UEL FM estreia série em alusão aos 20 anos de implantação das cotas raciais

UEL FM estreia série em alusão aos 20 anos de implantação das cotas raciais

Cada episódio tem, em média, dez minutos de duração, e vai ao ar diariamente no programa Revista do Meio-Dia, entre 12h e 12h45.

A Rádio UEL FM (107,9 MHz) estreia nesta terça-feira (26), a série “Vozes de egressos e egressas cotistas: existir e resistir – 20 anos de implantação das cotas raciais na UEL”. Composta por sete episódios, a série tem como objetivo mostrar como a política de cotas influenciou o percurso educacional e as oportunidades profissionais de ex-alunos cotistas da instituição. Cada episódio tem, em média, dez minutos de duração, e vai ao ar diariamente no programa Revista do Meio-Dia, entre 12h e 12h45.

A iniciativa partiu da coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), professora Marleide Rodrigues da Silva Perrude, que propôs à Rádio um programa que abordasse especificamente a trajetória acadêmica e profissional de egressos cotistas.

“Quando as pessoas trabalham juntas, há um ambiente de troca de conhecimentos e experiências. Ao estabelecer esta parceria com a Rádio UEL, o NEAB fortalece suas ações e amplia a visibilidade de suas atividades. A emissora tem sido um canal importante na campanha institucional UEL na Luta contra o Racismo e esta série de entrevistas marca a continuidade desse compromisso.

Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), professora Marleide Perrude. (Foto: arquivo pessoal).

Esse trabalho em parceria é de grande importância e revela que a luta antirracista é uma responsabilidade de toda a comunidade universitária nos seus diferentes contextos”, afirma a coordenadora.

A produção é do Núcleo de Jornalismo da emissora, com supervisão das jornalistas Eliete Vanzo e Valéria Giani. As sete entrevistas incluem egressos de Geografia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, Pedagogia, Letras, Medicina e Psicologia.

O primeiro episódio destaca a trajetória do geógrafo Lindberg Nascimento Júnior. Natural da Bahia, residia na periferia de Londrina quando ingressou no curso de Geografia da UEL pelo sistema de cotas em 2006. Formou-se em 2010 na Licenciatura e, em 2011, no Bacharelado. Hoje é professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Lindberg atua no curso de Geografia e nos programas de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) e em Desastres Naturais (PPGDN). Coordena o Laboratório de Climatologia Aplicada (GCN/UFSC) e, entre outras funções, é vice-líder do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão População e Políticas da Especialidade (NuPOPE) e do Grupo Alteritas de Estudos e Pesquisas sobre Diferença, Arte e Educação. Desenvolve atividades nos campos de Climatologia Geográfica, Geografia do Clima, Geografia Física Crítica (Critical Physical Geography), com enfoque nos seguintes temas: variabilidade climática, clima urbano, risco climático, racismo ambiental e educação geográfica antirracista.

O geógrafo Lindberg Nascimento Júnior é o primeiro personagem da série. (Foto: arquivo pessoal).

____

“A partir da UEL, com o ingresso pela política de cotas, minha vida foi transformada.”

“Eu digo transformação porque dentro da normalidade da vida de um jovem negro da periferia de Londrina, que ainda é nordestino, o arco de expectativa de futuro é muito reduzido. E, nesse contexto, foi muito importante para mim a entrada na UEL que já era algo quase impossível. Graças à política de cotas, isso se tornou possível. A ampliação do arco de expectativa aumentou, inclusive em níveis mais profundos, porque eu pude considerar que a entrada na Universidade abria não só mais uma janela, mas uma série de portas que pudesse garantir para mim hoje o status de professor universitário, de seguir uma carreira acadêmica”, analisa Lindberg Nascimento Júnior.

Leia também