Encontro de Comitês de Pesquisa mostra importância da ética na ciência e inovação

Encontro de Comitês de Pesquisa mostra importância da ética na ciência e inovação

Evento contou com palestrantes de diversas universidades para discutir o papel de comitês de ética na pesquisa de pós-graduação.

No terceiro dia de atividades da Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Paraná Faz Ciência 2023, o Anfiteatro Cyro Grossi (CCB) foi palco de muitas discussões sobre ética na ciência e pesquisa. O 1° Encontro de Comitês de Suporte à Pesquisa do Paraná reuniu, nesta quinta (9), diversos convidados a fim de questionar o papel de comissões e comitês de ética no desenvolvimento da pesquisa em pós-graduação. A programação do evento continua na sexta (10), das 8h15 às 10h15, com rodadas de discussões simultâneas sobre as temáticas apresentadas. 

Adriana Lourenço Soares Russo, coordenadora do Encontro e do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos na UEL, explica que as atividades são indispensáveis em um evento como o Paraná Faz Ciência, pois, sem a ação dos comitês nas instituições, não haveria desenvolvimento e inovação. “É necessário que esses comitês e comissões sejam instituídos na Universidade para que se faça ciência. A ciência hoje usa muito dos animais, seres humanos e até microrganismos, então questões como biossegurança, por exemplo, são necessárias.”

O evento contou com quatro palestras: “Princípios éticos nas pesquisas envolvendo animais e legislação atual”, com o Murilo Vieira da Silva, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); “Experiências e vivências no sistema CEP-CONEP e Plataforma Brasil no período Covid-19”, com Dalton Luiz de Paula Ramos, da Universidade de São Paulo (USP); “Biossegurança laboratorial e as pesquisas em alta contenção biológica”, com Tatiana Ometto, também da USP; e “SISGEN e a Lei de Biodiversidade Brasileira”, com Chirlei Glienke, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

Dalton Luiz de Paula Ramos, do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEP), demonstrou seu entusiasmo na participação do Encontro, revelando estar “maravilhado com o Campus da UEL e o empenho da Universidade no evento”. Na palestra, discutiu a essência da função dos comitês e o porquê de suas ações na pesquisa de pós-graduação.

Ramos é graduado em Odontologia e especialista em Odontologia Legal. No evento, apresentou a essência e funções dos comitês (Maria Dalben/Agência UEL).

Murilo Vieira da Silva, da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), questionou o uso de animais na literatura e pesquisa científica. Desde o pensamento cartesiano no século XVII, animais eram considerados sem alma, autômatos incapazes de sentir ou sofrer. Pela ação de comitês de ética e desenvolvimento da legislação, os experimentos com animais podem ser, se não cessados, refinados e reduzidos. 

O palestrante citou o matemático Al Khawarizmi em sua fala sobre a indispensabilidade da ética não só para a pesquisa, mas para o ser humano. “Se tiver ética, (o homem) é 1. Se também for inteligente, acrescente 0 e será 10. Se for rico, acrescente mais um 0 e será 100. Mas se perder o 1, que corresponde à ética, então perderá todo o seu valor e restarão apenas os zeros”.

Murilo Vieira da Silva, da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), criticou a utilização de animais na literatura e na pesquisa científica (Beatriz Botelho/Agência UEL).

*Estagiária de Jornalismo na COM/UEL.

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