Programa Startup Garage tem ideias inovadoras de equipes da UEL

Programa Startup Garage tem ideias inovadoras de equipes da UEL

Ao todo 121 propostas foram recebidas, entre elas 15 eram de proponentes da Universidade.

O total de seis equipes da UEL foram finalistas do Programa Startup Garage, uma iniciativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/PR), realizada na Universidade em parceria com a Agência de Inovação Tecnológica da UEL (AINTEC). O Programa foi iniciado em setembro, com uma série de formação para os participantes, em formato virtual.

A fase final foi realiza no começo de dezembro, com divulgação das equipes finalistas de cada uma das instituições participantes e apresentação do projeto para a banca julgadora. Do total de 121 propostas recebidas, 15 eram da UEL. Chegaram à fase final, 24 ideias de negócios, de 96 competidores finalistas.

As três primeiras colocadas vão receber consultoria avançada do Sebrae/PR para continuar o projeto. O objetivo do Programa é desenvolver o potencial empreendedor entre acadêmicos por meio da criação e validação de uma startup. Para isso, contou com a parceria e participação de cinco instituições de Ensino Superior.

(Divulgação)

Equipes – Diversos estudantes de cursos da graduação e pós-graduação da UEL, em equipes multidisciplinares, participaram do Startup Garage com ideias inovadoras. A equipe vencedora da Universidade é formada por Georges Jamil Khouri, Ailton Pereira e Taynara Batistela, da Força X. Eles criaram o produto Bio.G, um teste rápido capaz de identificar mais de cinco diferentes microorganismos para levar agilidade no diagnóstico e tratamento de diversas doenças, como Chagas, Malária e Leishmaniose, além de infecções por bactérias Gram-positivas ou Gram-negativas. Segundo a equipe, o teste diminui as chances de ocorrer a administração de medicamentos desnecessários e contribui, indiretamente, para diminuição da resistência de novos microrganismos aos medicamentos existentes.

A participação no programa já rendeu visibilidade para a ideia. Após a banca com investidores, Georges Khouri, mestrando do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), conta que conseguiu agendar uma reunião para apresentar o projeto a um hospital de São Paulo. “O impacto que isso teria para um hospital, por exemplo, é direcionar o antibiótico de amplo espectro, seja para bactérias gram-positivas ou negativas, o que pode diminuir custo de medicamentos, resistência de microrganismos e de tempo de internação do pacientes”, explica.

O Bio.G, é capaz de identificar mais de cinco microorganismos.

A ideia foi iniciada durante a graduação em Biotecnologia, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em 2016, com um projeto que identificava diferentes tipos de microrganismos para teste rápido. O foco eram doenças negligenciadas, principalmente para a população da África e em regiões mais pobres do Brasil. A pesquisa desenvolvida dentro de uma universidade ainda necessita de alguns ajustes e de finalização da validação para ser levada ao mercado. “Preciso fazer essa validação, se de fato, o impacto financeiro e no tempo de internação no hospital é significativo. É só isso que falta pra eu poder apresentar para um hospital”, afirma Georges Khouri.

Solution – Em segundo lugar ficou a equipe Solution, formada por Ighor Yuki Tungui, João Vitor Nunes de Oliveira e Felipe Dieguez, e Augusto Vicente. Eles criaram o produto ToolTrack, que visa otimizar o sistema de gerenciamento e controle da vida útil das ferramentas nos canteiros de obra, através de um sistema de rastreamento, inventário e análise precisa.

Na terceira colocação ficou o projeto dos estudantes Rafael Borges, Jessica Oliveira, Victor Czernisz e Mikaela Sevidanis. O projeto é uma luva cirúrgica, ou de procedimento, com um pó fotoluminescente, para identificar a higienização das mãos de profissionais da saúde.

Menção Honrosa – As outras três equipes finalistas receberam menções honrosa pelas ideias de negócios apresentadas no Programa Startup Garage.  Isabelly de Oliveira Cruz e Leonardo Marcelino, membros da equipe Dubai Team, criaram um projeto para área de finanças. A ideia é o aplicativo o Finanx, que tem como objetivo ajudar pessoas que investem na bolsa de valores ou pretendem começar nesse mercado.

Isabelly Cruz, estudante do 1º ano de Ciências Econômicas, do CESA, conta que gostou de participar da formação. “Confesso que foi um pouco difícil e teve bastante trabalho, mas obtive um aprendizado muito grande, clareou meus pensamentos e através do programa consegui dar uma estrutura mais sólida para minha ideia”, afirma. Ela também se diz muito satisfeita com o resultado conquistado, que possibilitou chegar à fase final. “Por estar começando agora os estudos, penso que foi uma grande oportunidade, aprendi muita coisa e creio que é só o começo”. Ela afirma que vai levar a ideia adiante e desenvolver o projeto.

Na área de tecnologia para construção civil, outras duas equipes receberam menção honrosa. A Equipe Brainstorm, formada pelos estudantes João Pedro Vilela, Luis Fernando Casarim e Wallyson Silva, apresentou o projeto Habee, um aplicativo de marketplace para materiais de construção civil.  Também com um aplicativo para celular, a equipe SmartPlanner BIM propôs que a ferramenta consiga realizar a coleta de dados das obras. A equipe é formada por André Meranca, Bruno Sakuma, Fabrício Murari, Henrique Molonhi e João Victor Brambila.

Incentivo – Na UEL, a coordenação técnica do Programa foi das professoras Eloisa Rodrigues, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, e Ercilia Hirota, do Departamento de Construção Civil, do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU). Elas incentivaram os estudantes do CTU a participarem da atividade e ampliaram a divulgação para todos os Centros como forma de apresentar novas possibilidades para eles. “Existem muitas iniciativas de aproximação do produto da Universidade com o mercado. É preciso fazer com que as pesquisas e a tecnologia desenvolvidas na Universidade sejam levadas ao mercado, e fazer com que os estudantes tenham essa mentalidade”, afirma Eloisa Rodrigues.

Programa – O Programa realizou com uma série de atividades para formação dos participantes. Foram mais de 50 horas de formação, divididas em três fases: descobrimento, produto e mercado. Eles fizeram uma série de atividades ligadas ao empreendedorismo, como workshops, palestras, videoaulas, consultorias com especialistas do SEBRAE, mentorias com professores e empreendedores, além de bancas julgadoras ao final de cada fase.

“As equipes foram avaliadas por especialistas e investidores de mercado, com valiosas colocações sobre possibilidade de sucesso de desenvolvimento das ideias em empresas, fomentando a continuidade do processo de incubação por parte dos participantes”, afirma a professora Eloisa Ribeiro, que acompanhou todas as fases do Programa.

Participaram da banca da UEL: Rodolfo Spigai, do Smart Value Investiment; Pedro Sella, coordenador de Incubadora de Negócios da Diretoria de Negócios e Inovação do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), investidor de startups e desenvolver programa de Inovação aberta por meio da Incubadora Santos Dumont; Guilherme Eiras, empresário e investidor do grupo Wave Capital.

Leia também