Experiência da UEL é destaque em evento de permanência indígena no ensino superior

Experiência da UEL é destaque em evento de permanência indígena no ensino superior

Evento reuniu docentes, gestores de instituições de Ensino Superior e lideranças indígenas, no Dia Internacional dos Povos Indígenas.

A Universidade Estadual de Londrina esteve representada por um dos membros fundadores da Comissão Universidade para Indígenas (Cuia), Wagner Roberto Amaral, no evento Povos Indígenas e o Ensino Superior – Diálogo com Lideranças Indígenas & Desenhos Institucionais, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Com o objetivo de aprofundar os debates sobre as experiências recentes de ingresso e permanência da população indígena nas universidades, o evento reuniu docentes, gestores de instituições de ensino superior do País e lideranças, marcando as ações alusivas ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta quarta-feira (9). 

A programação do primeiro dia foi dedicada à escuta de lideranças indígenas que atuam nas seguintes entidades e instituições: Museu Nacional, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Associação das Mulheres indígenas Tikuna (Amit), Fórum dos Professores Indígenas do Estado de São Paulo e Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação (MEC). Já o segundo dia do evento reuniu gestores de universidades públicas pioneiras na elaboração de ações voltadas à seleção, acolhimento e permanência da população indígena.

Docente do Departamento de Serviço Social da UEL, Wagner Roberto Amaral abordou a experiência paranaense, pioneira no Brasil, destacando as ações de acolhimento dos estudantes desenvolvidas na Universidade Estadual de Londrina. “As presenças indígenas interrogam a universidade”, diz. 

Docente do Departamento de Serviço Social da UEL, Wagner Roberto Amaral aborda experiência da UEL em evento na Unicamp (Arquivo pessoal).

A Política Estadual de Educação Superior Indígena do Paraná, destacou o professor, pode ser analisada sob cinco eixos centrais, que envolvem uma legislação específica, as mais de 20 edições do Vestibular Indígena, a Cuia estadual, as ações voltadas à permanência estudantil e o envolvimento institucional das sete Instituições de Ensino Superior Estaduais (IEES), mais a Universidade Federal do Paraná (UFPR). No auditório Raízes, Wagner teve a oportunidade de responder aos questionamentos de estudantes e trocar experiências sobre outros aspectos que afetam uma população estimada atualmente em 30,4 mil indígenas no estado, majoritariamente dos povos Kaingang, Guarani e Xetá.

Ao final da sua participação, para além das ações que dependem do Governo do Paraná, o professor destacou o quanto as estratégias de criação de vínculos acadêmicos e afetivos com o corpo docente e os estudantes não indígenas tem sido importante para a permanência dos estudantes indígenas na UEL. “Um elemento para pensarmos, que é sinalizador, é que construímos vínculos afetivos. Passamos a nos conhecer. “Os estudantes indígenas passam a nos conhecer pelo nome e passamos a construir uma relação acadêmica e pedagógica voltada a sua permanência nos cursos de graduação e na universidade”, define Amaral.

Estiveram presentes pesquisadores da Unicamp, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Oeste do Para (Ufopa), Universidade Federal de Roraima (UFRR) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

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