Marival testemunhou a implantação do curso de Educação Física e a construção do CEFE
Marival testemunhou a implantação do curso de Educação Física e a construção do CEFE
Nascido em Cambé, Marival descobriu cedo a tendência para as áreas de Comunicação e para os esportesPor sua atuação comprometida como professor, ele acabou convidado para ser o patrono da primeira turma de Educação Física, que colou grau no final de 1974, ainda nos primórdios da UEL, criada três anos antes. Por conta disso, o nome de Marival Antonio Mazzio aparece na placa afixada na entrada do Centro de Educação Física (CEFE), juntamente com o de outros ilustres – professor José Coaracy Bueno (paraninfo) e do primeiro reitor, Ascencio Garcia Lopes (nome de turma).
Aos 82 anos e aposentado desde 2011, depois de quase 40 anos de docência, o professor Marival lembra que as aulas dos primeiros alunos de Educação Física foram realizadas no campo da Vila Santa Terezinha, na Avenida 10 de Dezembro, e no Colégio de Aplicação (aulas teóricas). As atividades práticas de natação eram feitas no Colégio Marista. O curso foi implantado a partir de 1972, quando o Campus da UEL tinha uma infraestrutura tímida – duas quadras poliesportivas e um campo de futebol. O Ginásio poliesportivo que leva o nome do professor Coaracy foi inaugurado em 1974, quando a primeira turma já estava se formando.

As piscinas interna e externa (essa última desativada atualmente) vieram por volta de 1975. Embora contassem com pouca estrutura, professores e estudantes conseguiram manter um conteúdo de qualidade. O trabalho pioneiro reunia, além de Marival e Coaracy, outros nomes conhecidos como Reynaldo Ramon, Dirceu Marino, Elisabeth Lafranchi, Paulo Roberto de Oliveira e outros.
No anos 70, a Educação Física era disciplina obrigatória no currículo escolar desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. Por conta disso, estudantes praticavam diversas modalidades e havia grande estímulo a competições estudantis, como os Jogos Abertos do Paraná. Hoje a área está bastante relacionada à saúde, como pondera Marival. Uma verdadeira transformação. O CEFE da UEL é um grande produtor de conhecimento e inovação reunindo quase 20 grupos de pesquisa em diversas várias áreas.
“Essa evolução fez com que a parte científica fluísse”, acrescenta Marival. Ele lembra que o professor Dartagnan Pinto Guedes, hoje aposentado, foi o primeiro doutor em Educação Física, título obtido na Universidade de São Paulo (USP), e que abriu caminho para que outros profissionais da UEL buscassem titulação. Essa mudança fez com que a área se tornasse mais teórica-científica do que uma atividade prática, que era a marca dos antigos professores de Educação Física quando as disciplinas de vôlei e de basquete, por exemplo, consumiam carga horária de 120 horas na graduação. Atualmente são 30 horas.


Atleta
Nascido em Cambé, Marival descobriu cedo a tendência para as áreas de Comunicação e para os esportes. Quando jovem, no final dos anos 60, treinava basquete e vôlei e chegou a disputar os Jogos Abertos. Fez o Ensino Médio, que na época se chamava Científico, no antigo Colégio Filadélfia de Londrina, na Rua Quintino Bocaiúva. Foi nessa época que conheceu o professor Oscar Dias Pimpão, que acabou influenciando o jovem a seguir a área de ensino e da Educação Física.
Decidido a fazer um curso superior, a família enviou Marival para Curitiba, onde fez o 3º ano no Colégio Iguaçu. O esforço rendeu a aprovação em dois cursos – Educação Física e Jornalismo, em 1963, depois de uma tentativa frustrada em cursar Engenharia Mecânica, na UFPR. Ele lembra que fazia Educação Física pela manhã e as aulas de Jornalismo no período da tarde, inclusive estagiando no antigo jornal Paraná Esportivo, que existia na capital.
Porém, no segundo ano dos cursos, ele foi convidado a dar aulas e acabou optando por abandonar o curso de Comunicação. A conclusão ocorreu em 1966, quando decidiu permanecer em Curitiba para cursar pós-graduação em Técnica Desportiva em Vôlei e Basquetebol. Nessa época já lecionava no Instituto de Educação do Paraná, Colégio Cajuru, Centro Israelita do Paraná e no Novo Ateneu.
“Na verdade, eu me encontrei profissionalmente”, lembra, acrescentando que gostava do ambiente escolar. Movido por essa paixão, em 1968 o professor foi aprovado no concurso do Estado, sendo lotado na Escola Estadual Gabriela Mistral, em Cambé. Dois anos depois foi aprovado em um segundo concurso do estado, mesmo ano em que se casou com a também professora de Educação Física, Elci Bitencourt Schleder. Foi nesta época, que acabou se mudando para Paranavaí, onde morava com a família e lecionava em dois períodos.
UEL
No final de 1971, a UEL abriu vaga para professores de Educação Física. Marival acabou selecionado entre os seis candidatos mais pontuados (de um total de 81 inscritos). A partir daí passou a dar aulas três vezes por semana na Universidade, conciliando com as atividades de professor do estado, em Paranavaí. A família se mudou definitivamente para Londrina em 1973, quando passou a cumprir jornadas de trabalho na UEL e no Colégio Marcelino Champagnat.
Com o passar dos anos, foi assumindo funções na UEL e ampliando a carga horária, até a aposentadoria no Estado, em 2004. Na Universidade, Marival foi chefe e subchefe de Departamento, vice-diretor do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA) e posteriormente diretor do CEFE. Ele lembra que o Centro de Educação Física foi criado em 1988, e ele foi o segundo diretor.
Com a aposentadoria em 2011, o professor mudou de hábitos, mantém uma rotina bem mais calma, incluindo exercícios físicos menos três vezes na semana na academia da Associação Recreativa e Esportiva Londrinense (Arel). Faz questão de aproveitar a família – três filhos (Suzana, Marival e Maria Elci) e três netos (Luiza, Vinícius e Beatriz), além da atual esposa, Célia Regina Mazzio. O professor se orgulha do filho, Marival Junior e do neto, Vinícius Mazio, por se dedicarem à Educação Física. Marival Junior é professor e atualmente preside a Federação Paranaense de Basquetebol. O neto Vinícius é estudante do curso de Educação Física da UEL. Como se o DNA tivesse influenciado os sucessores. Um gosto que marca três gerações, dando continuidade ao trabalho iniciado antes mesmo da criação do curso na UEL.
