UEL e Unioeste obtêm patente com síntese de nanopartícula de prata e folha de bananeira

UEL e Unioeste obtêm patente com síntese de nanopartícula de prata e folha de bananeira

Inovação substitui o triclosan, antimicrobiano sintético com ação antisséptica usado na fabricação de sabonete,

A UEL em parceria com a Unioeste conquistou uma nova patente pelo desenvolvimento de uma nanopartícula capaz de substituir compostos químicos na fabricação de subprodutos de higiene e limpeza. Carta patente do Instituto de Propriedade Industrial (INPI) foi expedida no último dia 22 de outubro, como patente verde, relacionada a tecnologias sustentáveis. O processo representa a síntese do material utilizando folha de bananeira, associadas a nitrato de prata, resultando em um produto sustentável e inovador.

A tecnologia é resultado do trabalho de pesquisadores do Laboratório de Microbiologia e Biotecnologia (Lamibi) da Unioeste e do Laboratório de Bacteriologia Básica e Aplicada (Labac) da UEL. A inovação é uma alternativa para substituir o triclosan, antimicrobiano sintético com ação antisséptica usado na fabricação de sabonete, pasta de dente e xampu. Segundo a coordenadora do Lamibi, professora Fabiana Gisele da Silva Pinto, que também integra a rede AgriTech Symbiosis, a colaboração da UEL ocorreu por meio da participação dos pesquisadores Gerson Nakazato e Renata Kobayashi, do Departamento de Microbiologia, do Centro de Ciências Biológicas (CCB).

Uma pós-doutoranda da Unioeste, Juliana Corrêa, iniciou os estudos sobre o potencial de partículas biogênicas no Labac, em Londrina. A professora Fabiana é egressa do curso de Biologia e do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia da UEL. Segundo ela, a nanopartícula de prata com folha de bananeira é a primeira patente verde da Unioeste, o que representa um importante avanço no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e o compromisso da Universidade com a inovação e a preservação ambiental.

“Estamos buscando parcerias com empresas interessadas em desenvolver esta tecnologia em níveis de produção tecnológica avançada visando a colocação no mercado. Estamos abertos a propostas de transferências de tecnologia que permitam ampliar o alcance dessa nossa inovação”, define a pesquisadora.

Atualmente a equipe do Lamibi desenvolve estudos utilizando também metais como cobre e zinco e outras partículas e plantas da biodiversidade brasileira, com destaque para exemplares da Mata Atlântica. “Essas nanopartículas estão sendo estudadas também para aplicação na agricultura como para o tratamento de sementes, crescimento de plantas e controle de patógenos, incluindo a salmonela, que acomete aviários”, definiu.

Professores Renata Kobayashi e Gerson Nakazato, da Microbiologia

Tecnologia

O professor Gerson Nakazato explica que essa síntese pode ser obtida por métodos químicos, físicos ou biológicos. Na UEL os pesquisadores optam pela metodologia biológica, que utiliza produtos naturais como plantas, microrganismos ou mel. Segundo o professor, esse método não produz resíduos por isso é considerado sustentável, mas desafia os pesquisadores a dosarem exatamente a quantidade de produto utilizado para acertar a reação e a transformação do sal em nanopartícula.

Foi essa a colaboração da equipe do Labac na produção do material com folha de bananeira. “Nosso maior desafio é sempre padronizar a síntese”, informa Gerson, acrescentando que os métodos químicos são estáveis e baratos, por isso comumente utilizados na indústria. Já o processo físico é considerado caro porque envolve gasto de energia para a produção de calor ou microondas.

O uso de nanopartículas para produção de antimicrobianos ou antivirais e consequente aplicação na indústria cosmética, de medicamentos e para fabricação de subprodutos de limpeza é recorrente na UEL. O professor Gerson tem hoje 11 cartas patentes concedidas de novas tecnologias, a grande maioria pela síntese. Outras 42 patentes estão depositadas junto ao INPI aguardando a concessão de cartas patentes.

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