Banco de Olhos do HU completa 13 anos como referência nacional

Banco de Olhos do HU completa 13 anos como referência nacional

Já são 151 os profissionais formados até este ano, sendo 88 médicos e 63 enfermeiros, de 21 hospitais da macrorregião Norte do Estado.

Assessoria de Comunicação do HU

Agência UEL


O Banco de Olhos Regional de Londrina (BOL), do Hospital Universitário (HU) da UEL, completou 13 anos de funcionamento no final de abril. O que em 2011 representava mais um grande desafio para o Hospital Universitário da UEL hoje é um dos grandes orgulhos da administração: O BOL é uma referência nacional e contribui para que o Sistema Estadual de Transplantes do Paraná seja reconhecido em todo o Brasil como um dos principais em termos de doações e transplantes.

Em 2018, o Banco de Olhos ajudou a zerar a lista de espera para transplante de córnea no estado, graças ao trabalho anual de formação de profissionais da saúde especializados em retirada de córnea, por meio de cursos de capacitação. Já são 151 os profissionais formados até este ano, sendo 88 médicos e 63 enfermeiros, de 21 hospitais da macrorregião Norte do Estado, que engloba 5 Regionais de Saúde: a 17ª Regional de Saúde de Londrina, 16ª Regional de Apucarana, 18ª Regional de Cornélio Procópio, 19ª Regional de Jacarezinho e 22ª Regional de Ivaiporã, que representam mais de 2 milhões de habitantes.

O Banco de Olhos do HU é o único público no Paraná. Os outros serviços oferecidos no Estado são em Curitiba, Maringá e Cascavel, todos privados. “Além do HU de Londrina, só o Estado de São Paulo tem banco de olhos públicos. O de Sorocaba (SP) é referência nacional. Em nível de estados, o Rio Grande do Sul é um dos destaques. O do Paraná está entre os três mais estruturados do país”, aponta a responsável técnica do BOL do HU, Ana Paula Oguido. Além de Ana Paula, atuam no BOL os médicos oftalmologistas Plínio Ângelo Boin Filho, responsável técnico substituto; Isadora C. José, plantonista; Elaine Regina Ferrarezi Sampaio, plantonista; e Luiz Ângelo Rossato, plantonista.

Roseli Gil (LUHU), Alberto Rapchan (empresa Indrel), Ana Paula Olguido (coordenadora técnica do BOL) e Iara Secco (diretora de Enfermagem do HU) (Fotos: Imprensa HU/UEL).

Ana Paula destaca nesses treze anos de funcionamento do BOL a capacitação de profissionais e o aperfeiçoamento no controle de qualidade. “A formação de novos profissionais de saúde especializados contribui para o aumento na busca de potenciais doadores de globo ocular, com o consequente acréscimo no oferecimento de córneas para transplante, disponibilizados pelo BOL. No Paraná, são 1346 pessoas na lista de espera, e no Brasil são mais de 12 mil. Eventualmente, o BOL fornece órgãos também para outros estados”, ressalta. “O controle de qualidade vai exigir também aquisição de equipamentos, como os dois conservadores adquiridos recentemente”, cita Ana Paula.

Farmacêutico Fernando Pagotto. Controle de qualidade das córneas exige atenção aos mínimos detalhes.

A modernização subentende também mudanças no processo de trabalho técnico do BOL, de forma a assegurar o contínuo atendimento às legislações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como cita o farmacêutico Fernando Pagotto, técnico e servidor mais antigo do BOL. “Cada detalhe é importante no manuseio, na preservação e no controle de qualidade das córneas”, diz.

O histórico do doador é alvo de rigorosa avaliação, segundo o enfermeiro Carlos Oliveira, coordenador administrativo do BOL. “O processo de seleção e validação envolve desde o histórico pessoal do doador, como doenças prévias, hábitos de vida, até os atendimentos médicos recentes”, relata Oliveira. “O monitoramento de eventos e reações adversas são de responsabilidade do Banco e dos hospitais em termos de vigilância no processo de doação e transplante”, comenta.

Enfermeiro Carlos Oliveira, coordenador administrativo. Seleção envolve classificação por histórico pessoal, doenças prévias, entre outros critérios.

De olho nos números

Desde o início dos atendimentos, em abril de 2011, o Banco de Olhos de Londrina já recebeu 2569 doações. Em 2023, foram captados 545 globos oculares, a partir de 273 doadores, considerando que cada doador pode doar até dois globos.

O tempo de espera por uma córnea, hoje, no Paraná, considerando que há 1.346 pacientes inscritos na lista, é de cerca de 10 meses. Em Londrina, a lista é de 260 aguardando o transplante.

No primeiro ano de funcionamento, em 2011 (a partir de abril) o BOL recebeu 74 doações de globo ocular; com as restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o número caiu de 307 em 2019 para 76 em 2020; em 2023 atingiu 273, voltando ao nível de pré-pandemia.

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