Intuel recebe cinco novos projetos e empresas para assinatura dos termos de compromisso

Intuel recebe cinco novos projetos e empresas para assinatura dos termos de compromisso

Projetos participaram de processo seletivo que começou em setembro passado, com 11 proponentes e em três etapas.

A Agência de Inovação Tecnológica (Aintec) recebeu, na manhã desta quinta-feira (15), representantes de cinco projetos e empresas ingressantes no processo da Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica (Intuel). A cerimônia contou com a presença da reitora da UEL, Marta Favaro, e marcou a assinatura dos termos de compromisso. Das cinco empresas, três são spin offs acadêmicas, ou seja, são oriundas de projetos de mestrado, doutorado ou projetos de extensão dos centros de ensino da Universidade.

De acordo com o gerente da Intuel, Thiago Spiri, os cinco projetos recém-incubados participaram de um processo seletivo que teve início em setembro do ano passado, com 11 proponentes. Após atravessarem as três etapas da seletiva, que teve início com a apresentação de documentos e um pitch e contou com a avaliação de especialistas de fora da universidade, cinco nomes foram anunciados: Profiber, Ecoleta e OAZO (spin offs da UEL), ICrop e Fantus.

“O processo de incubação tem, conforme o edital, 24 meses, prorrogáveis por mais 24. Nesse período, as empresas passam por monitoramento e planejamento trimestral. Avaliamos os níveis que elas estão e há um planejamento sobre como podem crescer com os cinco eixos do programa CERNE”, explica. 

O programa foca no crescimento das empresas incubadas a partir do alinhamento das estratégias de negócio concentrando-a em cinco frentes. “Há uma frente tecnológica, mostrando seus produtos ou serviços; a de capital, sobre se a empresa está monetizando ou se consegue editais de fomento ou investidores; a de mercado, para análise de concorrentes, busca de clientes e divulgação, marketing; a da gestão, documental, na qual trazemos o nosso know-how, o conhecimento burocrático; e a parte do empreendedor também, se ele busca se desenvolver individualmente”, comenta.

Questionado, Spiri avalia que as empresas passam a ter muito mais segurança jurídica a partir do momento em que são incubadas, tendo sua propriedade intelectual sistematicamente protegida e passando a contar com um endereço contábil. “Dizemos que o que elas fazem é começar com o pé direito, é começar uma starup com assinatura de contrato, abertura de CNPJ e fazendo o registro da marca. Hoje no mercado não existe este encaminhamento”, conclui.

Cerimônia reuniu a reitora da UEL, Marta Favaro, e responsáveis pelas empresas incubadas (Agência UEL)

OAZO

Vinculada à UEL, a OAZO atua no desenvolvimento de um picolé usado no tratamento da sede de pacientes em estados pré e pós-operatórios. A empresa foi constituída com o intuito de levar à sociedade o trabalho desenvolvido nos corredores do Departamento de Enfermagem, tornando-se uma spin off acadêmica que já possui contrato de transferência de know-how em negociação.

De acordo com docente da Departamento de Enfermagem da UEL e responsável pelo desenvolvimento de produtos da OAZO, Lígia Fahl Fonseca, uma dos maiores preocupações das equipes médicas é a broncoaspiração de alimentos ou líquidos por pacientes em estado pós-operatório, o que pode causa complicações como doenças pulmonares ou evoluir para óbito. Por esta razão, os pacientes são mantidos em jejum por longos períodos, aprofundando um estado de sofrimento.

“Desenvolvemos instrumentos que avaliam a segurança, se este paciente está pronto ou não para receber um método de alívio, um picolé de 10 ou 20 ml, que tem muitas vantagens. Ele age rápido, entre dois e cinco minutos, estimula a salivação e a deglutição”, conta. De acordo com ela, o grupo de pesquisa já realizou ensaios clínicos com pacientes internados no Hospital Universitário (HU) da UEL utilizando picolés feitos com água. Agora, a OAZO – que significa “oásis” em Esperanto – está caminhando para o desenvolvimento de um picolé mentolado, buscando disponibilizar este produto para instituições de saúde brasileiras e de fora do País. 

Profiber Biotecnologia

Outra spin off acadêmica, a Profiber Biotecnologia pretende desenvolver materiais com propriedades funcionais melhoradas empregadas na nutrição animal. O know-how vai ser baseado na metodologia criada durante a pesquisa de doutoramento da biomédica formada na UEL Janaína Mantovan, cujo título foi “Aproveitamento do bagaço de laranja para extração de celulose empregando-se diferentes métodos físicos e químicos”. 

“Eu acredito que a incubação vai abrir portas e permitir uma capacitação maior. Nós pesquisadores precisamos deste apoio para tornar o produto escalável e precisamos de alguns ajustes para tornar este produto economicamente viável. É neste sentido que estamos trabalhando”, conta.

Ecoleta

Formada por pesquisadoras graduadas na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a Ecoleta pretende explorar a metodologia criada pelo grupo Ninter/UEL – Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Resíduos, do qual fazem parte. O objetivo é implementar medidas eficientes para a coleta de resíduos oriundos de condomínios verticais, cuja coleta seletiva do município, muitas vezes, não é capaz de encaminhar. 

De acordo com Aline Peralta, estão incluídos no escopo deste projeto resíduos como pilhas, baterias, óleo de cozinha, lixo eletrônico e lâmpadas, “que não são de fácil destinação”, explica. 

A Ecoleta já possui contrato de transferência de know-how em negociação com a UEL para exploração da metodologia desenvolvida pelo Núcleo. “Vamos disponibilizar esta estrutura para que o morador tenha essa facilidade, juntamente com um trabalho de educação ambiental para o condomínio, fazendo o encaminhamento correto destes resíduos às cooperativas. Queremos reinserir estes resíduos dentro da cadeia novamente”.

Fantus

Voltada para o desenvolvimento de pesquisas para a criação de novos equipamentos na área agrícola, a Fantus é o resultado da necessidade de atendimento de mercado advindo das experiências da empresa Agribela, também incubada na Intuel. A sociedade é composta por um mestre e uma doutora formados na Universidade. 

Um destes empreendedores é o biólogo e engenheiro agrônomo Luiz Guilherme Lira de Arruda. De acordo com ele, a escolha do nome levou em consideração as características dos primeiros produtos desenvolvidos e as semelhanças com a tromba de um elefante. “Ela começou com a produção de pulverizadores de baixo volume, que é outra técnica que se usa na agricultura. E Fantus é o radical da palavra Elefantus, ou elefante em latim, porque o nosso equipamento faz exatamente o que acontece na tromba de um elefante: a mistura de água e ar em um sistema pressurizado”, conta.  

Após desenvolver outros projetos e ser criada oficialmente há um ano, a Fantus vem se dedicando ao desenvolvimento de sensores de leitura climática para o auxílio de produtores rurais com irrigação. “O problema é que todos os sensores que os brasileiros usam são importados, então têm os mesmos problemas: alto custo, taxas de importação e baixa flexibilidade de aquisição. Então, um dos objetivos da Fantus é produzir no Brasil novos sensores competitivos, não apenas em preço, mas em qualidade e eficiência”, explica. 

iCrop

Agtech mineira focada em oferecer soluções para a racionalização da água e energia elétrica em fazendas que fazem uso de equipamentos de irrigação, a iCrop foi criada há seis anos e está em processo de expansão. Interessada em desenvolver pesquisas em conjunto com a Universidade, a iCrop atua no desenvolvimento de sistemas que otimizem a tomada de decisões no campo.

Conforme o consultor técnico Guilherme Dionisio, mais de 800 mil hectares de propriedades rurais do Brasil e da África do Sul estão sendo monitorados pelo sistema da iCrop. “Depois do pivô instalado, começamos a atuar, não fazemos a manutenção. Mas vamos passar para o produtor quando ele precisa irrigar, como e o porquê. Cada cultura tem uma época certa, uma fase fisiológica da planta e cada fase precisa de uma quantidade de água. Através disso, conseguimos fazer o balanço hídrico, evitando desperdícios ou excessos de água. Atuamos também na gestão de energia elétrica, que é um gargalo grande. A tendência é o produtor atingir o teto produtivo”, conclui.  

 

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