Professora expõe acervo pessoal que remonta história e contribuição dos imigrantes japoneses

Professora expõe acervo pessoal que remonta história e contribuição dos imigrantes japoneses

O acervo histórico foi reunido pela professora da UEL Elisa Yoko Hirooka, da área de Ciência de Alimentos

Registros da história da imigração japonesa no Brasil, principalmente a que ocorreu no Paraná, são o tema de uma mostra aberta ao público no Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), no Campus da UEL. A mostra pode ser definida como um pequeno museu que reúne objetos históricos, fotografias e documentos que narram a trajetória de famílias japonesas que imigraram ao país no início do século XX.

Coordenada pela professora Elisa Yoko Hirooka, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, a exposição surgiu para recepcionar uma comitiva de pesquisadores japoneses que visitaram a UEL em março deste ano. Na ocasião, eles estavam em uma missão estratégica no Paraná, com foco em inovações na área de alimentos e tecnologia agrícola. A docente então, com ajuda de alunos e professores, organizou o espaço com os itens históricos, que continuam expostos até o final do mês de maio.

Os pesquisadores japoneses foram acompanhados pela professora Elisa Hirooka durante a visita

Registros históricos

A mostra reúne um acervo que demonstra a contribuição japonesa nos diversos campos do conhecimento, principalmente no segmento agrícola. Há fotos do primeiro trator trazido pelos imigrantes, além dos registros de pesquisas envolvendo ciências agrárias. Ademais, segundo Hirooka, os itens evidenciam a importância que os imigranes davam ao conhecimento. “Eles tinham muita fé na educação”, explica a professora, mostrando fotos de uma escola de madeira onde sua mãe e tia estudaram.

Visitante poderá ver instrumentos tradicionais da cultura japonesa, além de quadros e poemas
Acervo reúne peças decorativas como pratos em porcelanas e adornos em madeira

Dentre os itens expostos, um que é considerado único no mundo é o diário de bordo da avó de Hirooka, que chegou ao país antes da Segunda Guerra Mundial. Ela explica que a raridade do item se dá por ter sido escrito por uma mulher durante a travessia do Japão ao Brasil, o que era incomum devido ao comportamento da época. “Fiz uma cópia e deixei no Museu da Imigração Japonesa. Eles me escreveram e disseram que é obra única no mundo. Disse que nenhuma mulher escreveu. Eu também não sabia. Aqui tem música, poesia, relatos do que aconteceu. Com o Museu eu deixei um xerox, mas acho que um dia vou deixar o original lá”, explicou a docente.

Apesar de grande parte dos itens pertencerem ao acervo pessoal da professora Hirooka, ela explica que o museu é muito mais que isso. “Essa exposição não é só sobre a minha família. Ela representa a contribuição de todos que vieram e dos descendentes também. Nós temos que ensinar essa parte histórica”, afirma.

O museu está aberto à visitação de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Mais informações estão disponíveis pelo telefone (43) 3371-4988 ou no Laboratório 757 do DCTA.

A professora Elisa Yoko Hirooka, que contribuiu com grande parte do material exposto

(*Estagiário de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social).

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