Equipe de Arquitetura da UEL elabora projeto com revitalização e melhorias de praça em Cambé
Equipe de Arquitetura da UEL elabora projeto com revitalização e melhorias de praça em Cambé
O Projeto Paisagístico da Praça Morumbi busca readequar o espaço utilizado pelos moradores para celebrações, esporte e lazerA equipe do projeto de extensão “Projeto Paisagístico para a Praça Morumbi em Cambé” pretende implementar melhorias funcionais na praça do Jardim Morumbi. A iniciativa é do escritório Ocas, ligado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Coordenado pela professora Denise de Cássia Rossetto Januzzi, doutora em Estruturas Ambientais e Urbanas pela Universidade de São Paulo (USP), o trabalho conta com a colaboração do professor Maurício Azuma, doutor pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, e dos alunos Fernanda Sabrina de Oliveira Gomes, Débora Manuel Arriaga e Antônio Carlos Prodóssimo, com o objetivo de criar um espaço que atenda às necessidades da comunidade local.
O projeto foi protocolado em junho de 2024 e teve início em meados de setembro do mesmo ano. A iniciativa partiu do presidente da Associação de Moradores do Jardim Morumbi, Eurides de Araújo Neto, que elaborou um questionário com itens que a população considerava importante para a praça.
Segundo Azuma, a pesquisa feita pelo presidente acelerou o processo de encabeçamento do projeto. “Ele veio não só com perguntas, mas trouxe 20 itens que a praça deveria atender. Entre eles, estruturas físicas e outras solicitações em relação a serviços, que não fazem parte do projeto, mas que o projeto poderia facilitar considerando esses itens solicitados”, explicou.

Utilização do espaço e metodologia
A praça em questão é um lote de aproximadamente 125 por 52 metros. Ela é muito frequentada por moradores, que utilizam o espaço para celebrações comunitárias e atividades de lazer aos fins de semana. Atualmente ela conta com uma academia ao ar livre, um playground, alguns bancos e um gramado que serve como um pequeno campo de futebol.
De acordo com Januzzi, a ideia é construir um local que seja mais harmônico e funcional, considerando a utilização da praça pelos moradores. “Basicamente, a gente percebeu que a praça é muito utilizada não só para eventos, mas também para o uso do dia a dia. A gente vai tentar, dentro desse projeto, manter essas características do uso diário, incluindo o equipamento mobiliário, quadras, para que essa praça consiga ser utilizada de uma maneira melhor ainda, melhorando a questão de conforto, segurança, acessibilidade, para que a praça possa ser utilizada com mais intensidade.”
O método empregado pelo grupo é o mesmo utilizado pelo arquiteto Benedito Abbud, de cinco etapas. A primeira é o inventário, onde a equipe faz um levantamento de informações do espaço. Depois ocorre o zoneamento, com o esboço das principais ideias e a colocação de cada elemento na praça. Depois vem a forma, com a decisão de qual composição irá melhor se adequar ao espaço. As próximas etapas são os planos de massas inicial e final. No plano de massa inicial ocorre a combinação de todos os elementos levantados e que farão parte do projeto, enquanto o plano de massa final é o projeto mais definitivo, que é a etapa atual em que o projeto da praça do Jardim Morumbi. Após isso, ocorre a execução das melhorias.

Mudanças e aspectos considerados
Januzzi também explica que alguns dos aspectos considerados durante a elaboração do projeto foi a visibilidade do espaço, para que pais pudessem observar os filhos desfrutando do local em segurança. Além disso, a equipe teve que dar uma atenção especial a acessibilidade, pois a praça possui um desnível natural que poderia comprometer a locomoção de idosos e pessoas com dificuldade de mobilidade.
Contudo, apesar das inovações e melhorias no local, a docente afirma que a equipe buscou se manter nos critérios de utilização da praça, sem mudanças demasiadamente extravagantes. “Em espaço público, a gente tem que sempre levar em consideração o que já é utilizado. Porque se você não levar em consideração o que é utilizado e querer colocar elementos novos, pode ser que não funcione. Por exemplo, vamos dizer, ninguém joga tênis lá. Você vai colocar um quadro de tênis e ninguém vai utilizar”, explicou a professora.
A mudança que potencialmente mais perceptível será no centro da praça, onde haverá um local para a integração dos eventos comunitários. Ademais, também haverá outros espaços de convivência, com bancos dispostos próximos uns aos outros, para facilitar a conversa e interação entre as pessoas. O grupo também incluiu uma quadra de vôlei e uma quadra infantil no projeto, além de um banheiro público.
Além dos moradores do Jardim Morumbi e proximidades, Januzzi explica que a praça tem potencial para se tornar um ponto de encontro de toda a população de Cambé, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 era de 107.208 habitantes. A estimativa é que a conclusão do projeto ocorra nos próximos seis meses.

(*Estagiário de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social).