Estudantes do Ensino Médio de escolas estaduais de Londrina e Cambé tiveram a oportunidade de saber mais sobre as graduações em Arquivologia e Biblioteconomia por meio de projeto que objetiva a divulgação dos cursos. O programa do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina (UEL) promoveu visitas às unidades de ensino e a criação de marca-páginas e cartazes com as identidades visuais e informações básicas sobre as graduações. 

Dentre os dados listados nas peças, estavam os links dos perfis dos cursos e de alguns de seus ex-alunos em plataformas como Instagram e TikTok, além de endereços dos sites das graduações no portal da UEL, das revistas do departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI). O recurso para confecção dos materiais impressos veio de projeto de pesquisa de docente da área. 

Viabilizadas por autorização do Núcleo Regional de Educação, as visitas compreenderam sete instituições da rede estadual de ensino, atendendo mais de mil alunos. Chefiadas por Thais Zaninelli, docente e coordenadora da iniciativa, as equipes que compareceram às escolas eram formadas também por um professor do Departamento de Ciência da Informação, dois alunos do 4º ano das graduações e duas egressas com mestrado ou doutorado em andamento pelo PPGCI. “Explicamos sobre a profissão do bibliotecário e do arquivista, falamos sobre a grade curricular, mercado de trabalho, faixa salarial. Enfatizamos que a UEL é a única (universidade) no Paraná que disponibiliza a formação nessas duas profissões”, afirma Zaninelli, destacando que a ação foi bem-sucedida.

Atuação profissional

Segundo informações da Associação de Arquivistas do Estado do Rio Grande do Sul, um profissional da área com carga de trabalho de 40 horas semanais pode ter renda equivalente a oito salários mínimos regionais. O Sindicato dos Bibliotecários do Estado do Paraná, por sua vez, estabelece o valor de R$ 4.951,52 como ideal para o mesmo período. No mesmo campo, especialistas e pós-graduados em cargos de direção podem chegar a ganhar mais de R$ 8 mil. 

Um dos principais objetivos do projeto é desmistificar estereótipos associados aos profissionais da informação, principalmente em relação à Biblioteconomia, e salientar que seu raio de atividades ultrapassa os limites dos acervos físicos de obras e arquivos. “Muitas pessoas veem o bibliotecário como uma senhora de coque no cabelo, óculos na ponta do nariz, mandando os usuários ficarem em silêncio na biblioteca e guardando os livros nas estantes. Nosso ofício e atividades vão muito além de organizar livros”, declara a professora.

Arquivistas e bibliotecários trabalham na produção, organização, recuperação e uso de informações, com possibilidade de atuação em centros de documentação de grandes empresas, na formação e elaboração de documentos físicos e digitais em editoras, na construção de bases de dados para repositórios institucionais digitalizados, na gestão de serviços de instituições culturais (museus, bibliotecas, galerias) e até mesmo na criação de sinopses para as obras de produtoras audiovisuais de streaming, como a Netflix. Há também a opção de seguir carreira acadêmica na área, com possibilidade de cursar mestrado e doutorado e de se tornar docente ou pesquisador. “Muitos alunos ficaram surpresos no que tange aos ambientes e formas de atuação desses profissionais no mercado de trabalho e fizeram muitas perguntas”, concluiu a docente, sobre o saldo positivo da divulgação.

*Estagiário da Coordenadoria de Comunicação Social