A nova Casa de Apoio Amigos do Hospital Universitário (HU/UEL), mantida totalmente através do trabalho voluntário e de doações, foi inaugurada no dia 4, na Rua João B. Rubinho, 113, na Vila Operária. O evento contou com a presença de servidores e da diretoria do Hospital, vereadores e deputados, do vice-reitor da UEL, Airton Petris, e do vice-prefeito de Londrina, João Mendonça. Também estiveram presentes representantes do Comitê dos Funcionários da Sercomtel, que doou R$180 mil para a construção da Casa.

Antes mesmo da “Casa de Apoio” receber esse nome, a Associação das Senhoras Voluntárias do HU (ASVHU), em 1979, já desenvolvia o trabalho de acolher pacientes do Hospital Universitário. A princípio, a casa atendia apenas pacientes renais crônicos em tratamento dialítico no Hospital. Logo, em 1986, foi adquirida uma sede própria, inaugurada como “Casa do Renal Crônico de Londrina”, na Rua Salgado Filho, 758, Jardim Aeroporto.

Durante a cerimônia de inauguração, as assistentes sociais responsáveis pela criação da Casa de Apoio estiveram presentes e foram homenageadas pela diretoria do Hospital e pela Universidade. Hezir Thomaz da Cruz, em seu discurso, contou da dificuldade de conseguir tirar o projeto da Casa de Apoio do papel, e qual foi o estopim para, então, colocarem a mão na massa. “Uma senhora que veio de Paranavaí nos disse que não viria mais fazer a hemodiálise, disse que voltaria embora para morrer. […] Semana passada, conversei com um senhor de Cambará que estava na Casa. Ele me disse que ela (a Casa) caiu do céu para ele”, completa.

Mudanças

Após sentirem a necessidade de ampliar o espaço, os voluntários conseguiram fazer uma troca com a antiga casa. O novo endereço ficou mais próximo do Hospital, na Rua Mitsuge Ohara, 151, Conjunto do Café.

Em agosto de 2001, a Casa teve seu estatuto alterado e passou a se chamar Associação dos Voluntários do Hospital Universitário Regional Norte do Paraná (AVHU). Em 2018, buscando o apoio da sociedade para obter recursos para a construção da nova Casa, o espaço passa a ter o nome atual, “Casa de Apoio Amigos do HU”, para que o público pudesse entender mais diretamente que se tratava de uma casa de apoio. Nesta época, a Casa começa a atender todos os pacientes, sem restrição patológica. A casa tornou-se, também, um lugar de acolhimento para os acompanhantes com dificuldades financeiras vindos de outras cidades.

“Como o HU atende 100% SUS, muitas famílias não têm condições financeiras para pagar uma hospedagem. Então, a Casa de Apoio vem com esse suporte. Uma estrutura com alojamento, alimentação, pernoite e, sobretudo, afeto e solidariedade.”, comenta a chefe da Divisão de Serviço Social do HU, Argéria Maria Serraglio Narciso.

Não demorou muito para a casa ficar pequena. À medida que o hospital foi diversificando os serviços, a demanda por hospedagem dos pacientes e familiares também aumentou. Dessa forma, os voluntários foram atrás de um novo espaço para receber mais hóspedes.

Instalação definitiva

Em fevereiro de 2018, a casa cresceu ainda mais e mudou da Rua Mitsuge Ohara para a Rua Arlindo Antônio Vieira, 67. A capacidade aumentou para 8 beliches com a nova casa alugada. Entretanto, os voluntários já tinham começado, em 2014, uma campanha para a construção de uma casa definitiva, maior e mais equipada.

“Ganhamos um Mustang 1974, doado pelo casal Humberto e Daniela. Sorteamos o carro e conseguimos um lucro de R$100 mil. Fizemos jantares, bazares e alguns anos depois sorteamos uma Harley em parceria com uma empresa chamada Retornar. Já estávamos com uma média de R$300 mil guardados – a meta era R$500 mil. Quem também nos ajudou foi o Comitê de Solidariedade da Sercomtel, que nos presenteou com R$150 mil para a construção da Casa e mais R$30 mil para a mobília”, comenta o atual presidente da Casa de Apoio e voluntário há 12 anos, Pedro Vitor da Silva.

Finalmente, depois de anos de muito trabalho, a atual casa começou a ganhar forma. Esse novo espaço possui 30 leitos novos, ar-condicionado, cinco banheiros e uma mobília totalmente nova. O presidente ainda comenta como surgiu a vontade de colocar ar-condicionado na casa. “O que me marcou foi uma moça que teve o corpo inteiro queimado, recebeu alta e foi para a Casa de Apoio. Quando ela veio me conhecer, saiu com o corpo cheio de pomada e me abraçou. Isso me marcou pra sempre, eu guardo isso no coração. Foi então que eu pensei em colocar ar-condicionado na casa nova. Ela estava com um “ventiladorzinho” para tentar aliviar um pouco o sofrimento. Por isso, a gente se emociona com a casa nova, por conseguir atender melhor as pessoas”.

A Casa de Apoio funciona totalmente com recursos de voluntários. A contribuição pode ser feita pelo PIX no CNPJ: 78.030.681/0001-28.