Palhaço Tomate sobe ao palco do Cine Teatro Ouro Verde nesta quinta (23)

Palhaço Tomate sobe ao palco do Cine Teatro Ouro Verde nesta quinta (23)

Atração argentina é a única estrangeira confirmada no Festival. Ingressos podem ser adquiridos pela plataforma Sympla.

Um convite ao riso e também à reflexão. É a proposta do espetáculo “Tomate, puro tomate”, que será exibido nesta quinta (23), na programação do Festival Internacional de Londrina (Filo). A peça é a única atração internacional desta edição do festival e será apresentada às 20h30, no Cine Teatro Ouro Verde.

O ator é o argentino Victor Ávalos. Ora palhaço, ora bufão; cruel e também inocente, o palhaço Tomate, com seu humor extravagante, promete mexer com os londrinenses. É a segunda vez dele na cidade – a primeira foi em 2016, a convite do Festival Nariz Vermelho. Ávalos vive em Buenos Aires e é palhaço há 30 anos. O espetáculo tem 50 minutos de duração, é livre para todos os públicos e ainda conta com ingressos disponíveis na plataforma Sympla.

Ávalos é especialista em balões. O espetáculo não tem falas. Na peça, manipula e cria objetos com bexigas. Em entrevista à Rádio UEL FM, ele revelou que, ao iniciar a carreira de palhaço na Argentina, nos anos 90, dedicou-se a estudar e se especializar nessa arte. “Ninguém queria mexer com balões porque é coisa de palhaço em festa de criança: avião, cachorrinho, espada. Fiz tudo isso, mas busquei me diferenciar”,
explicou.

A entrevista completa pode ser acessada abaixo:

“Rei dos globos”

Desde o início da carreira, o palhaço fazia propaganda e divulgação de seu trabalho como “Tomate, o homem globo” e “Tomate, rei dos globos”, que é como os argentinos chamam os balões. A dedicação, os estudos e a criatividade já o levaram duas vezes para o livro dos recordes, o Guinness Book, com projetos realizados na China. “Na primeira vez que estive lá, em 2016, fizemos a maior escultura em balões de uma cidade inteira, com 365 mil unidades. E na segunda vez, em 2017, um zoológico, com meio milhão de balões”.

Ele conta que sempre quis viajar com sua arte e ela o levou a 26 países. No Brasil, calcula ter se apresentado em pelo menos 200 cidades e se diz apaixonado pelo país e por nossa cultura. “Chica da Silva, Lampião e Maria Bonita, literatura de cordel, música brasileira”, destaca. De família humildade, começou a trabalhar ainda menino e fez um pouco de tudo – de oficina mecânica a venda de cursos. Durante a pandemia, pra sustentar a família, foi trabalhar em uma indústria alimentícia de Buenos Aires, onde também atuou em várias frentes. “Desde correr atrás de 500 kg de frango até construir a própria mesa. Passando também pelo conserto de câmeras de filmagem e dos portões da empresa, até parar na área administrativa, como braço direito do dono. “Oito horas por dia, cinco dias por semana”, explicou.

Palhaço Tomate, atração do Filo nesta quinta-feira (23). Festival é apoiado pela Universidade Estadual de Londrina.
Palhaço Tomate. Argentino Victor Ávalos coleciona histórias em três décadas de dedicação à arte

“Faz-tudo”

Para Ávalos, a experiência de ter tido um circo durante seis anos o ajudou a ser uma espécie de “faz-tudo”. Segundo ele, fazia 30 anos, desde seu início como palhaço, que não voltava a ter um trabalho tão exaustivo e com rotina puxada. “Dos 15 até os 27 anos fiz um monte de trabalhos que não gostava de fazer. Todo artista deveria passar por uma situação de fazer algo que não gosta, mas que precisa para sobreviver, como fazem 80% das pessoas no mundo. Isso como caminho para ser artista popular e valorizar quem atua fora da arte”, exemplifica.

O palhaço também destaca a importância dos técnicos e de quem atua nos bastidores. Nos hotéis onde fica hospedado durante suas apresentações, costuma deixar no quarto, ao ir embora, flores feitas com balões como presente às camareiras.

Ávalos reflete ainda sobre a especificidade do palhaço latino-americano, que foi, inclusive, tema de uma oficina que ministrou no FILO e terminou ontem. “Humor ácido e capacidade de improvisação”, destaca. Em turnês pela Europa, o palhaço que ele encarna sempre passa o chapéu duas vezes. “A primeira, para as crianças. Elas podem tudo nos espetáculos de rua. A segunda vez é para os adultos. Geralmente os pais pagam duas vezes”.

Da primeira vez que fez isso, na Espanha, foi criticado. Poucos anos depois, ao voltar àquele país, testemunhou palhaços espanhóis e de outros lugares também passando o chapéu duas vezes nas apresentações de rua. Ele se considera privilegiado. “O público paga para ver você. Gargalha, bate palma, te abraça”.

Serviço

Peça “Tomate, puro tomate”
Com Victor Ávalos, de Buenos Aires
Nesta quinta-feira (23), às 20h30, no Cine Teatro Ouro Verde
50 minutos de duração
Classificação: Livre
Ingressos a R$ 30,00, com meia a R$ 15,00 pelo site do Sympla.

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