Vírus, bactérias e fungos “do bem” conquistam estande da UEL na 75ª SBPC 

Vírus, bactérias e fungos “do bem” conquistam estande da UEL na 75ª SBPC 

Integrantes do projeto de Extensão "Adolescer com Saúde" demonstraram experimentos a estudantes na 75ª Reunião Anual da SBPC, que ocorre em Curitiba até 29 de julho.

Embora microrganismos como vírus, bactérias e fungos sejam costumeiramente associados apenas ao desenvolvimento de doenças e transtornos à saúde, a sua utilização sob um ponto de vista positivo também é uma realidade. Estes microrganismos “do bem” têm sido estudados por docentes e alunos dos departamentos de Microbiologia da UEL que participam da 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada ao longo desta semana no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.

Docente do Departamento de Microbiologia, Gerson Nakazato esteve na feira ao lado de seis alunos demonstrando ensaios e experimentos na SBPC Jovem, braço da reunião dedicado à exposição de projetos e metodologias que visam ao desenvolvimento da Educação Básica. O trabalho envolve pesquisas coordenadas por ele e pela coordenadora do projeto de Extensão “Adolescer com Saúde – Educação sobre doenças infecciosas”, Lígia Galhardi. Ainda completa o trio de docentes envolvidos nas ações da Microbiologia a professora Renata Kobayashi.

Ele explica que muitos microrganismos já desempenham naturalmente o papel de conter o avanço de determinadas bactérias ou fungos causadores de doenças e que a sua utilização será cada vez mais importante, especialmente quando considerado o avanço da resistência destas bactérias nocivas à saúde sobre determinados tratamentos. Ele destaca o importante papel da colega de departamento Renata Kobayashi nestas pesquisas.

Bactérias podem produzir membranas usadas no tratamento de queimaduras (Fotos: Vitor Struck/Agência UEL).

“Tem bactérias, por exemplo, que produzem pigmentos. Na UEL, trabalhamos com pigmentos antimicrobianos, a violaceína (Chromobacterium violaceum), e algumas que fazem fermentação acética. Elas produzem membranas como celulose. É a mesma da planta, mas produzida por bactéria e que pode até ter aplicação na parte de materiais, como curativos para queimaduras, enchimentos e alimentos também. O fungo natural que está no queijo gorgonzola, é benéfico e comestível, por exemplo”, explica. 

Ouça parte da entrevista com o professor Nakazato abaixo:

Efeito Tyndall

Outra linha de pesquisa realizada na Universidade e que está sendo demonstrada no evento envolve alternativas sintéticas, como a produção de nanopartículas de prata, por exemplo. No estande da UEL, os visitantes ainda irão encontrar uma demonstração do Efeito Tyndall, que utiliza a dispersão da luz para facilitar a visualização das nanopartículas usadas no combate de patógenos, como superbactérias. 

Os visitantes também poderão visualizar placas de Petri contendo microrganismos em estágio avançado de desenvolvimento em folhas de plantas e compará-las com exemplos saudáveis de plantas, além de poderem visualizar os microrganismos em um microscópio.

Experimentos envolvendo nanotecnologia e a bactérias que causam danos à saúde bucal são demonstrados na SBPC Jovem.

O estande ainda traz um teste de Colilert, cujo objetivo é detectar coliformes na água utilizando luz fluorescente. O professor e os alunos explicam aos interessados que este procedimento é o mesmo exigido pelos órgãos de fiscalização sanitária para o tratamento e verificação da qualidade da água própria para consumo no País. 

Questionado sobre quais os maiores desafios para cativar o interesse dos jovens, o docente lembra que são muitos, e passam pela da formação de recursos humanos. “É preciso formar pessoas capacitadas para trabalhar com tecnologia e a Microbiologia”, diz Nakazato, que é Bolsista Produtividade do CNPq na modalidade Desenvolvimento Tecnológico.

Para ele, o desafio de promover um impacto positivo na sociedade através do trabalho desenvolvido nos laboratórios passa pelo desenvolvimento de tecnologias, materiais, formulações e antimicrobianos, exemplifica, visando o processo de transferência de tecnologias para a indústria por meio de patentes. “Isso a UEL tem feito através da Agência de Inovação Tecnológica (Aintec), que faz essa transferência. Isso é muito importante porque é assim que um produto ou processo chega para o consumidor, para o mercado”, conclui.  

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