PFC de Odontologia capacita estudantes para análise facial e desenho do sorriso
PFC de Odontologia capacita estudantes para análise facial e desenho do sorriso
Projeto foi desenvolvido para atender à demanda e ao interesse dos alunosO Programa de Formação Complementar (PFC) “Fundamentos e técnicas para análise facial e desenho do sorriso”, do curso de Odontologia da UEL, é um projeto que vai além da simples análise dos dentes. Iniciado em junho de 2017, o programa surgiu como uma alternativa para que os alunos pudessem avançar seus estudos sobre questões que envolvem uma avaliação odontológica. “O surgimento foi realmente dessa necessidade: de ver que o aluno tratava no paciente só o dente, esquecendo da combinação que esse dente tem com a face, com o sorriso”, afirma a professora e coordenadora do projeto, Adriana de Oliveira Silva.
De acordo com a professora, o projeto foi desenvolvido para atender à demanda e ao interesse dos alunos. Nesse sentido, um dos principais fatores para a sua criação foi o aumento da busca por harmonização facial. “Hoje a busca do paciente é muito grande em relação a essa harmonia de face, aos tratamentos relacionados com a face”, declara.
Além disso, Adriana destaca a crescente procura das últimas turmas nas facetas dentárias. “Agora, a Odontologia está muito focada nessa parte. Se você entrar no Instagram e começar a seguir os profissionais, eles estão falando de faceta.” Para ela, isso fez com que o projeto voltasse mais para a parte de entendimento do sorriso.
Independentemente do foco, o objetivo deste PFC é capacitar técnica e cientificamente os acadêmicos dos 4º e 5º anos para o estudo da anatomia dental. O programa busca desenvolver uma análise crítica baseada em evidências consagradas sobre estética facial e dental, fundamentar conceitos e aprimorar as habilidades práticas de desenho e simulações de sorrisos em laboratório, tanto de forma tradicional quanto digital.
As atividades
No último ano, 15 alunos participaram da primeira etapa, que foi realizada de forma online, via Google Meet. Seis desses alunos foram selecionados para a segunda etapa com base na sua pontualidade, histórico escolar e disponibilidade para participar das atividades práticas laboratoriais.
Durante todo o processo, os acadêmicos realizaram uma série de atividades para aprimorar seus conhecimentos e habilidades. Eles revisaram os aspectos anatômicos, funcionais e estéticos dos dentes anteriores e aprenderam os conceitos e normas básicas de estética dental e facial. A revisão da anatomia da cabeça e face incluiu práticas de reconhecimento de estruturas e modelagem.
Para a próxima turma, a professora está renovando o seu material didático. Ela está trabalhando com o uso de recursos de modelagens tridimensionais, que possibilita que os alunos interajam com o sorriso e com os lábios. “É bastante complicado você encher o aluno de teoria e ele não conseguir vivenciar. Então, quando você faz a parte de material didático, a face, o crânio, e faz todas as correlações, fica um tipo de trabalho diferenciado para o aluno”, explica.
Mudanças de percurso
O programa, quando criado em 2017, atendeu os acadêmicos do 5º ano do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina. No entanto, com a mudança da Clínica Odontológica Universitária (COU) para o Campus no início de 2018 e as dificuldades geradas pela divisão das atividades entre o COU Campus e o COU Centro, houve a necessidade de ajustar o público-alvo do programa. Com a aprovação do colegiado, o programa passou a atender os alunos do 4º ano em 2018.
A partir de 2019, o programa voltou a ser disponibilizado para os alunos do 5º ano, desde que tivessem disponibilidade. No entanto, devido à pandemia, em 2020 e 2021, apenas os alunos do 4º ano puderam participar das atividades teóricas, devido ao cronograma excepcional adotado.
Nos anos de 2022 e 2023, o programa incluiu alunos dos 4º e 5º anos, oferecendo atividades teóricas, práticas laboratoriais e acompanhamento clínico.
Adriana revela que tem o desejo de fazer mais uma alteração no público-alvo do seu PFC. A ideia dela é ampliar para mais turmas, mas com diferentes focos. Para ela, o projeto deveria começar já no 2º ano com aulas sobre desenho de dente e, aos poucos, ir aumentando o nível, com modelagem de dente no 3º ano e análise de face e sorriso no 4º ano.
Para além de um projeto
O programa resultou na publicação de dois artigos ilustrados: um sobre a análise do sorriso e outro sobre a análise do perfil facial. Além disso, contribuiu para o desenvolvimento de vários Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) e foi apresentado em diversos congressos científicos, não apenas em Londrina, mas também em Bauru, Araraquara, Araçatuba e Ribeirão Preto. A professora Adriana também ministrou aulas sobre o projeto para as turmas de mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), onde obteve seu título de mestre.
Outro destaque foi o desenvolvimento de um produto inovador que, em parceria com a Agência de Inovação Tecnológica (Aintec), recebeu registro de patente. As “Réguas Aureum” são réguas com desenhos geométricos e marcações milimétricas pré-definidas, utilizadas para atender às necessidades reais de dentistas e estudantes identificadas a partir de suas atividades práticas. Elas foram apresentadas no Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP) em 2022 e atualmente são comercializadas pela Indusbello.
*Estagiário de Jornalismo da COM.