Ciclo de Cinema e Filosofia debate Mickey 17, de Bong Joon Hoo
Ciclo de Cinema e Filosofia debate Mickey 17, de Bong Joon Hoo
A discussão ocorre na noite desta terça-feira (24), às 19h, e a transmissão ocorrerá pelo canal do projeto no Youtube.Questões como a descartabilidade do homem e a busca pela vida fora da Terra são os eixos principais do filme “Mickey 17”, dirigido pelo sul-coreano Bong Joon Hoo, diretor de grandes produções como ‘Parasita’ (2019) e ‘O Hospedeiro’ (2005). A película é uma adaptação da obra de romance e ficção científica ‘Mickey7’ de Edward Ashton, publicada em 2022. Confira o trailer do filme ao final da reportagem.
“Mickey 17” é o filme escolhido para o próximo debate do projeto de extensão Ciclo de Cinema e Filosofia da UEL. A discussão ocorre na noite desta terça-feira (24), às 19h, e a transmissão ocorrerá pelo canal do projeto no Youtube. A mediação ficará por conta dos professores Celso Leopoldo Pagnan e Henrique Gambaro, ambos membros da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina.
Mickey 17
A trama de “Mickey 17” é ambientada no ano de 2054 e conta a história de Mickey Barnes, interpretado por Robert Pattinson. Sem alternativas, ele se alista como “Descartável” – tripulante de uma nave que deixa a Terra e se junta a uma colônia espacial para colonizar o planeta Nilfheim. “Descartável” é um trabalhador substituível, clonado sempre que morre em ações ligadas ao trabalho. O filme tem grandes nomes do cinema como Naomi Ackie, Steven Yeun, Toni Collette e Mark Ruffalo.

O professor Celso Pagnan comenta que a escolha do título se deu pelo fato de que um dos participantes do ciclo, o professor Henrique Gambaro, estuda os efeitos das fusões na saúde do trabalhador, já que o filme também trata sobre a precarização do trabalhador. Além disso, o filme trata – mesmo no campo da ficção – de questões como a luta de classes e a relação de fácil descarte do homem.
“Ainda que talvez não a fundo, essas questões serão abordadas, tendo em vista que o assunto é recorrente nas redes sociais e na grande imprensa. Diversos expoentes são chamados a criticar políticas sociais, notadamente a Bolsa Família, vista como ‘fábrica’ de pessoas que não querem trabalhar”, comenta o professor Celson Pagnan.
Questionado se o professor identifica uma relação entre a produção e questões emergentes da sociedade atual, como crise climática, ele é enfático. “Não há dúvidas, uma vez que Kenneth Marshall, líder supremo da expedição, acredita que a busca por outro planeta tende a representar um recomeço para a humanidade”, afirma. “Porém, ao mesmo tempo, esse recomeço deve ser feito por pessoas puras e brancas. O filme aborda também o neocolonialismo e há uma crítica direta a líderes como Donald Trump e a outros do espectro da direita, tendo em vista a relação aberta entre política e religiosidade”, conclui.
(Texto produzido por Maycon Rocha para a disciplina de Assessoria de Imprensa II, do curso de Jornalismo da UEL, sob a supervisão do professor Reinaldo Zanardi).