Vencedor da Palma de Prata retrata o silêncio da guerra e olhar feminino no cotidiano durante a 2ª Guerra Mundial

Vencedor da Palma de Prata retrata o silêncio da guerra e olhar feminino no cotidiano durante a 2ª Guerra Mundial

O filme faz paralelos entre passado e presente, mostrando como a misoginia e as estruturas familiares tidas como o modo pleno de vida da época ainda se replicam na sociedade moderna

Maria Eduarda Charamitaro*

Agência UEL


Em Vermiglio, vilarejo cercado por montanhas congeladas durante a Segunda Guerra Mundial, uma família tradicional, sustentada pelo patriarca, tem sua estrutura estremecida com a chegada de um jovem desertor que busca refúgio. Em meio a esse cenário, ele se envolve com a filha mais velha e mais promissora da família.

A idéia do filme surge após um sonho da diretora e roteirista Maura Delpero, que teve com o pai logo após sua morte, quando ele ainda era criança, por volta dos seis anos de idade, desfrutando da infância no vilarejo italiano. Essa imagem onírica combinada a relatos familiares, inspirou-a para um processo de escrita que ela descreve como “uma mistura de conhecimento muito íntimo e, ao mesmo tempo, uma ignorância que você precisa preencher com dramaturgia”.

Diferentemente das convenções do cinema bélico, Vermiglio opta por uma abordagem que privilegia as consequências silenciosas da guerra. A ideia era contar as histórias de quem ficou em casa, quem sofreu a guerra sem ser o herói celebrado nos livros de História. Mostrar como as mulheres, iguais às retratadas no filme, que eram parte das comunidades tradicionais, lutavam para que seus bebês permanecessem vivos, por exemplo.

O filme faz paralelos entre passado e presente, mostrando como a misoginia e as estruturas familiares tidas como o modo pleno de vida da época ainda se replicam na sociedade moderna. Para a diretora, uma família grande é também uma família com grandes histórias.

Vermiglio retrata a transição do modelo de mundo que foi rasgado após o colapso do conflito mundial e reflete sobre como esses efeitos são perceptíveis não apenas no mundo em geral, mas também no cotidiano, revelando a passagem de uma vida comunitária para uma modernidade individualista.

Sinopse

Vermiglio – A noiva da montanha se passa em 1944, na remota aldeia alpina de Vermiglio, no norte da Itália, onde a Segunda Guerra Mundial paira como uma sombra constante, mas distante. A tranquilidade da vila é quebrada com a chegada de Pietro (Giuseppe De Domenico), um jovem soldado siciliano que busca refúgio após carregar seu ferido companheiro, Attilio (Santiago Fondevila), por uma longa jornada. Aclamado como herói, Pietro é acolhido pela comunidade e pela família do professor local, cuja filha mais velha, Lucia (Martina Scrinzi), é imediatamente atraída por ele.

À medida que Pietro e Lucia se apaixonam, o romance deles desencadeia uma série de eventos que transforma a vida na aldeia. O casal decide se casar, mas essa união inesperada expõe as tensões na comunidade, revelando misoginia, intolerância e preconceito profundamente enraizados. O drama, dirigido por Maura Delpero, explora a complexa dinâmica familiar e social da época, revelando como o amor e as escolhas pessoais podem desestabilizar e transformar até mesmo as comunidades mais isoladas. (fonte: Adoro Cinema)

Diretor: Maura Delpero.
Elenco: Tommaso Ragno, Roberta Rovelli, Martina Scrinzi.
País: Itália. Idioma: Italiano.
Ano: 2024 – Lançamento no Brasil: Julho de 2025.

Duração: 120 min
Gêneros: Drama, romance, história

Não recomendado para menos de 12 anos

Escolhido como representante oficial da Itália no Oscar 2025 (chegou a ser indicado ao Globo de Ouro), Vermiglio se consagrou como o grande vencedor do David di Donatello (o ‘Oscar’ italiano), tendo sido premiado ao todo em sete categorias. Antes disso, ainda, havia recebido o Grande Prêmio do Júri Oficial no Festival de Veneza 2024 – ou seja, ficou em segundo lugar, atrás apenas de O Quarto ao Lado (2024), premiado com o Leão de Ouro – numa seleção que incluía ainda o brasileiro Ainda Estou Aqui (2024) e o norte-americano O Brutalista (2024), ambos indicados neste ano ao Oscar de Melhor Filme. 

Sessões: segunda 27, terça 28 e quarta 29 de outubro de 2025 – horários: 16h e 19h30. 

Endereço: Rua Maranhão 85 – Centro Londrina – Cine Teatro Universitário Ouro Verde – UEL

Bilheteria aberta 30 min antes das sessões

Valor do ingresso: 

R$ 20,00 (inteira) – meia, R$ 10,00. 

Segunda a quarta R$ 10,00.

Telefone de contato: (43) 3323-8562

*Estagiaria de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação (COM)

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