Pesquisa selecionada pelo CNPq investiga COVID-19 e influenza
Pesquisa selecionada pelo CNPq investiga COVID-19 e influenza
Na UEL, estudo envolve 27 pesquisadores, além de estudantes de graduação e pós-graduação, de diferentes áreas.A UEL foi uma das três instituições paranaenses contempladas com recursos para pesquisas em torno da COVID-19 e do vírus SARS-CoV-2, junto com a Universidade Estadual de Maringá e a Universidade Federal do Paraná. O Edital foi aberto pelos Ministérios da Saúde; Ciência, Tecnologia e Inovações; e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o objetivo de estimular soluções para a doença pandêmica em várias linhas de pesquisa.
Ao receber e divulgar o Edital, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG) promoveu um diálogo entre pesquisadores de várias áreas e linhas, a fim de elaborar projetos para responder o Edital. A UEL foi contemplada com recursos de R$ 931.400,00 para, num prazo de até dois anos, desenvolver pesquisas na área de diagnóstico. Vale mencionar que, das 2219 protocoladas em todo o país, apenas 90 foram escolhidas, que somarão R$ 45,5 milhões em investimentos.
A professora Sueli Fumie Yamada Ogatta, Departamento de Microbiologia, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), é a coordenadora geral do projeto da UEL aprovado e já desenvolvia pesquisas em diagnóstico, baseadas na identificação de agentes causadores de infecções microbianas. Com o projeto, os estudos se ampliaram para diagnóstico de vírus causadores de infecções respiratórias graves, com foco na detecção tanto do agente quanto nos anticorpos produzidos pela pessoa infectada. Uma das grandes vantagens da pesquisa da UEL, segundo a professora Sueli, é a redução dos custos nos insumos, que pode, ao final, fazer um teste para COVID-19 ficar aproximadamente 60% mais barato.
Mas os diferenciais vão muito além do aspecto econômico. Como o projeto da UEL envolve 27 pesquisadores, além de estudantes de graduação e pós-graduação, de diferentes áreas, o avanço científico é muito expressivo. São três as abordagens previstas no projeto. A primeira gira em torno da identificação do vírus através da amplificação de RNA (material genético do vírus), e é aqui que aparece a economia: os testes comerciais utilizam uma sonda (que é complementar ao alvo amplificado) entre outros reagentes, mas o modelo da UEL não utilizará este componente; além disso, no mesmo teste serão pesquisados outros vírus responsáveis por infecções respiratórias graves, como por exemplo, o vírus influenza causador da gripe.
Anticorpos – Outra metodologia consiste no diagnóstico imunológico utilizando anticorpos purificados em ovos de galinha. Os pesquisadores inoculam uma proteína do vírus na ave e depois purificam o anticorpo a partir da gema do ovo. Este anticorpo (IgY) pode ser empregado para detectar o antígeno (vírus) ou o anticorpo. A terceira abordagem diagnóstica é de natureza química e é baseada em impressão molecular de polímeros biomiméticos.
Segundo o professor Cesar Ricardo Teixeira Tarley, Departamento de Química, do Centro de Ciências Exatas (CCE), trata-se de empregar um polímero sintetizado na presença do vírus inativado. A polimerização resulta em cavidades nas quais o vírus se encaixa, possibilitando confirmar sua presença em uma amostra de saliva com maior seletividade, por uma reação colorimétrica ou por meio de medidas eletroquímicas. Outra grande vantagem deste modelo é a rapidez – o resultado é tão rápido quanto um teste de gravidez de farmácia.
Interinstitucional – A pesquisa da UEL reúne ao todo 27 pesquisadores de várias instituições, como a UEM, Universidade de São Paulo, Fundação Osvaldo Cruz/Paraná, Hospital Evangélico de Londrina, Instituto Respirar de Londrina e Instituto de Biologia Molecular do Paraná. Na UEL, envolve os departamentos de Microbiologia, Química, Ciências Patológicas e Hospital Universitário (HU/UEL).