Projeto ABC do Jogo leva brincadeiras educativas ao Colégio Estadual da Warta
Projeto ABC do Jogo leva brincadeiras educativas ao Colégio Estadual da Warta
Atividades iniciam às 19h, com práticas de esportes em circuito. Projeto do Cefe existe desde 2019.Estudantes de graduação e docentes da UEL ligados ao projeto de Extensão ABC do Jogo promovem, nesta quarta (7) e quinta-feira (8), uma série de atividades esportivas junto aos alunos do Ensino Médio da Escola Estadual da Warta, na Região Norte de Londrina. Nos dois dias, as atividades têm início às 19h. Em caso de chuvas, a atividade será transferida.
Coordenadora do projeto de extensão, a docente do Departamento de Estudos do Movimento Humano (Cefe) da UEL, Gisele Franco de Lima Santos, conta que o evento faz parte da programação de final de ano da escola. O objetivo, diz, é realizar jogos e brincadeiras competitivas interclasses. “Os alunos vão ser divididos em equipes de diferentes classes, em diferentes competições, de uma forma que nenhum aluno seja exposto.
Não importa se o aluno errou ou acertou. Por exemplo, no jogo Bola ao Cesto, todos arremessam ao mesmo tempo e vamos contando quantos acertaram”, explica.
Contando com cerca de 280 alunos do Ensino Fundamental e Médio, a Escola Estadual da Warta dividia a sua estrutura física com a Escola Municipal Edmundo Odebrecht. Um novo prédio com capacidade para 190 alunos foi entregue aos estudantes e docentes da rede municipal há cerca de 18 meses, quando houve uma reorganização.
ABC do Jogo
Para incentivar ainda mais os jovens a praticarem atividades esportivas, o grupo de dez alunos de graduação do curso de Educação Física da UEL deverá levar bolas e equipamentos específicos, formando um grande circuito. Além deles, participam do projeto dois Residentes Pedagógicos, e egressos das áreas de Engenharia Mecânica e Enfermagem, que atuam como colaboradores externos. “Vamos tentar fazer o Goalball com o guizo, com os alunos vendados”, conta a professora.
O projeto de Extensão ABC do Jogo foi proposto em 2019 e atua em três frentes de trabalho: ensino de professores, organização de jogos e no atendimento à comunidade. No entanto, assim como todos os projetos de Extensão da universidade, o ABC do Jogo precisou suspender a sua programação durante o período mais difícil da pandemia da Covid-19.
Desde o retorno das atividades presenciais, em 2022, alguns encontros com alunos da rede estadual de ensino do Paraná já foram retomados. O mais recente ocorreu no início de novembro, na quadra poliesportiva do Conjunto Vista Bela, na Zona Norte de Londrina.
“Pular corda, o Bets, Bola Queimada, além do Plinto (aparelhos de ginástica) para saltar. Formamos um circuito completo e eles realizaram a pintura facial com as crianças também”, conta a coordenadora.
YouTube
Pesquisar jogos e brincadeiras antigas e trabalhá-las sob uma perspectiva inclusiva e antirracista é algo que faz parte da prática docente da professora Gisele Franco há muitos anos. Já responsável pela disciplina “Jogos, Educação Física e Educação”, decidiu criar em 2017 o canal no YouTube que, anos mais tarde, daria nome ao projeto de Extensão na UEL.
O Canal ABC do Jogo conta com mais de 34 mil inscritos, a maioria interessada nas brincadeiras e sugestões de jogos individuais e coletivos destinados aos alunos da Educação Básica. “Antes você tinha um olhar sobre o jogo e a brincadeira na escola que você não precisava se preocupar porque as crianças já jogavam. Hoje, a preocupação é que os alunos possam conhecer porque já não conhecem. Não se aprende mais através da oralidade, de geração em geração, não são mais pais, amigos e vizinhos ensinando. Então, vai ser na escola”, diz.
Dentre os jogos, estão a Amarelinha Africana – quando a tradicional brincadeira ganha o canto e os sons típicos da capoeira – e a Mancala, um antigo jogo de tabuleiro que possui mais de 200 formas de se jogar. Neste jogo, criado há mais de dois mil anos, cada jogador precisa encher a sua “kala” (casa à direita do tabuleiro) com o maior número de peças.
“A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz a questão dos jogos de matriz africana. Enquanto professora e formadora, precisamos entender que o ensino não deve simplesmente seguir receitinhas, como se a África fosse uma só língua, ou uma só cultura e, sim, pensando com mais profundidade, valorizando esta cultura e respeitando suas particularidades”, avalia.
Dentre os livros publicados sobre a temática, estão “Jogo e Civilização: História, Cultura e Educação”, de 2015, e “Jogos Tradicionais e a Educação Física”, de 2012, os dois publicados pela Eduel (Editora da UEL).