Semana Acadêmica de Medicina Veterinária movimenta centenas de estudantes

Semana Acadêmica de Medicina Veterinária movimenta centenas de estudantes

Evento reuniu estudantes da UEL, Universidade Positivo, Unopar e Unifil e discutiu aspectos essenciais para o exercício profissional.

Vitor Struck

Agência UEL


A 37ª edição da Semana Acadêmica de Medicina Veterinária (Ciclovet 2022) reuniu centenas de graduandos na UEL ao longo desta semana. Envolvidos em uma programação que contou com cursos e mesas-redondas, os alunos puderam trocar experiências na mostra de trabalhos práticos, realizada no Anfiteatro Cyro Grossi, no Centro de Ciências Biológicas (CCB). Estiverem presentes graduandos e professores de Medicina Veterinária da UEL e de outras três universidades com sede em Londrina – Unopar, Unifil e Universidade Positivo.

“A proposta deste ano foi fazer o congresso de forma teórico-prática. Anteriormente eram só palestras de profissionais de várias áreas e neste ano fizemos algo prático porque, por conta da pandemia, ninguém estava aguentando ficar mais só como ouvinte. Tivemos dois dias de minicursos para fazer com que estes futuros profissionais tivessem um pouquinho daquilo que, muitas vezes, é lacuna na graduação, por exemplo, animais silvestres”, explicou a coordenadora do Ciclovet, a docente do Departamento de Medicina Veterinária Fernanda Ferreira. 

A programação contou com palestras sobre saúde mental na graduação, alergias a partir do contato com animais de pequeno porte, prescrição de medicamentos manipulados e mercado de trabalho na Medicina Veterinária. “Grandes animais e Fisioterapia, por exemplo, foram temas colocados na programação de cursos para complementar mesmo estas lacunas e trazer um gostinho da parte prática aos alunos”, conta a professora. 

Ela lembra que a organização do evento contou com envolvimento de 32 alunos de graduação da UEL, que realizaram a articulação com os palestrantes, captação dos recursos através do patrocínio de empresas do setor, a divulgação do evento e a organização da Mostra Acadêmica de Trabalhos Científicos.

Equipe envolvida no Ciclovet 2022. Neste ano, proposta foi trazer discussões sobre assuntos teórico-práticos, para auxiliar na formação do profissional da área (Agência UEL)

Mostra acadêmica 

A Mostra Acadêmica de Trabalhos Científicos da 37ª edição do Ciclovet contou com 72 trabalhos inscritos, expostos ao longo dos quatro dias. Participaram alunos bolsistas de Iniciação Científica (IC) e, também, estudantes não bolsistas.

Estagiário do Laboratório de Biotecnologia da Reprodução Animal – ReproA, o estudante do 4º ano de Medicina Veterinária Andrey Osvaldo Souza Ferro é bolsista de IC no laboratório. Ele apresentou dois trabalhos e trouxe dois relatos práticos para o último dia da mostra acadêmica. “Um deles é Cesariana em Suíno Primípara e o outro é Fetotomia em Parto Distócico Equino”, conta. 

De acordo com ele, os dois casos – onde o feto suíno encontrava-se em posição anormal,  correndo risco de morrer, e o filhote equino já estava sem vida no útero – foram atendidos e acompanhados pela equipe do Laboratório de Biotecnologia da Reprodução Animal. “A distocia em suínos não é tão comum, ocorre em 0,5% a 1% de todos os partos. E a fetotomia é uma técnica que podemos utilizar para realizar a remoção do feto. Fizemos por conta das condições do proprietário, porque ele não teria condições de realizar a cesariana naquele animal. A fetonomia acabou sendo uma alternativa, é a retirada do feto em fragmentos. Eu acabo fracionando, fazemos cortes e remoções de membros do feto, após identificarmos que ele está sem vida. É algo raro e foi realizado da melhor maneira possível. O animal teve boa recuperação”, explica.   

Também participaram da elaboração destes relatos, os estudantes Eduardo Antônio de Almeida Rossignolo, Isabela Caldato, João Pedro Ferruzzi Virijosque, Fabio Morotti, Ana Clara Canto Souza, Higor Souza de Camargo, Lucas Dias dos Santos, Ana Karolyne Alves Miguel e Gabrieli Dutra Gonçalves. A coordenação foi do professor Marcelo Marcondes Seneda. 

Premiação 

Segundo Fernanda Ferreira, alguns relatos de casos práticos trouxeram novas metodologias para o atendimento clínico cirúrgico de pequenos animais, além de inovações na reprodução. “Também na área de saúde pública, tratando, principalmente, de toxoplasmose, leptospirose, vários outros temas bem importantes da saúde pública”, conta.  

“Um dos premiados trabalhou com células-tronco no tratamento de doença renal em cão, que é algo que está ocorrendo agora e está tendo uma boa eficiência no tratamento, levando o animal não à cura, mas a uma melhora intensa no tratamento. São resultados bem importantes”, conclui.  

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