Com trajetória no ensino e na gestão, Ex-reitor Pedro Gordan recebe título de professor emérito

Com trajetória no ensino e na gestão, Ex-reitor Pedro Gordan recebe título de professor emérito

Professor dedicado, o médico é reconhecido nacionalmente na área da nefrologia.

Pedro Livoratti

Agência UEL


O ex-reitor Pedro Gordan, 77 anos, recebeu nesta segunda-feira (18) – Dia do Médico – o título de professor emérito da UEL, pela trajetória de mais de quatro décadas na Universidade onde atuou como professor do curso de Medicina, diretor clínico do Hospital Universitário (HU/UEL) e diretor do Centro de Ciências da Saúde (CCS) por oito anos. Como decano, assumiu a cadeira de reitor da UEL entre os anos de 2001 e 2002, quando enfrentou a famosa greve de seis meses dos servidores e professores. A cerimônia foi realizada na noite desta segunda, no Anfiteatro do CCS, com transmissão ao vivo pela plataforma Youtube e a presença de convidados, parentes e autoridades, entre elas o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati.

Apontado por colegas e ex-alunos como professor dedicado, Pedro Gordan é reconhecido nacionalmente na área da nefrologia. Integrou o grupo de cirurgiões responsáveis pelo primeiro transplante renal realizado no Paraná, em junho de 1973, no HU. O fato ganhou repercussão nacional. Entre 1970 e 1994, Pedro Gordan se dividiu entre a carreira acadêmica e uma agenda em diferentes hospitais. Foi um dos fundadores do Instituto do Rim de Londrina.

Reitor da UEL, Sérgio Carvalho, médico Pedro Gordan, e o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati.

Na área acadêmica, o professor, apoiado por um grupo altamente qualificado, promoveu uma transformação curricular nos cursos de Medicina e de Enfermagem da UEL. O chamado currículo integrado acabou influenciando outras escolas de Medicina e apontou novas diretrizes para Educação Médica e de saúde no país.

O reitor da UEL, Sérgio Carvalho, lembrou que conheceu Pedro Gordan quando ele estava à frente da reitoria da UEL. Sérgio era Coordenador do Colegiado do curso de Economia e integrou um grupo de professores que defendia que os alunos que estavam finalizando suas graduações, entre 2001 e 2002, pudessem concluir os estudos, em virtude da greve mais longa realizada na Universidade. A iniciativa acabou aprovada. A partir dessa decisão, diariamente alunos colavam grau em cerimônias realizadas no gabinete da reitoria, rito necessário para a entrega do certificado de conclusão de curso. O então reitor fazia questão de coordenar cada cerimônia, atendendo estudantes às vezes individualmente.

“O professor Pedro nos ensinou que nem sempre temos o controle de tudo, mas é possível realizar e avançar mesmo nos momentos de grave crise. Uma pessoa honesta nos seus propósitos”, elogiou Sérgio Carvalho.

O prefeito Marcelo Belinati lembrou que foi aluno do professor Pedro, quando estudante de Medicina na UEL. “Tive referências importantes que moldaram minha vida. O doutor Pedro foi uma dessas pessoas. Que sempre demonstrou carinho pelos pacientes, pela família, como professor e como médico”, elogiou.

O vice-reitor da UEL, professor Décio Sabbatini Barbosa, lembrou que o então professor Pedro era constantemente seguido por seus alunos, nos corredores do CCS e do HU/UEL, comportamento comum quando os acadêmicos buscam informações além da sala de aula. “Dentro da instituição todos sabemos do homem, médico e, principalmente, o professor que ele representa”, afirmou o vice-reitor, que é professor do Departamento de Patologia, Análises Clínicas e Toxicológicas (PAC) do CCS.

Trajetória

Em seu discurso o homenageado agradeceu a realização da cerimônia no Centro do Ciências da Saúde e lembrou que sempre foi e será UEL e HU. Pedro Gordan disse que ser professor foi uma paixão cultivada desde sempre e lembrou que talvez tenha se influenciado pela mãe, também professora. O ex-reitor agradeceu a família, que considera o alicerce para uma trajetória de sucesso profissional. Ele citou a esposa, dona Orides, com quem é casado há 52 anos, e os três filhos, Lúcio, Letícia e Ângela, todos formados em Medicina pela UEL. Lembrou ainda dos três netos Débora, Manuela e Henrique.

“Uma Universidade é um ambiente de crescimento e é nas dificuldades que nos fortalecemos. É a luta diária pela autonomia e pela qualidade”, discursou. Durante seu pronunciamento ele citou colegas do CCS que colaboraram para que o curso do Medicina alcançasse reconhecimento como Luís Cordoni, Waldir Garcia, Márcio Almeida, Darly Antonio Soares, Altair Mocelin e Anuar Michel Matni. Também agradeceu aos nefrologistas presentes à cerimônia, a maioria ex-alunos.

Reconhecimento – A homenagem de professor emérito foi aprovada pelo Conselho Universitário da UEL em fevereiro deste ano, a partir de solicitação do Centro de Ciências da Saúde, juntamente com o Colegiado de Medicina e o Departamento de Clínica Médica. A justificativa foi a intensa colaboração do ex-reitor como professor e dirigente na Universidade durante mais de quatro décadas.

Participaram da cerimônia no anfiteatro do CCS o ex-reitor da UEL, João Carlos Thonson; o diretor do CCS, professor Airton Pretis; o vice-coordenador do Colegiado de Medicina da UEL, Leandro Arthur Diehl; a Diretora Clínica do HU,  Luiza Kazuko Moriya e a chefe do Departamento de Clínica Médica, Fátima Mitsie Chibana Soares.

(FOTO: Assessoria de Imprensa do HU/UEL).

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