Público fiel e consistente marca retomada de filmes no Cine Teatro Ouro Verde
Público fiel e consistente marca retomada de filmes no Cine Teatro Ouro Verde
Foram 2668 espectadores em pouco mais de um ano de exibição, desde 2 de maio de 2022. Equipe foi entrevistada pela Rádio UEL FM.O primeiro ano de exibições de filmes no Cine Teatro Ouro Verde, depois de um hiato de 20 anos, teve um público de 2.668 espectadores. Os dados foram divulgados pela Divisão de Cinema da Casa de Cultura da UEL e compreendem o período de 2 de maio de 2022 a 31 de maio de 2023. O Ouro Verde completou 70 anos em dezembro do ano passado. O cinema funciona de segunda a quarta, com sessões às 16 horas e às 19h30. Esta semana, excepcionalmente, por conta de uma brecha na concorrida e disputada agenda do cine teatro, o longa EO está em cartaz nesta sexta (2) e sábado (3). Também será exibido nos dias 5, 6 e 7.
Os campeões da bilheteria do Ouro Verde nesse retorno do espaço como cinema foram “A esposa de Tchaikovsky”, com 241 pagantes em seis dias de exibição e 12 sessões; “Ilusões Perdidas“, com 156 pagantes; o longa nacional “Aos nossos filhos”, com 145 espectadores; por fim, “Mentes Extraordinárias”, com público de 120 pessoas. O levantamento foi feito a pedido da Rádio UEL FM pelo técnico de assuntos universitários Erasmo Cambuí, que atua na Divisão de Cinema da Casa de Cultura. Quando a frequência do público é boa para determinado filme, ele costuma ser exibido na semana seguinte.
Cambuí e o diretor da divisão, Carlos Eduardo Lourenço Jorge, que também é crítico de cinema, foram entrevistados ao vivo na rádio no dia 30. O áudio da entrevista está disponível abaixo:
A frequência ao cinema é considerada satisfatória pelos dois. “Esperávamos até um retorno mais lento dos espectadores”, diz o técnico de assuntos universitários. Ele analisa que se trata de uma sala de rua, sem estacionamento e sem a comodidade dos shoppings centers. “A nostalgia existe e as pessoas gostam do espaço e de falar que foram ao Ouro Verde. Mas, isso não é suficiente. É preciso uma programação e o critério de oferecer o mínimo de qualidade internacional alternativa, nosso princípio. Para que as pessoas saibam a linha de conduta dessa programação: a reflexão. Nossos filmes são entretenimento, sim, mas entretenimento calibrado. O contrário disso são as salas de shoppings, em que são exibidas as grandes aventuras, os grandes romances, as comedias mais descabeladas. Essa não é a nossa praia”,
completa Lourenço Jorge.
Ele considera o público pequeno, mas “fiel e consistente”. A Casa de Cultura da UEL tem um mailing e envia, por e-mail, a programação semanal do Ouro Verde. Quem quiser se cadastrar deve mandar e-mail para erasmo@uel.br. Um desses espectadores assíduos é o historiador Edson Holtz, servidor aposentado da UEL. Atual presidente da Funcart e membro do Foto Clube de Londrina, ele diz que os filmes de qualidade que estão na programação do Ouro Verde o ajudam, inclusive, a apurar o olhar como fotógrafo. Holtz considera o espaço como um “oásis cinematográfico” em Londrina.
O historiador também foi entrevistado na UEL FM nesta semana. A entrevista está disponível abaixo:
Para a diretora da Casa de Cultura da UEL, professora Marta Dantas, é um imenso privilégio ter o Cine Teatro Ouro Verde. “A Divisão de Cinema oferece ao público filmes que não passam no circuito comercial. São filmes de nacionalidades e estéticas cinematográficas diversas. Quem de nós teria acesso fora dos grandes centros e mesmo fora de uma programação de festivais de cinema a filmes iranianos,
egípcios, poloneses? Além de longas de países em que a produção de filmes de arte é
bastante conhecida como a França, por exemplo?”
Ela argumenta que os filmes selecionados por Lourenço Jorge nos convidam à reflexão e, outras vezes, somos afetados emocionalmente pelo impacto estético das obras. “Muitos abordam problemas candentes no mundo contemporâneo: questões de gênero, eutanásia, desigualdades, questões ambientais, movimentos migratórios. É uma tendência da arte, na contemporaneidade, trazer à tona esses problemas da sociedade e, diante da tela do cinema, o público é retirado da posição confortável. São filmes que levantam questões, chacoalham as nossas certezas, apontam impasses e, muitas vezes, não apresentam soluções”.
Para Marta Dantas, ao fomentar a reflexão de questões complexas e também do contexto social brasileiro, a programação do Ouro Verde expressa o compromisso social da universidade com a cultura e com as questões cruciais para a sociedade e para a cidade. O time que faz o cinema acontecer no Ouro Verde é formado por Lourenço Jorge, Cambuí, o projetista Eliud Silva Gonçalves e a bilheteira do cine teatro, Maria Madalena de Souza. A equipe do Ouro Verde é comandada pelo gerente João Manoel Martins e conta com o supervisor técnico de palco Benedito Luciano da Silva, além dos agentes de segurança interna Norman Alves Motta, Claudionei Batista Vieira e Sebastião Bento do Nascimento, além de um quarto servidor que faz cobertura de plantões.
Os ingressos do cinema têm o preço de R$ 20,00, com meia entrada válida para muitos espectadores: estudantes, professores, doadores de sangue regular, pessoas com mais de 60 anos, filiados à OAB, ao Sindicato dos Jornalistas e ao sindicato dos servidores públicos. Professor ou facilitador com cinco alunos ou mais têm isenção no valor do ingresso. A bilheteria abre meia hora antes de cada sessão e só aceita pagamento em dinheiro.