Estudantes e professores do curso de Arquitetura da UEL estão reconstruindo a obra do arquiteto e artista plástico Carlos Fajardo, doada à instituição pelo próprio artista, em 1994, durante a Semana de Arte de Londrina. A obra foi instalada inicialmente em uma das entradas do Campus, no Centro de Ciências Biológicas (CCB), mas teve de ser retirada assim que foi iniciada a construção de um bloco de salas de aulas e de laboratórios. Com a remontagem, a expectativa é de que até meados deste ano o monumento esteja novamente visível ao público, no entroncamento do CCB com o Calçadão da UEL, local de grande movimentação de pedestres e de automóveis.

De acordo com o Inventário de Monumentos do Plano Diretor de Patrimônio Histórico-Cultural de Londrina, o cubo do artista Carlos Fajardo foi um presente dado a Londrina em seu sexagésimo aniversário pela empresa Maracaju Veículos, antiga revenda Ford. A doação foi feita por meio do projeto “Arte e Cidade”, que previa um acordo entre a Maracaju e a Universidade. A proposta era criar espaços para grandes artistas em Londrina.

Carlos Fajardo é reconhecido nacionalmente por suas criações que adotam a inventividade, o experimentalismo e a liberdade de meios. O cubo é uma escultura de 2,32 X 2,32 metros, feita de tijolos encaixados, com uma abertura vertical que transpassa o interior do cubo nas quatro faces laterais. A obra foi desmontada com autorização do artista, com o cuidado de um registro, um memorial, visando a sua remontagem posteriormente.

Segundo o diretor da Divisão de Artes Plásticas (DAP), da Casa de Cultura da UEL, professor Danillo Vila, a escolha do lugar, bem como a remontagem da obra foram feitas em comum acordo com Fajardo, que aprovou a nova localização. Danillo ressalta que não seria certo deixar guardada uma obra de um artista tão importante, relacionada a um grande marco nas artes plásticas de Londrina.

Na época da doação do cubo, Fajardo esteve em Londrina na Semana de Arte e coordenou uma oficina histórica direcionada a artistas e estudantes. O próprio Danilo, que não morava na cidade na época, veio participar do evento, que trouxe ainda outros expoentes brasileiros, como Rodrigo Naves e Nuno Ramos. Para o professor, o impressionante nesta obra é poder reconhecer as características do artista que provoca o público com simplicidade, elementos básicos e mínimos, conseguindo atrair a atenção.

Reconstrução

O cubo de Fajardo está sendo reconstruído pelas mãos de estudantes do 1º e 2º anos do curso de Arquitetura orientados pelos professores Antonio Carlos Zani e Oigres Macedo. Diferente da montagem original, porém com autorização do autor, dessa vez será utilizado argamassa nas beiradas de cada fieira de tijolo. O objetivo é que a obra possa ter maior resistência à ação do tempo. Estudantes e professores já conseguiram assentar cinco de um total de 21 camadas de tijolos.