O dia 15 de outubro é dedicado ao professor. A data tem origem em um decreto de Dom Pedro I, de 15 de outubro de 1827, que organizou o Ensino Elementar no Brasil da época. Em 1963, João Goulart fixou a data também por decreto.

A UEL tem mais de 1600 professores, dos quais mais de 1000 com título de Doutorado. Eles atuam num universo de mais de 13 mil alunos de graduação e quase 5 mil de pós-graduação. Coordenam ou participam de mais de 200 projetos de ensino, quase 230 projetos de extensão e mais de 1400 projetos de pesquisa, que envolvem quase 12 mil pessoas da comunidade universitária.

A professora Katya Luciane de Oliveira (Departamento de Psicologia e Psicanálise), há 13 anos na UEL, é uma destas professoras, com extensa trajetória acadêmica e dedicação à Universidade. Sua área é a Avaliação Psicológica, campo em que atua desde que era estudante de graduação, pouco antes da virada do século. “A Avaliação Psicológica é minha vida”, sintetiza. Seus estudos de Mestrado (Universidade São Francisco/SP, onde também fez Pós-Doutorado) e Doutorado (Unicamp) confirmam a trajetória. Atualmente, Katya é uma das docentes da América Latina mais bem colocadas no AD Scientist and University Ranking 2023, que avalia a produção docente em nível internacional.

De acordo com a professora, a Avaliação Psicológica responde a uma série de solicitações que necessitam do trabalho do profissional da área. Produz laudos a partir das mais diferentes demandas, como crianças com problemas escolares, idosos em processo de aposentadoria, pacientes de unidades básicas de saúde, vítimas de crimes, ou simplesmente pessoas que necessitam de intervenção, entre outros. Geralmente, uma avaliação de adultos precisa de 8 a 10 sessões; crianças, de 10 a 12. A abordagem é muito ampla e busca respostas em todo o contexto do paciente, desde o comportamento individual em dadas situações até as relações familiares e sociais.

Atuação na UEL

Na UEL, são da professora Katya todas as disciplinas relacionadas à Avaliação Psicológica, assim como é docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e de Educação da UEL, e coordena um projeto de extensão e de pesquisa no Laboratório de Avaliação e Pesquisa Psicológica da Universidade. O projeto de extensão envolve três professores colaboradores e 11 estudantes, e atende a população de baixa renda que chega à Clínica por algum encaminhamento público, como uma UBS, o Ambulatório de Especialidades do HU/UEL, ou o Poder Judiciário, entre outros. O projeto tenta priorizar os casos mais graves e as pessoas com vulnerabilidade social, mas a fila é grande.

Conforme relatório entregue recentemente, no último triênio, grande parte dos casos veio encaminhado de escolas públicas da Região Metropolitana de Londrina (Cambé, Ibiporã, Arapongas e Primeiro de Maio), crianças da APAE, pacientes do AEHU, Conselho Tutelar e adultos do INSS, além de assentados de Lerroville e a demanda da própria Clínica Psicológica da UEL.

“Não são apenas atendimentos preocupados com números”, enfatiza Katya. A palavra-chave, segundo ela, é acolhimento. Daí a ideia de um atendimento “ecológico”, ou seja, que leve em conta todos os aspectos da vida das pessoas. “A verdadeira avaliação acontece no cotidiano”, explica a professora. Feito o laudo, é feito um retorno ao paciente ou à instância que solicitou o serviço, dando o encaminhamento mais adequado para cada caso. “O outro é mais importante para mim”, define.

Além das avaliações e encaminhamentos, o serviço já gerou inúmeras teses e dissertações, artigos publicados e apresentações em eventos científicos.

Desafios

Para Katya, o desafio é aplicar a expertise na prática e em diferentes contextos, a partir de modelos reconhecidos e que são referência no país. A professora também atua em órgãos ligados à área. Ela é membro da diretoria atual e passada (2019-2021; 2017-2019) do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Também Conselheira da 18ª Plenária do Conselho Federal de Psicologia (Gestão eleita XVIII Plenária), com a função de Conselheira Coordenadora da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica. Coordena um Grupo de Trabalho Pesquisa em Avaliação Psicológica na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (Anpepp). E é bolsista Produtividade Nível 2/CNPq.

Na avaliação da professora, a UEL já criou uma tradição em avaliação psicológica. “Já somos uma vitrine para o país”, observa. E isso em pouco mais de uma década. “Eu tenho muito orgulho de trabalhar na UEL. Eu vivo a UEL”, conclui.