Projeto da UEL está entre finalistas do programa aceleração de negócios
Projeto da UEL está entre finalistas do programa aceleração de negócios
Professor Admilton Oliveira Deméter, do CCA, desenvolveu um agente biológico para o controle de doenças em plantas.O Governo do Estado do Paraná, por meio da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), divulgou os cinco finalistas do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime). Na próxima fase, cada participante aprovado receberá uma bolsa-auxílio para um programa de pré-aceleração, com capacitação avançada e metodologias de desenvolvimento de negócios.
Pela UEL, o professor Admilton Oliveira Deméter, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), desenvolveu um agente biológico para o controle de doenças de plantas. Na pesquisa, além da ação fungicida, o bioproduto obteve resultados favoráveis para o crescimento de plantas com mais vigor.
O produto desenvolvido pelo professor Admilton e sua equipe é um agente biológico para controle de doenças de plantas. Tem ação predominantemente fungicida, mas a pesquisa foi além e obteve resultados nematicidas e até favoráveis ao crescimento das plantas com mais vigor. Tais efeitos secundários foram publicados na revista internacional “Frontiers in Microbiology”, de editora suíça, em janeiro deste ano.
Com foco na transformação do resultado de pesquisas acadêmicas em produtos com potencial de mercado, o Prime tem como finalidade contribuir para o desenvolvimento econômico e social paranaense. O principal objetivo é apoiar titulares de patentes para transformarem as invenções em produtos comerciais, incentivando a abertura de startups e o licenciamento e transferência de tecnologia.
Ao longo do programa, lançado em dezembro do ano passado, os participantes foram submetidos a várias rodadas de pitch, uma técnica utilizada para apresentação de negócios inovadores. Além disso, também receberam mentorias especializadas para estruturar os modelos de negócios e compreender como a comercialização dos respectivos produtos e serviços poderá transformar a realidade dos públicos de interesse.
Segundo o coordenador de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurélio Pelegrina, o Prime foi idealizado para impulsionar o Paraná como um estado estratégico na indução e promoção de conhecimento e inovação. “Entre os resultados esperados, pretende-se intensificar a pesquisa científica e tecnológica em áreas estratégicas, contribuindo para o desenvolvimento do setor produtivo”, afirma.
Ele destaca o papel das instituições estaduais de ensino superior no incentivo à cultura empreendedora, a partir de ações desenvolvidas nos núcleos de inovação e tecnologia, os chamados NITs. “O intuito é identificar oportunidades no ambiente universitário e estimular a inovação, como um nicho de mercado, por meio da pesquisa aplicada, amparada pela proteção intelectual”, sinaliza o coordenador.
O Governo do Estado tem articulado medidas para promover transferência de tecnologia, estimular o patenteamento e o registro das invenções, além de auxiliar os pesquisadores na cessão e no licenciamento de novas tecnologias. Exemplo desse conjunto de ações, a Lei de Inovação (Lei nº 20.541), sancionada em abril deste ano, busca desenvolver o ecossistema de empreendedorismo em todo o território paranaense.
Na primeira edição, o Prime contabilizou 12 horas de capacitação, 76 horas de consultorias individuais, seis horas de mentorias coletivas e cinco rodadas de pitch com cada participante.
Projetos selecionados
Ao todo, 14 projetos participaram das primeiras etapas do Prime. Conheça agora os cinco finalistas contemplados com um programa de pré-aceleração de startups, ofertado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná (Sebrae/PR).
Em quinto lugar, a estudante de mestrado Camila Rick, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), participou com o projeto Daoxi, um dispositivo para o controle automatizado da oxigenoterapia (utilização de oxigénio para tratamentos médicos).
Na quarta posição, o professor Afonso Gonçalves Júnior, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), propôs um filtro sustentável para descontaminação de águas e solos, por meio de absorventes alternativos à base de tabaco para remoção de metais pesados tóxicos e pesticidas.
Em terceiro lugar, a professora Mayra Gallo, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) participou do Prime com o projeto Bio-HiJAck, que consiste em um fungicida biológico para combater a ferrugem-asiática, doença causada por um fungo, que afeta as produções de soja.
Em primeiro lugar, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), o professor Carlos Ricardo Maneck Malfatti, desenvolveu uma cerveja artesanal, enriquecida com bioativos para diabéticos.
Além dos cinco finalistas, também foi concedida menção honrosa para o professor Fernando Lermen, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Ele participou com o projeto Starch Up, um tipo de biofilme para aumentar a vida útil de frutas.
Está prevista para o final deste mês a realização de um evento de encerramento da primeira edição do Prime. Denominado Demo Day (evento de demonstração de projetos inovadores), os empreendedores apresentarão as ideias de negócios para profissionais do mercado.
Áreas Estratégicas
Estabelecidas pelo Conselho Paranaense de Ciência e Tecnologia (CCT Paraná), as áreas estratégicas são as seguintes: agricultura e agronegócios; biotecnologia e saúde; energias sustentáveis renováveis; cidades inteligentes; e sociedade, educação e economia. Esses cinco segmentos são amparados pela transformação digital e pelo desenvolvimento sustentável.
(Com texto e informações da SETI – FOTO: Arquivo/COMUEL).