Divulgação científica sobre Educação Física no rádio e em podcast completa três anos

Divulgação científica sobre Educação Física no rádio e em podcast completa três anos

Coluna "Ciência em Movimento" vai ao ar às terças, quintas e domingos, na Rádio UEL e em formato podcast em agregadores.

Pedro Livoratti

Agência UEL


O professor Felipe Moura, do Departamento de Ciência do Esporte (Cefe), está completando três anos à frente da coluna “Ciência em Movimento”, que vai ao ar às terças às 10h, quintas às 16h e domingos às 21h, na Rádio UEL FM, trazendo informações técnicas e científicas sobre ciência, esporte e Educação Física. Nestes 36 meses foram produzidos 70 episódios que conseguiram fidelizar um público interessado em se atualizar sobre a produção científica na área ou que busca assuntos relacionados à prática desportiva.

A coluna e o podcast disponibilizado nas plataformas Spotify, Deezer e no Youtube representam um trabalho pioneiro no país, contabilizando mais de 11 mil “visualizações” e 2,5 mil seguidores. O programa é gravado pelo próprio professor e editado pelo diretor geral da Rádio UEL, Edyr Pedro. A proposta surgiu em julho de 2019 com o intuito de demonstrar, em linguagem acessível, a profundidade das pesquisas na área de Educação Física e os impactos destes estudos junto à população.

Segundo o professor Felipe, nesta época as Universidades sofreram severas crítica quanto à sua produção acadêmica, como se não houvesse estudos trazendo benefícios à sociedade. “Minha pretensão foi tentar demonstrar as muitas ações existentes no esporte, que têm base na ciência”, reflete ele. Entre os muitos exemplos estão as populares corridas de rua, que cada vez arrebanham mais adeptos. Os tempos cada vez menores, os calçados e os treinamentos de preparo refletem pesquisas profundas desenvolvidas por cientistas da área.

Felipe Arruda Moura, professor do Departamento de Ciência do Esporte. Objetivo é focar o podcast em público especializado (Agência UEL).

O mesmo ocorre com os treinamentos nas academias de ginástica, musculação ou crossFit. O rendimento satisfatório de atletas também depende de estudos produzidos por pesquisadores, a maioria em universidades brasileiras. Neste tempo de produção, o professor acredita que deu o primeiro passo para estabelecer uma comunicação, um canal para explicar em linguagem acessível um pouco do que a ciência brasileira produz com foco na saúde, na prática esportiva e na qualidade de vida.

Os autores, sustenta ele, são unânimes em afirmar que é preciso combater o sedentarismo, responsável direto pela morte de 5 milhões de pessoas/ano em todo o mundo. Durante o período da pandemia do coronavírus, o professor usou a coluna para esclarecer seus ouvintes sobre a importância em se manter ativo, mesmo com academias fechadas e o risco de reuniões ou aglomerações de pessoas.

“Buscamos esclarecer sobre dúvidas pontuais que surgiram”, afirma ele. Os episódios trouxeram informações que naquela época assombravam a população como a prática de exercícios com máscara e a reação do sistema imunológico quanto à prática esportiva quando da intensificação das medidas restritivas e fechamento de estabelecimentos comerciais. Foi também nesse período que o professor começou a perceber que ex-alunos, outros profissionais de Educação Física e até pesquisadores de outras Universidades começaram a buscar informações.

Hoje ele acredita que uma parte do público fiel é formada por estudantes e profissionais da área que enxergaram na coluna e no podcast uma forma de buscar informações científicas atualizadas.

Embora os profissionais estejam entre os mais interessados, o programa que mais chamou a atenção foi o que tratou sobre “Prática de musculação para crianças e adolescentes – mitos e verdades”. De acordo com Moura, a verdade é que a musculação é benéfica para os mais jovens e que o mito é achar que esse exercício é perigoso ou pode afetar o crescimento. “O objetivo foi quebrar o paradigma como muitos autores atestam. Trata-se de uma intervenção positiva, o que é necessário é uma adaptação do treinamento e dos equipamentos”, afirma.

Ouvinte especializado

Sobre o futuro do programa, ele explica que a ideia é investir no público especializado, formado por profissionais, estudantes e professores da área, porém mantendo a característica fundamental da linguagem acessível. Em que pese os bons resultados de público, acessos e de busca por informações, o professor admite que o ideal seria profissionalizar a produção a partir de apoio de um profissional ou estudante bolsista da área de comunicação. Sem essa assessoria ele confessa que foi experimentando a linguagem, exercitando a forma de interação com os ouvintes. “Sem esse suporte mais especializado, vamos mantendo esse trabalho solitário”, confessa.

Os episódios Ciência em Movimento estão disponíveis no canal de Felipe Arruda Moura no Youtube e nas plataformas Spotify e Deezer.

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