicados no custeio das pesquisas, assim como em transporte, alimentação, permanência e na aquisição de materiais. A duração do programa será de até três meses. “O Napi prevê todas as condições para os interessados permanecerem em Londrina, Maringá ou Curitiba, com esse apoio, e ainda conta com um pós-doutorando experiente para trabalhar junto na coleta de dados”, explica.
Os estudantes selecionados poderão utilizar os equipamentos disponíveis, os laboratórios multiusuários presentes nas universidades e a infraestrutura dos centros de estudo. No caso da UEL, a Central Multiusuária de Laboratórios de Pesquisa (CMLP) conta com seis laboratórios multiusuários. “Esses equipamentos já estão disponíveis na nossa instituição. Também garantimos o funcionamento e a manutenção. Nada disso seria possível se não tivéssemos essa infraestrutura na UEL, UEM e UFPR”, afirma.
Técnicas avançadas em neurociências
Embora os editais ainda não tenham sido publicados, o diretor da ProPPG adianta algumas das técnicas que poderão ser abordadas neste Napi de Neurociências. Dentre estas técnicas, estão as que se assemelham a uma “manipulação genética, em que podemos ‘ligar’ e ‘desligar’ neurônios no Sistema Nervoso Central (SNC) em determinadas circunstâncias, dentro de um modelo que está se investigando; como também a atividade neuronal quando está relacionada a pesquisas envolvendo dor; controle de motilidade intestinal, ou seja, a questão do segundo cérebro, no caso, o conjunto de neurônios dos nossos intestinos; e marcação específica de neurônios para visualizarmos grupos muito específicos. São técnicas muito requeridas em revistas científicas de alto fator de impacto”, conclui Araújo.
Napi’s
Desde 2019, já são 30 Napi’s implantados ou em construção no Paraná, representando a principal iniciativa implementada pela Seti e Fundação Araucária no fomento de novos arranjos entre as Instituições de Ensino Superior. Dentre as áreas abraçadas pelos Napi’s já constituídos destacam-se Emergência Climática, Solo, Produção de Alimentos, Proteínas Alternativas, Monitoramento Genômico, Vacina contra a Covid-19, Computação de Alto Desempenho, Serviços Ecossistêmicos, Recursos Genéticos, Bioinformática, Biogás, Zero Carbono, Segurança Pública, Parques Tecnológicos, Fenômenos Extremos do Universo e Educação Para o Futuro.