Secundaristas da rede pública de Rolândia participam de oficinas do Práxis Itinerante

Secundaristas da rede pública de Rolândia participam de oficinas do Práxis Itinerante

Em média 200 alunos participaram de duas oficinas promovidas por professores e bolsistas ligados ao projeto de Extensão, do Departamento de Ciências Sociais.

Cerca de 200 estudantes do Ensino Médio do Colégio Estadual Cívico-Militar Professor Francisco Villanueva, em Rolândia, participaram de duas oficinas promovidas por professores e bolsistas ligados ao projeto de extensão Práxis Itinerante, desenvolvido no Departamento de Ciências Sociais da UEL. Em dois encontros, nesta quinta e sexta-feira (17 e 18), os alunos participaram de uma roda de conversa que teve como tema o conteúdo dos documentos do Sistema Nacional de Informações (SNI-PR) que revelam como atuaram agentes de informações brasileiros e representantes estadunidenses no monitoramento e na repressão de civis que se opuseram à Ditadura Militar (1964-1985). 

Professora de Sociologia dos estudantes secundaristas, Silvia Motta conta que a parceria entre a escola e a UEL teve início há 11 anos, com iniciativas como esta, e com a formação de professores. “O Villanuena sempre contou com o apoio da universidade. Nos momentos de formação os professores daqui vão para o chão da escola”, lembra. “E a importância, principalmente hoje, de estarmos discutindo Ditadura Militar é algo essencial, sobretudo no atual contexto de esvaziamento da história, de distorção de fatos. Então, não podemos perder essa geração para que a história não se repita”, completa.

Além dos arquivos do SNI-PR, o dossiê conta com documentos desclassificados como sigilosos pela CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) e parte do conteúdo do projeto Opening the Archives (Agência UEL)

Os documentos conhecidos pelos alunos já haviam sido expostos em setembro, na exposição/instalação artística “Juventudes e Participação: os documentos inéditos dos arquivos do SNI (PR) e desclassificados dos EUA/CIA”. Este trabalho vem sendo liderado pelo docente do Departamento de Ciências Sociais da UEL, Fábio Lanza. 
Professor de Filosofia e responsável pela disciplina que trata do projeto de vida dos estudantes, Loris Crocoli conta que os docentes buscam conscientizar os estudantes sobre as inúmeras carreiras profissionais possíveis. “Abrir o leque para que eles possam tomar decisões sobre qual caminho seguir com maior autonomia, e não entendendo que só existem duas ou três áreas e que o resto não faz sentido”, afirma. 

Também participaram da atividade os professores Rafaela Lopes Caetano (Matemática); Diego Chrominski (História); Claudete Eliane Casimiro (Educação Física); e Rodrigo Neves (Geografia). 

Paralelamente, os estudantes de graduação da UEL que integram o projeto estão catalogando os documentos e produzindo artigos científicos. “A intenção é continuar produzindo e, a longo prazo, facilitar e democratizar o acesso a eles também para futuros pesquisadores, porque é um arquivo muito rico. É algo que pretendemos dar continuidade para auxiliar no futuro também”, diz o estudante do terceiro semestre de História, João Pedro Pereira.

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