Orquestra Sinfônica da UEL fecha 2025 com a Quarta Sinfonia de Mahler

Orquestra Sinfônica da UEL fecha 2025 com a Quarta Sinfonia de Mahler

No último concerto do ano, a Osuel traz a Quarta Sinfonia de Gustav Mahler.

A Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina fecha o calendário de 2025 com um concerto especial nesta quinta (18) e sexta-feira (19), às 20h30, no Teatro Ouro Verde, trazendo um programa especialmente preparado para o encerramento do ano: a Quarta Sinfonia de Gustav Mahler. Os ingressos podem ser adquiridos aqui.

Sob a regência do maestro Rossini Parucci, a OSUEL vai interpretar pela primeira vez a Quarta Sinfonia de Gustav Mahler, obra que ocupa um lugar singular na história da música sinfônica pelo lirismo, pela forma inovadora e pelo encerramento inusitado com uma canção solo.

A obra é estruturada em quatro movimentos e no célebre Finale a canção “Das himmlische Leben” (“A Vida Celestial”), cantada por uma soprano, apresenta a visão idílica sobre o céu e o paraíso sob a perspectiva de uma criança. A soprano Melina Peixoto, pós-doutora em canto lírico, reconhecida por atuações marcantes em importantes palcos brasileiros, será a solista especialmente convidada para o concerto.

Temporada 2026

Além do concerto de encerramento, também haverá o lançamento da Temporada Ouro Verde 2026, que traz novidades importantes, como a presença de grandes artistas convidados, entre solistas e maestros renomados, com trajetórias brilhantes dentro e fora do Brasil.

As Séries Arábica, Catuaí, Bourbon e Conilon – inspiradas nas variedades de café e pensadas para expressar diferentes intensidades do repertório sinfônico – continuam na grade de programação. No ano que vem será acrescentada uma microssérie de Concertos Especiais, com repertório temático e intimista. Outra novidade é que os concertos passarão a acontecer as sextas e sábados, sempre às 20h, atendendo ao pedido do público.

Sinfonia nº 4 em Sol Maior – Gustav Mahler

Durante a primeira década dos anos 1800, os poetas Achim von Arnim e Clemens Brentano coletaram e publicaram três volumes de versos populares alemães anônimos que acabaram exercendo grande influência sobre compositores e autores que viriam a caracterizar o movimento romântico alemão do século XIX. Ao todo, a coletânea – que eles chamaram Des Knaben Wunderhorn (O Chifre Mágico do Menino) – incluiu mais de 700 seleções.

Gustav Mahler musicou mais de 20 poemas de Des Knaben Wunderhorn, mas talvez ainda mais importante seja o fato de que sua sensibilidade artística foi profundamente moldada pelo material poético da obra.  Cada uma das quatro primeiras sinfonias de Mahler (às vezes chamadas de “sinfonias Wunderhorn”) faz uso de configurações dessa coletânea. A Sinfonia nº 4 marca o ponto final do envolvimento de Mahler com o universo poético de Des Knaben Wunderhorn.

O eixo da obra é o movimento final – “Das himmlische Leben” (A Vida Celestial), composto anos antes e concebido como a visão inocente de uma criança sobre o paraíso. Mahler estruturou os movimentos anteriores de modo a preparar gradualmente esse clima de serenidade radiante.

Apesar de Mahler expandir o sentido expressivo da tradição sinfônica, a Quarta permanece fiel à arquitetura clássica. O primeiro movimento combina fluidez melódica mozartiana, manipulação motívica engenhosa e uma clara adesão à forma-sonata clássica. Sua sonoridade leve é marcada pelo uso dos sinos de trenó, que reaparecem para articular a estrutura, e por contrastes entre temas de caráter lírico, gestos dançantes e interrupções surpreendentes.

O segundo movimento, um scherzo macabro, destaca o violino solo afinado um tom acima, criando um timbre áspero associado por Mahler à figura da Morte, inspirado no autorretrato de Arnold Böcklin.

O terceiro movimento oferece uma longa meditação serena, alternando episódios luminosos em Sol maior com passagens mais sombrias, culminando em uma súbita explosão em Mi maior que anuncia o clima celestial do final.

No movimento final, a soprano descreve um céu simples, alegre e infantil, repleto de danças, cantos e imagens de fartura, sem ironia ou distanciamento. A sinfonia se dissolve em calma absoluta, com sons delicados de harpa evocando a tranquilidade do paraíso.

Melina Peixoto, soprano

A soprano belo-horizontina Melina Peixoto é pós-doutora, doutora e mestre em Performance Musical (UFMG) e bacharel em Canto Lírico (UFMG). Estreou como solista sob a regência do maestro Carlos Alberto Pinto Fonseca. Participou de Master Classes com professores como Neyde Thomas e Jason Stearns (EUA), foi vencedora do VI Jovem Músico BDMG e semifinalista do 8o Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão.

Dentre suas atuações como solista, destacam-se Requiem de W. A. Mozart e Paixão Segundo São João de J. S. Bach, sob regência de Hernán Sánchez; Die Zauberflöte (Pamina e Papagena) de W. A. Mozart com direção de Carla Camuratti, La Bohème (Musetta) de G. Puccini, sob regência de Silvio Viegas; Il Barbieri di Siviglia (excerto) (Berta) de G. Rossini, sob regência de Ligia Amadio, direção de Pablo Maritano. Em 2023, foi Isolda na ópera Isolda/Tristão de Clarice Assad, no Theatro Municipal de São Paulo, sob regência do maestro Alessandro Sangiorgi.

Em 2024, cantou trechos de óperas de G. Puccini (La Rondine e Turandot) com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais sob regência do maestro Oliver Weder (Alemanha). Em 2025, foi novamente solista em Carmina Burana com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da Osuel).

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