Egressa de Biomedicina é premiada no Canadá por estudo sobre câncer
Egressa de Biomedicina é premiada no Canadá por estudo sobre câncer
Estudos de Larissa Oliveira começaram na UEL. Pesquisa desenvolvida na Queens University foca em um receptor do cromossomo humano que invade células cancerígenas.A estudante Larissa Oliveira foi premiada com o “Bruce and Janet Elliott Graduate Award in Transdisciplinary Cancer Research“, vinculado à Queen’s University, em Ontário, no Canadá, por pesquisas desenvolvidas no exterior e na UEL. Ela se formou em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina em 2019 e concluiu seu primeiro mestrado em 2021, sob a orientação da professora do Departamento de Biologia Geral (CCB) Juliana Mara Serpeloni. Atualmente, Larissa está no segundo ano de outro mestrado, agora na Queen’s University.
O prêmio recebido pela estudante seleciona anualmente um aluno de pós-graduação do Departamento de Patologia e Medicina Molecular da Queen’s University, com base no seu desempenho curricular durante todo o ano letivo. A pesquisa de Larissa foca em como um receptor localizado no cromossomo humano participa de processos de invasão de células cancerígenas. O RET receptor, como é chamado, media a disseminação de células tumorais no corpo humano. Segundo Larissa, ao entender como esse processo funciona, é possível inibir o avanço do câncer em certos casos.
A estudante explica que seu projeto de estudo é voltado ao câncer de pâncreas, uma vez que a participação do RET receptor nesse tipo da doença pode chegar a 60% dos casos. A maior expressão deste receptor em casos de PNAD (um tipo de câncer de pâncreas responsável por 5% das mortes por câncer no Brasil) também está relacionada a um pior diagnóstico. E é nesse ponto que a pesquisa da estudante pretende auxiliar.
Juntamente com sua supervisora no Canadá, Lois Mulligan, Larissa Oliveira é a primeira autora responsável por uma publicação que descreve o primeiro inibidor do RET receptor aprovado para pesquisa. Ela também tem outros dois estudos como primeira autora e cinco coautorias, desenvolvidos tanto na Queen’s University quanto na UEL.
Segundo a orientadora Juliana Serpeloni, é importante que estudantes brasileiros tenham seus esforços reconhecidos no exterior. “É o reconhecimento por um país de primeiro mundo de um trabalho desenvolvido com poucos recursos financeiros, mas com muita seriedade e criatividade”. Ela também lembra das dificuldades que estudantes e pesquisadores brasileiros enfrentam no país, o que acaba por propiciar evasão de mentes desenvolvedoras de conhecimento e inovação.
Na UEL, Larissa fez seu mestrado vinculado ao Programa de Genética e Biologia Molecular, do Departamento de Biologia Geral (CCB), e desenvolveu seu trabalho no Laboratório de Mutagênese e Oncogenética (LAMON). O Laboratório existe desde 1984 e reúne estudantes de graduação, pós-graduação e iniciação científica de diferentes cursos, como Farmácia, Biomedicina, Ciências Biológicas e Medicina. O LAMON tem um histórico de parcerias nacionais e internacionais e atualmente conta com 22 integrantes, entre docentes e estudantes.
*Estagiário de Jornalismo na COM/UEL.