Coordenadores de cursos de graduação da Universidade Estadual de Londrina participaram do “Seminário Estadual de Coordenações de Cursos de Graduação do Paraná” realizado em Foz do Iguaçu entre os dias 29 e 31 de outubro. O evento reuniu coordenadores dos 159 cursos das sete universidades paranaenses voltados à formação de docentes.

O encontro teve por objetivo traçar estratégias para a melhorar a formação dos profissionais do magistério visando a atuação na Educação Básica. Durante o evento, foram realizados painéis, grupos de trabalho e mesas-redondas que abordaram temas como a valorização da carreira docente, a atratividade dos cursos, o acolhimento dos alunos, a evasão estudantil, a gestão da aprendizagem e metodologias inovadoras de ensino.

Coordenado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) em parceria com Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), o encontro é uma continuidade de um ciclo de debates iniciado em 2024. No ano passado, focou-se nos cursos de bacharelado e tecnologias, e neste ano foram priorizadas as discussões sobre as licenciaturas. O ciclo visa promover o diálogo entre governo e as instituições de ensino superior do Paraná a respeito dos temas atinentes à formação dos futuros professores, além da troca de experiências entre as universidades.

O evento contou com palestras e painéis que versaram sobre diversos temas, entre eles, os desafios e as práticas para o sucesso acadêmico no ensino superior, o cenário das licenciaturas no Paraná, a educação flexível e a integração das licenciaturas para repensar a formação docente. O papel das políticas públicas também esteve presente em diversas discussões, tendo como eixo o aprimoramento das políticas voltadas para a formação dos professores, conforme comenta a professora do Departamento de Educação da UEL e coordenadora do Curso de Pedagogia, Sandra Regina Mantovani Leite: “Se nós queremos fazer com que os cursos sejam mais atrativos, nós precisamos pensar nas políticas que vão ressignificar essa formação. Pensar sobre a atratividade, redesenhar essa identidade e as ações estruturantes para fazer com que os cursos consigam ter um desenvolvimento para formar profissionais mais preparados”, pondera.

No tema da evasão estudantil nos cursos de Licenciatura, a professora Sandra Leite menciona que as discussões apontaram a necessidade de repensar metodologias e formas de trabalho para os currículos dos cursos, para que eles sejam mais atrativos, levando em consideração que, em sua maioria, os estudantes são também trabalhadores. “Não podemos trabalhar apenas na dimensão cognitiva, nas metodologias inovadoras, sem articular com uma formação ética, crítica, que valorize o sujeito, que na sua grande maioria é um sujeito que trabalha, muitos pertencentes às classes C, D, E, e que necessitam de ações que auxiliem na sua permanência nas licenciaturas, como a questão das bolsas”, afirma a coordenadora.

Ainda segundo Sandra Leite, nos debates, evidenciou-se o papel importante dos coordenadores de curso na busca de novas soluções, servindo como ponte entre professores e estudantes para uma gestão participativa e dialogada. “Essa articulação com a gestão institucional pode facilitar a valorização do trabalho dos coordenadores. Para que o coordenador possa fazer um acolhimento, possa trabalhar com esse desafio que é a evasão nos nossos cursos”, aponta a professora.

Para a coordenadora do Curso de Pedagogia da UEL, o evento foi muito positivo e reafirmou o compromisso com as licenciaturas de uma forma geral nas universidades do Paraná. “O Seminário salientou a importância da qualidade na formação docente e da construção de uma educação superior que seja inclusiva, que seja humana, no sentido de uma educação em favor da humanização e que também pense a licenciatura articulada com a Educação Básica”, avalia Sandra Leite.