Ouro Verde recebe alunos de escolas públicas para ensaios da Osuel e grupo Entre Nós
Ouro Verde recebe alunos de escolas públicas para ensaios da Osuel e grupo Entre Nós
Em média 400 estudantes de colégios públicos da cidade viram, muitos pela primeira vez, uma orquestra em cena. Espetáculo "Broadway Night" será nesta quinta (6), às 20h30.Cerca de 400 alunos de quatro escolas públicas de Londrina compareceram, nas manhãs de quarta (5) e desta quinta-feira (6), ao Cine Teatro Ouro Verde, para assistir aos ensaios abertos da Orquestra Sinfônica da UEL (Osuel) com o grupo vocal Entre Nós, que se apresentam nesta quinta, às 20h30. O espetáculo cênico-musical se chama “Broadway Night”, com temas clássicos e novos de musicais. A Broadway é considerada a avenida mais importante de Nova Iorque e se tornou célebre também por seus teatros, onde são encenados musicais, muitos deles que serviram de trilha sonora para filmes clássicos. Os ingressos estão esgotados.
Para muitos dos estudantes, foi a primeira vez no teatro. A atividade também marcou a despedida de Osvaldo Gomes Vieira, auxiliar operacional do Ouro Verde, que vinha colaborando na montagem da Osuel nos últimos anos. Vieira trabalhava há 24 anos no Teatro e se aposentou ao completar 75. Ele recebeu homenagem carinhosa dos músicos e “ganhou” a batuta do maestro Alessandro Sangiorgi para a foto no palco com os músicos.
Para o maestro, a presença dos jovens nos ensaios abertos é motivo de alegria e energia. “É uma operação necessária nos dias de hoje, especialmente no Brasil, porque a experiência de entrar num teatro e ser ‘invadido’ pelas vibrações que a música provoca é transformadora. Esses, quem sabe, vão se transformar no nosso público de amanhã”. Segundo ele, cerca de 45 músicos da OSUEL vão tocar no concerto desta noite.
A diretora vocal do Entre Nós, Monique Kodama, que também é professora da rede estadual, considera que a vivência dos estudantes fora da sala de aula é bastante
enriquecedora. “Tem gente que está vindo ao Ouro Verde, símbolo de nossa cidade, pela primeira vez”, comemorou. Ela leciona no Colégio Estadual Paulo Freire, no Jardim Piza. Além da Paulo Freire, compareceram aos ensaios estudantes da escola municipal Acquaville, na Zona Leste, da Escola Estadual do Patrimônio Regina e da 2ª Escola da Polícia Militar.
O Entre Nós está comemorando 12 anos de trabalho. Para Monique, é uma
celebração importante se apresentar no teatro com a Osuel. Não é a primeira
experiência com a Sinfônica da Universidade. Mas o repertório é diferenciado. “O Entre Nós é conhecido por fazer música brasileira e eu propus um repertório diferente para enriquecimento artístico e técnico. São músicas que estão na memória afetiva de muita gente, os clássicos, e também coisas novas”, explica.
No repertório, “O Fantasma da Ópera”; “West Side Story”; “Noviça Rebelde”; “Cats”; “Os Miseráveis”; “Singing in the Rain”; “Rent”, além de “La La Land”. O Entre Nós sobe ao palco com 16 cantoras e cantores. O espetáculo também terá a participação de um coro infantil com 13 crianças, mais os bailarinos da Funcart Matheus Nemoto e Ariela Pauli. A direção cênica do espetáculo é de Silvio Ribeiro. Serão 16 temas, alguns em sua versão original e outros em português.
Experiência marcante
Professor no Colégio Estadual do Patrimônio Regina e na Escola Municipal do
Acquaville, Isaque Ribeiro Pires Gonçalves também é cantor do Entre Nós. “Vários alunos nunca tinham vindo ao teatro e nunca tinham ouvido uma orquestra na vida. Muitos disseram que achariam que seria chato, mas tivemos retorno de que gostaram muito e ficaram emocionados. Gostaram das cantoras, dos instrumentos. Foi uma experiência especial”.
Beatriz Fonseca Trajano, 15 anos; Ester Rocha da Costa Barros, 17 anos; e Hevelyn Aparecida Santos Souza, 16 anos, alunas de Gonçalves no Patrimônio Regina, estavam animadas para o início do ensaio aberto. “É muito bom sair da escola para ver cultura. Todos os estudantes deveriam ter essa oportunidade”, defende Beatriz. “Eu amo música, apresentação e instrumentos. É uma energia boa e eu sou apaixonada. Eu tinha tido oportunidade de vir apresentar um espetáculo de dança aqui, mas não consegui porque fiquei doente. Chorei muito na época”, revelou Hevelyn, que participou do projeto Faces de Londrina, em 2017. Cinco anos depois, teve a chance de conhecer o teatro e estar na plateia. “Não é no palco, mas é melhor do que nada, né?”. Para as amigas também foi a primeira vez no Ouro Verde, que completa 70 anos em dezembro.