Colegiado abre o 1º Ciclo de Debates sobre formação de pedagogos

Colegiado abre o 1º Ciclo de Debates sobre formação de pedagogos

Os objetivos também são dar boas vindas aos estudantes do curso e abordar temas fundamentais para o ensino no país..

Alterações fundamentais na Diretrizes Curriculares para a formação de professores da Educação básica, em vigor desde 2019, somado a um período de intensas modificações nas formas de ensino-aprendizagem dos profissionais da educação, em razão da pandemia do novo Coronavírus. Esse é o cenário no qual se inicia o 1º Ciclo de Debates sobre Educação e Formação de Pedagogos, promovido pelo Colegiado de Pedagogia, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), que começa nesta quarta-feira (27), às 19 horas.

(Divulgação/Ciclo)

O evento internacional será realizado até 1º de março e contará com palestras e mesas redondas com pesquisadores da UEL, Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade do Minho (Portugal) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As inscrições podem ser feitas – AQUI – até o último dia do evento.

Segundo a coordenadora do evento, Zuleika Aparecida Claro Piassa, que também é coordenadora do Colegiado de Pedagogia, o evento vai discutir grandes temas para o pedagogo na atual conjuntura. “Teremos discussões filosóficas e sociológicas sobre que tipo de profissional formaremos nas próximas décadas no Brasil”, afirma Zuleika. O ciclo também vai dar boas vindas aos estudantes do curso, que, segundo a coordenadora, ainda não conhecem pessoalmente a Universidade em razão da pandemia. 

Portanto, um dos objetivos do evento é apresentar a Universidade aos estudantes. “Muitos chegaram em 2020 e tiveram duas semanas de aulas presenciais, então não conhecem a UEL, o Campus, não tiveram uma rotina universitária de fato por conta da pandemia”, afirma Zuleika.

Cenário – Uma das temáticas que permearão os quatro dias de evento são as modificações nas Diretrizes Curriculares para a formação de professores da Educação básica, que desde 2019 desafia os professores da área da Educação. Zuleika explica que os cursos de licenciatura nem bem se adaptaram às normas estabelecidas em 2015, ano da promulgação das Leis de Diretrizes Curriculares, fruto de um amplo debate entre educadores e sociedade civil, e já terão de se adaptar às novas diretrizes de 2019 – a qual, segundo a pesquisadora, foi aprovada pelo Governo Federal sem um amplo debate com os educadores e a sociedade civil.

Um dos pontos mais importantes das novas diretrizes que será discutido no evento, explica Zuleika, é a submissão do educador às “incertezas do mercado”: o educador deve orientar a formação dos estudantes segundo as flutuações do mercado de trabalho. “É uma orientação de governo, afinal no Brasil não tratamos os planos de educação como políticas de Estado. Abordaremos esses e outros pontos que nos parecem obscuros e preocupantes, afinal a universidade tem autonomia”.

A formação dos professores, nesse caso, será totalmente influenciada pelas novas diretrizes, que devem reforçar o conteúdo da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), a qual insiste, segundo Zuleika, em um papel de submissão do educador a determinado projeto político. “A intenção da BNCC é formar um cidadão que possa se adaptar às incertezas do mercado. Então, que tipo de professores formaremos? Um professor fragilizado, que não pense de forma crítica diante dos problemas?”, questiona a pesquisadora, que estudou a BNCC em seu doutorado.

Extensão – Outro ponto importante em debate no Ciclo é a curricularização da extensão nos cursos de graduação. De acordo com a professora, a medida visa preencher 10% de atividades de extensão no currículo dos cursos. “Existe uma orientação clara para que a universidade acate responsabilidades que deveriam ser do Estado, na forma de prestação de serviços pelos projetos de extensão”, avalia a professora.

A medida também traz à tona outra discussão: se a extensão entra nos currículos, algumas disciplinas devem sair. “Todo currículo é um território de disputa. Cada curso vai ter de enfrentar as suas próprias batalhas e se adaptar a essa medida. Não digo que será bom ou ruim, mas será bastante difícil resolver essa questão”, finaliza.

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