Ao longo de seus 53 anos, a Universidade Estadual de Londrina reuniu, através de seus diferentes órgãos suplementares, peças de extrema importância para o conhecimento científico. Foi pensando em obter o investimento necessário para preservar e promover a ampla divulgação dos vastos acervos históricos e biológicos da instituição que pesquisadores apoiados pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (ProPPG), submeteram seus projetos para a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). No mês de fevereiro de 2025, dois deles foram contemplados pela empresa, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com investimentos que superam R$ 7 milhões.

Elaboradas e discutidas estrategicamente entre os docentes coordenadores e a equipe da ProPPG, as duas iniciativas contempladas foram o “Portal de Acervos Histórico-Culturais da UEL” e “As Coleções Biológicas da UEL contribuindo para Estudo e Conservação da Biodiversidade Brasileira”. O bom resultado representa a continuidade do trabalho que garantiu ao longo de 2024 aprovações em outros editais importantes da FINEP, como o do Centro Temático “Materiais biodegradáveis avançados aplicados à transição ecológica em bases bioeconômicas – TRANSFORMAT”.

Portal de Acervos Histórico-Culturais da UEL – Coordenado pelo professor do Departamento de História (CLCH) José Miguel Arias Neto, o projeto engloba os acervos presentes no Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica – do qual o docente é diretor – além dos Museus Histórico e Escolar de Londrina, Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), Laboratório de Arquitetura e da Casa de Cultura. A classificação final apontou que a proposta obteve nota 4,542 – sendo 5 a nota mais alta -, o que foi fruto de uma série de revisões e adaptações feitas ao projeto pela ProPPG a partir das normas do edital.

Com um investimento de cerca de R$3 milhões, o docente conta que a verba será destinada para a digitalização e disponibilização de coleções específicas dos diferentes acervos da UEL no meio digital. Para isso será feita a compra de scanners e softwares que auxiliem o processo. Ao fim, espera-se a criação de um portal de acesso aberto à comunidade que reúna uma parcela das peças históricas contidas na Instituição em uma base de dados confiável.

Para além da parte digital, o projeto ainda pretende criar um museu itinerante que integre as escolas do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina. Nessa frente são propostas uma série de atividades e oficinas que introduzem estudantes do ensino fundamental e médio às diferentes áreas de conhecimento integradas nos museus. Nesse sentido, parte do investimento concedido também deve ser destinado para a compra de um meio de transporte para a realização das atividades.

Segundo o coordenador do projeto, até o momento os participantes já deram início às etapas que precedem a digitalização, ou seja, a higienização, organização e catalogação dos acervos. Ele defende que o financiamento é benéfico tanto para os órgãos diretamente envolvidos quanto para a comunidade, garantindo a modernização dos recursos de conservação e sistematização, além do armazenamento seguro dos materiais históricos. O docente ainda destaca como a iniciativa aproxima a comunidade da rica documentação presente na universidade, da qual grande parte era até então inacessível.

As Coleções Biológicas da UEL contribuindo para Estudo e Conservação da Biodiversidade Brasileira – Na frente biológica, os objetivos de conservação e divulgação dos acervos se mantém. Com uma equipe técnica composta por dez docentes da UEL, pertencentes a áreas abrangentes – desde Pesquisa Básica em Botânica, Zoologia e Ecologia, à Biotecnologia e Microbiologia Aplicada – é esperado que, ao final do subprojeto, as coleções zoológicas, botânicas e microbiológicas tenham sido completamente informatizadas e organizadas num servidor compartilhado com sistemas de segurança, além de divulgadas em um acervo virtual inserido no website institucional da UEL.

No mais, a proposta também sugere visitas guiadas de escolas às coleções biológicas da UEL e o transporte e exibição de amostras nas instituições de ensino. Através destas e das demais medidas, o projeto, que obteve nota 4,861 – sendo 5 a nota mais alta – e um investimento superior à R$4 milhões, busca garantir a integridade física dos acervos, a expansão dos estudos científicos, o compartilhamento das coleções com a comunidade científica e sociedade em geral e o beneficiamento de diferentes programas de pós-graduação da Universidade e iniciativas de atendimento à população.

*Estagiário de Jornalismo na COM/UEL.