Projeto Hortaliças Seguras atenderá empreendedores da área de alimentação

Projeto Hortaliças Seguras atenderá empreendedores da área de alimentação

Boas práticas precisam ser observadas desde a produção dos alimentos até o preparo, garantindo assim uma alimentação segura

A partir do próximo ano, o projeto de extensão Hortaliças Seguras do Campo à Mesa, desenvolvido no Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), passará a oferecer cursos gratuitos sobre Boas Práticas de Manipulação de Alimentos a empresas do setor de alimentação – bares, restaurantes, buffets, hospitais, clínicas e artesãos que trabalham no setor alimentício. O curso tem quatro horas de duração, com certificação, e busca difundir conceitos de insegurança alimentar e conscientizar empreendedores sobre os riscos das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA). Contatos com a equipe podem ser feitos por meio do Instagram do projeto.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), a ocorrência de surtos de DTHA está relacionada às condições de saneamento e qualidade da água e práticas inadequadas de higiene pessoal. Dados oficiais disponibilizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam uma estimativa de que 600 milhões de pessoas – quase uma em cada dez no mundo – adoecem devido às DTHA, resultando em 420 mil mortes/ano.

Professora Fernanda, coordenadora do projeto, com o boneco Tatá, alusão ao professor pioneiro do Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva, Italmar Teodorico Navarro. (Foto: Agência UEL).

No Brasil, no período de 2007 a 2020, foram notificados, 662 surtos/ano de DTHA, com 156.691 doentes e 152 óbitos. Segundo a coordenadora do projeto Hortaliças Seguras, professora Fernanda Pinto Ferreira, as boas práticas precisam ser observadas desde a produção dos alimentos até o preparo, garantindo assim uma alimentação segura, livre de micro-organismos que podem causar as chamadas zoonoses.

Entre as recomendações a produtores rurais estão o uso de técnicas e tecnologias para ordenha de animais leiteiros, acompanhamento profissional para plantio de qualquer alimento e cuidado para a utilização de água na propriedade. O projeto de extensão conta com uma equipe interdisciplinar reunindo estudantes dos cursos Medicina Veterinária, Agronomia, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Física, Zootecnia, Nutrição, Designe Gráfico, Comunicação Social, Química, entre outros.

Estratégia

A proposta é difundir conceitos básicos com foco na conscientização e mudança de comportamento. Entre as orientações estão técnicas de higienização para limpeza de vegetais de consumo cru, para evitar bactérias e parasitas. Outros alimentos que comumente oferecem riscos são o leite não pasteurizado, embutidos e queijo sem selo de inspeção. “São alimentos que detectamos comumente uma contaminação alta”, orienta a professora.

Além da grade de cursos que será oferecida a partir de 2025, o projeto mantém atividades em escolas onde leva a informação sobre saúde e segurança alimentar ao estudante do Ensino Fundamental por meio de dinâmicas e teatro fantoche. Segundo a professora, a equipe do projeto criou o boneco Tatá, que faz alusão ao professor pioneiro do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Italmar Teodorico Navarro, que atua na área de Zoonoses, Epidemiologia, Saneamento Aplicado e Saúde Pública.  

A equipe realiza ainda um trabalho de conscientização em feiras livres de Londrina, onde reforçam a feirantes e consumidores as dicas para cuidados e técnicas de higienização eficiente de alimentos – verduras, legumes, frutas e produtos de origem animal.

Outra ação importante do projeto é a comunicação nas mídias sociais. O instagram conta com mais de 5 mil seguidores e cerca de 250 postagens. A partir do próximo ano, o projeto contará com um podcast que será desenvolvido por duas estudantes do curso de jornalismo da UEL.

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