Projeto cultural cataloga acervo audiovisual do Museu Histórico de Londrina

Projeto cultural cataloga acervo audiovisual do Museu Histórico de Londrina

Materiais abrangem mais de 600 entrevistas realizadas com pessoas de Londrina desde 1970. Iniciativa é da Associação dos Amigos do Museu.

O acervo audiovisual do Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss, da UEL, composto por mais de 600 entrevistas realizadas com pessoas da cidade, está sendo catalogado e organizado através do projeto “Histórias em cena: organização, digitalização e divulgação do acervo audiovisual do Museu Histórico de Londrina”. A iniciativa foi proposta pela Associação dos Amigos do Museu Histórico de Londrina (Asam), é conduzida pelo próprio Museu e conta com R$ 40 mil em recursos da Lei Paulo Gustavo, viabilizados através da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), da Prefeitura Municipal de Londrina.

O material contemplado está armazenado em 500 DVDs e um HD externo, sendo que grande parte desse conteúdo já foi transferida para o servidor do Museu. Agora, além de catalogar os itens, os participantes do projeto estão compilando informações que serão disponibilizadas para a população através da plataforma Pergamum Museus.

Nesta base de dados, será possível consultar textos, imagens e descrições dos materiais audiovisuais. Porém, para acessar os conteúdos em áudio e vídeo, será necessário fazer uma solicitação ao Museu Histórico de Londrina.

Julia Piovesan, uma das contratadas no projeto de digitalização (Foto: Gabriel Arantes/Museu Histórico de Londrina).

Iniciado em dezembro de 2023, o “Histórias em cena” tem duração de 12 meses. Sua execução, no momento, está a cargo de dois profissionais, sendo um deles mestre em história e o outro licenciado em história e estudante de jornalismo. Futuramente, o projeto abrirá chamamento para formar grupos de estudantes de diversas áreas do conhecimento que receberão formação relativa ao trabalho que está sendo realizado em espaços museais.

De acordo com a diretora do Museu Histórico de Londrina e professora do Departamento de História (CLCH) da UEL, Edméia Ribeiro, a iniciativa tem um propósito duplo, tanto técnico quanto formativo. Além de contribuir para a organização do acervo da instituição, é voltada à iniciação dos estudantes no processamento de materiais audiovisuais no contexto dos museus.

Ribeiro destacou que as entrevistas que compõem o acervo audiovisual do Museu começaram a ser gravadas em 1970, e seguem sendo feitas até hoje, abordando pessoas que moram em Londrina e suas experiências.

“Anteriormente, as gravações eram feitas em suportes como o VHS e fitas cassete. Porém, esses materiais foram digitalizados alguns anos atrás através do projeto ‘Conservação e preservação de depoimentos gravados em Fitas Cassete e VHS’. Essa iniciativa foi realizada pelo produtor de vídeo Francisco Senra Neto, e contou com patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic)”, frisou.

O historiador Gabriel Arantes, um dos profissionais que atuam na digitalização do acervo (Foto: Julia Cebulski/Museu Histórico de Londrina).

Ainda segundo Ribeiro, o Museu Histórico de Londrina é um espaço dedicado à salvaguarda da memória e da história da cidade, através de diferentes tipologias incluindo seu acervo tridimensional, entrevistas, negativos, fotografias, documentos e periódicos. “Esses suportes contribuem para contar a história da cidade em diferentes tipologias, e todos são importantes para esse propósito”, disse.

O historiador e estudante de jornalismo da UEL Gabriel Arantes contou que tem colaborado com o Museu Histórico, através de estágios, desde a época em que cursava sua graduação em História.

“Esse projeto de catalogação do acervo audiovisual é uma oportunidade para unir as minhas duas áreas de atuação, como historiador e jornalista. Já veiculei alguns trechos das entrevistas em uma coluna que produzo para a Rádio UEL, e também vamos produzir postagens para as redes sociais para divulgar esse material. O acervo tem registros muito importantes, de pessoas de todas as camadas sociais, incluindo não só aquelas que se destacaram como outras que sofreram um apagamento histórico”, sublinhou.

Com informações do NCOM.

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