Laboratório de Cerâmica utiliza fornos de massa refratária na queima de peças de argila
Laboratório de Cerâmica utiliza fornos de massa refratária na queima de peças de argila
Objetivo do projeto é dar autonomia a professores de Arte nas aulas de cerâmica. Escolas muitas vezes não possuem fornos para queima dos materiais.Depois de ter sido procurada por professores de Arte da Educação Básica de Londrina, uma docente do Departamento de Artes Visuais da UEL, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca), decidiu apostar em um projeto de extensão que pesquisa e desenvolve fornos cerâmicos não convencionais. O objetivo foi dar autonomia aos professores de Arte nas aulas de cerâmica, uma vez que as escolas não possuem fornos para a queima das obras de argila produzidas pelos alunos. Ao mesmo tempo, por se tratar de um forno portátil e com baixo custo de produção, a ideia vem agradando ceramistas e o público interessado na arte de transformar o barro em belos objetos de decoração.
Na UEL, as atividades são desenvolvidas no Laboratório de Expressão Tridimensional – Cerâmica, no Ceca. Os fornos de massa refratária são construídos dentro de latas de tinta, o que confere ao equipamento praticidade para ser transportado. A professora responsável pelo projeto é Tânia Cristina Rumi Sugeta, que é ex-aluna do curso de Artes Visuais da UEL e trabalha com cerâmica e esculturas com os estudantes.
“Começamos a pesquisar outros tipos de queima, como usando gás ou eletricidade e, ainda, em buracos. Mas a queima elétrica não é viável para as escolas por conta de energia, e usar lenha é um pouco perigoso para a escola porque a queima é longa, leva seis, oito ou até dez horas”, explica.
Foi em meio a este questionamento que a professora se recordou do trabalho desenvolvido pela ceramista porto-alegrense Luciana Firpo, que a ensinou a construir seu primeiro forno de latão.
De acordo com a docente da UEL, utiliza-se uma massa refratária resultante da mistura do Caulim, argila em pó, pó de serra e o chamote, que é a argila já queimada. Após a mistura adquirir consistência, é necessário realizar uma primeira queima, com carvão. “Para conservar o calor, essa massa precisa ser porosa. A ignição é uma vela e a temperatura atinge 850º, que é a temperatura necessária para queimar a argila e transformar em cerâmica”, explica.
Conforme a professora, estudantes do departamento, egressos e ceramistas de Londrina tiveram a oportunidade de desenvolver os fornos em oficinas realizadas no mês de outubro, no Laboratório. Em 2023, outras oficinas deverão ser realizadas.