Estudantes de Engenharia Civil realizam vistoria em obras do CRAS Sul

Estudantes de Engenharia Civil realizam vistoria em obras do CRAS Sul

Alunos da UEL são bolsistas do projeto do TCE-PR Ver a Cidade, de fiscalização de obras públicas.

Com objetivo de apresentar aos graduandos a realidade de um profissional da Engenharia Civil em atuação em uma obra pública, uma equipe formada por cinco estudantes e três professores do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da UEL esteve, na manhã desta segunda-feira (19), na obra do novo Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) da Zona Sul de Londrina. A visita técnica faz parte das ações previstas no projeto “Ver a Cidade”, parceria interinstitucional entre o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) do Paraná e as universidades estaduais, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

O novo CRAS da zona Sul será o primeiro do município a funcionar em um prédio próprio da Prefeitura Municipal de Londrina (PML), permanecendo na Avenida Guilherme de Almeida, ao lado da Praça da Juventude. Atualmente, os servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social dividem um imóvel com uma biblioteca, localizada ao lado da obra.

Com 217m² de área construída, o novo CRAS contará com quatro salas de atendimento, banheiros e uma sala de atendimento coletivo, além da recepção. Em fevereiro deste ano, quando do lançamento do projeto “Ver a Cidade”, a obra foi incluída pelo TCE-PR na lista de obras paralisadas no estado e que juntas representavam R$ 1,27 bilhão em investimentos públicos parados. Na manhã desta segunda, funcionários da construção estavam atuando. A expectativa é de que o imóvel seja inaugurado em breve.

CRAS Sul, localizado na Avenida Guilherme de Almeida. Obra da Prefeitura de Londrina conta com fiscalização feita por estudantes da UEL, em parceria com TCE-PR (Fotos: Agência UEL).

Experiência enriquecedora

De acordo com o professor do curso de Engenharia Civil da UEL Francisco Morato Leite, a atividade da manhã desta segunda-feira teve o objetivo de analisar os pontos que concentram uma parte importante do orçamento total da obra, que é de R$ 951 mil. Dessa forma, os estudantes concentraram-se em pontos envolvendo o piso cerâmico interno, o emassamento de acrílico nas paredes internas, o gradil, a cobertura feita em trama de madeira e o piso externo, feito com cimento vassourado. Além dele, as professoras Raquel Souza Teixeira e Wanessa Fazinga também participaram da atividade.

Francisco considera que a oportunidade promovida pelo projeto “Ver a Cidade” é enriquecedora para a formação dos futuros profissionais engenheiros civis. Isso porque permite aos alunos contato direto com o mundo real das obras públicas, com o fiscal da obra e demais profissionais e, principalmente, com a documentação técnica. 

João Pedro de Oliveira, Gabriel Borges e João Danziger, estudantes da UEL.

“É uma chance única porque além desse conhecimento que envolve obras públicas, o estudante também estará observando a conduta e a importância do engenheiro civil, como se comportar, qual é a ética e os reflexos das atitudes de um profissional de Engenharia Civil na prática. Nesse sentido da formação é fantástico para nós”, avalia. Ele também acrescenta que a ementa do curso de Engenharia Civil da UEL contém a disciplina Ética, ramo da Filosofia que aborda aspectos morais da vida social, desde o primeiro ano.  

“Eu acho que é algo bem agregador porque é função do engenheiro fiscalizar tudo o que acontece na obra, então se ele não agir com ética, a sociedade é prejudicada. Aqui é uma obra do serviço social e os usuários poderiam ser prejudicados”, diz Gabriel Borges, aluno do segundo ano de Engenharia Civil. “A sociedade acaba sendo prejudicada porque o pagamento é feito por meio dos impostos, o órgão público banca a obra que também volta para a sociedade pelo imposto do civil. É importante que o responsável engenheiro tenha essa consciência”, completa o colega João Pedro Gonçalves de Oliveira. Além deles, também participaram da atividade as alunas Alyne Costa Martins, Laís Vitória Rodrigues e João Danziger.

Professor Francisco Morato Leite. Projeto permite contato real com obras públicas.

Projeto

Ao formatar o projeto, que é realizado no âmbito do Programa Anual de Fiscalização (PAF), o TCE-PR forneceu a lista com 1.084 obras paralisadas no estado às universidades. Desta forma, as equipes de estudantes e docentes realizaram estudos e vistorias de forma remota na ampla maioria destas obras. Destas, dez obras públicas foram escolhidas para receberem uma vistoria in loco e uma reunião de encerramento do projeto deverá ser realizada no final do mês de setembro. Antes os alunos da UEL ainda irão visitar as obras do Centro Municipal Educação Infantil (CMEI) Moradas de Portugal II, localizada na Rua Mitsuki Shime nº 80. Esta atividade será realizada no próximo dia 30 de agosto, às 14h.

A UEL conta com 12 bolsistas no projeto. Além de Londrina, o projeto também é realizado em parceria com universidades de Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG), Umuarama (UEM) e Cascavel (Unioeste).

Leia também