“Entre Duas Mulheres” revisita clássico do Quebec e atualiza debate sobre feminilidade
“Entre Duas Mulheres” revisita clássico do Quebec e atualiza debate sobre feminilidade
A amizade cura dores que, sozinhas, dificilmente conseguiríamos enfrentar, especialmente as amizades femininas, entre mulheres que compreendem trajetórias, sentimentos e pensamentos que tantas vezes internalizamos. Em Entre Duas Mulheres, esse retrato sensível é o centro da narrativa. Violette e Florence encontram uma na outra motivos para enfrentar suas aflições, como casos extraconjugais, a negligência dos maridos e o desgaste das relações familiares.Duas mulheres, esposas, deprimidas, colapsadas e mães. Um cenário propício à ebulição dos nervos, e é exatamente assim que se encontram Violette e Florence. Violette encara um início de maternidade conturbado, permeado por angústias e incertezas. Florence, por sua vez, convive com uma depressão e pensamentos autodestrutivos que atravessam sua rotina. Elas são vizinhas e se unem por um elemento simples: a fofoca. Entre encontros casuais pelo subúrbio, debatem temas e vivências comuns, e surge uma conexão que abre espaço para enxergar a vida sob uma nova perspectiva.
A amizade cura dores que, sozinhas, dificilmente conseguiríamos enfrentar, especialmente as amizades femininas, entre mulheres que compreendem trajetórias, sentimentos e pensamentos que tantas vezes internalizamos. Em ‘Entre Duas Mulheres’, esse retrato sensível é o centro da narrativa. Violette e Florence encontram uma na outra motivos para enfrentar suas aflições, como casos extraconjugais, a negligência dos maridos e o desgaste das relações familiares.
Conforme a vida das duas se entrelaça, o filme apresenta a jovem Jessica, como um contraponto geracional que evidencia como a contemporaneidade sufoca expressões de feminilidade e prazer entre as mais jovens. No entanto, o confronto entre suas perspectivas e as das protagonistas nunca se desenvolve plenamente, e a personagem desaparece por volta do terceiro ato, sem impacto real na trama.
“Entre Duas Mulheres” é um remake de Deux Femmes en Or (1970), um dos títulos mais emblemáticos da cinematografia do Quebec. O desafio desta nova versão era atualizar elementos envelhecidos do longa de Claude Fournier e incorporar às personagens questões contemporâneas sobre feminilidade, sem perder o apelo cômico e a abordagem positiva sobre o sexo que tornaram o original um clássico, a diretora Chloé Robichaud conseguiu traduzir e renovar a história de uma maneira bastante satisfatória. Muito por sua condução, é um filme eloquente e bem-humorado, que se ajusta aos ritmos peculiares da vida suburbana, a diretora de fotografia Sara Mishara (O Golpe de Milhões) e o montador Matthieu Bouchard (Pillow Talk) extraem dos cenários repetitivos imagens de simetria prazerosas, apostando em uma iluminação quente que contrasta de forma envolvente com a paisagem fria do Quebec. A trilha sonora, marcada por pop rock feminino franco-canadense dos anos 80 e 90, reforça emocionalmente as personagens e seus arcos de libertação, músicas que prometiam liberdade na juventude, mas que não se traduziram na feminilidade adulta.
O roteiro evidencia uma compreensão profunda dessas mulheres, demonstrando habilidade ao construir diálogos que refletem as inquietações filosóficas que orientam suas buscas por prazer, sem quebrar a imersão em um mundo tão próximo do nosso. Entre Duas Mulheres reflete sobre a angústia feminina contemporânea, de ser responsável pelo planeta, pela família, por ser um “bom exemplo” e sobre como essas expectativas esmagam os processos, moralmente complexos e inevitavelmente caóticos, de construir uma vida que reflita desejos reais e que preencha subjetividades.
ENTRE DUAS MULHERES
Sinopse
‘Entre Duas Mulheres’ acompanha duas mulheres em estado de colapso. Violette sofre com uma licença-maternidade difícil, deixando-a em alerta o tempo inteiro. Já Florence encara uma depressão que insiste em não passar, imobilizando-a. As duas vizinhas convivem com um sentimento sufocante de fracasso, apesar de carreiras bem-sucedidas e famílias estruturadas. As duas passam, então, a questionar as regras sociais que as colocam em papéis predefinidos: e se a felicidade estiver justamente em romper com paradigmas e expectativas? Ambas partem numa jornada de apreciação da vida em um mundo onde a diversão raramente é prioridade. Viver um caso com um entregador pode parecer um ato revolucionário e um sopro de ar fresco diante das circunstâncias.
Um filme de Chloé Robichaud
Título original: Deux femmes en or
Direção: Chloé Robichaud
Gênero: Comédia
País: Canadá
Ano: 2025, lançamento no Brasil: 20 de Novembro
Tempo: 100 min
Classificação: 16 anos
Elenco: Karine Gonthier-Hyndman,
Laurence Leboeuf, Félix Moati, Mani
Soleymanlou, Sophie Nelisse, Juliette
Gariépy
Trailer
Informação sobre o Cine Ouro Verde UEL:
Sessões: segunda 01, terça 02 e quarta 03 de Dezembro de 2025 – horários: às 16:00 e 19:30.
Endereço: Rua Maranhão 85 – Centro Londrina – Cine Teatro Universitário Ouro Verde – UEL
Bilheteria aberta 30 min antes das sessões.
Valor do ingresso:
R$ 20,00 (inteira) – meia, R$ 10,00.
Segunda a quarta R$ 10,00.
Programação atualizada:
https://www.instagram.com/cineouroverdeuel
https://www.facebook.com/cineouroverdeUEL
Telefone de contato: (43) 3323-8562
*Estagiária de Jornalismo da COM.
